Este ano a Panini pegou todo mundo de surpresa com uma leva enorme de títulos shoujo. Na verdade não é que sejam muitos mangás, mas são vários títulos curtos e as constante substituição faz parecer que são mais numerosos do que na realidade. Esse ano a editora colocou praticamente um novo título de shoujo mangá nas bancas todos os meses, entre eles Sugar Sugar Rune.
Sugar Sugar Rune, ou Sugar² Rune é um mangá de autoria de Moyoco Anno, que vem produzindo mangás desde meados da década de 1990 e tem uma carreira sólida e diversificada, indo do shoujo ao seinen e publicou até tirinhas de jornal. A mangaká tambem é conhecida por ter se casado com Hideaki Anno, um dos responsáveis por Neon Genesis Evangelion, no ano de 2002. O fato dos dois terem o mesmo sobrenome é coincidência.
Sugar foi publicado originalmente nas páginas da Nakayoshi, a casa de Sailor Moon, Sakura Card Captor (JBC), Candy Candy, Guerreiras Mágicas de Rayearth (JBC), Tokyo Mew Mew (que também começou a ser publicado pela Panini recentemente) entre muitas outras séries conhecidas pelos brasileiros.
O mangá foi serializado de agosto de 2004 até abril de 2007 e teve os capítulos coletados em 8 volumes. Ganhou ainda um animê de 51 episódios (Hideaki Anno foi um dos diretores da série) e até um game para o Nintendo DS.
No ano de 2005 Sugar Sugar Rune foi premiado com o Kodansha Manga Award na categoria de mangá infantil (o público alvo da Nakayoshi são garotas entre 9 e 12 anos de idade). A obra ainda foi publicado na França pela Kurokawa, nos Estados Unidos pela Del Rey, na Alemanha pela Reyne, na Suécia pela Bonnier Carlsen e na Espanha pela Glénat.
Sugar Sugar Rune é um Mahou Shoujo (mangá com garotas mágicas) que conta a história de duas amigas, Chocola Meilleure e Vanilla Mieux, duas bruxinhas de dez anos de idade que vêm de um Reino Mágico até a Terra para uma disputa que decidirá quem se tornará a nova rainha de tal reino.
A aventura começa quando Chocola e Vanilla pulam dentro do caldeirão que serve de portal entre o Mundo Mágico e a Terra. A passagem sai a muitos metros de altura e elas despencam sem conseguir fazer nenhuma magia para impedir a queda. Rock’n Robin, o bruxo que será o responsável por elas no mundo humano, faz uma entrada triunfal e as resgata da queda livre. Enquanto isso, um garoto está observando o céu estrelado com o telescópio do pai que está viajando e assiste tudo o que está se passando. O garoto se chama Akira e será um dos colegas de classe das meninas.
Já na nova casa Chocola se espanta com o conforto do lar de Rock’n Robin onde ela e Vanilla morarão durante a disputa. A casa foi construida no terraço de um luxuoso prédio de 54 andares. Rock’n Robin pergunta às garotas se elas o conhecem, mas elas negam. No mundo humano Rock’n é um músico famoso e ele explica que vencerá a disputa pela coroa de Rainha das Bruxas aquela que conquistar e capturar o maior número de corações humanos durante a estadia na Terra.
Para capturar um coração a bruxa tem que usar um feitiço para transformar os sentimentos das pessoas em um cristal que será armazenado em um Porta-Corações que mantém a contagem de pontos. Um coração pode ter várias cores e cada uma delas equivale a um sentimento diferente. Já a noite antes de dormir as garotas relembram de uma promessa que fizeram, não importa quem ganhe a disputa, elas serão melhores amigas para sempre.
No dia seguinte quando vão à escola pela primeira vez Rock’n Robin mostra a elas sua habilidade de capturar corações usando as professoras como alvo. Para as garotas parecerem japonesas elas passam a serem chamadas de Chocola Katou e Vanilla Aisu. Nas aulas nada sai como o esperado e Chocola, que é agressiva, ousada e mandona, não consegue nenhum coração. Já a tímida e doce Vanilla que nunca foi popular no Mundo Mágico acaba sendo um sucesso entre os colegas.
O mangá é muito divertido, mas não dá pra esquecer que é voltado para crianças – o que nós tivemos de mais parecido aqui no Brasil foi Sakura Card Captor
Com uma história envolvente, elementos fantásticos que fazem a imaginação voar e um traço delicado e muito particular, Sugar Sugar Rune mostra que é um excelente mangá, mas não é todo mundo que vai gostar. O traço é muito bonito, cheio de retículas e enfeites, os cenários são incríveis, mas aparentemente a autora desenha à mão livre, dá pra notar que há alguns “tremidos”, mas isso parece ser proposital, lembra um pouco o estilo usado por algumas mangakás josei (como a Chica Umino em Honey & Clover, mas a arte é muito mais parecido com o de Gokinjo Monogatari da Ai Yazawa).
Algumas pessoas podem não gostar do traço, ele não é muito parecido com o que vemos nas bancas atualmente com personagens magrelos e angulosos, os desenhos delicados e enfeitados e as cabeças dos personagens bem maior em relação ao corpo do que o costumamos ver por aqui. Poderia dizer que os personagens parecem bonecas delicadas.
A adaptação dos nomes foi feito tomando como base os romanizados no site do anime, a única diferença é a Vanilla que aparece escrito com um ‘l’ só no site, mas como o nome aparece escrito com dois ‘l’ no decorrer do mangá a decisão correta foi tomada.
Um tema espinhoso em relação à adaptação foi a mudança de Inferno para Reino Mágico. Quem conhece um pouco a cultura oriental sabe que a ideia de inferno deles é totalmente diferente da que o cristianismo nos legou. Colocar duas bruxinhas disputando a coroa do Inferno em um mangá infantil seria encrenca na certa em qualquer lugar do mundo dominado pelo cristianismo. Não foi só no Brasil que Inferno foi adaptado para Reino Mágico e é melhor assim, afinal, todo mundo se lembra da comoção causada pelas cartas de Yu-Gi-Oh! e do boçal Gilberto Barros fazendo campanha contra a série na TV.
Como sempre a Panini manteve os sufixos honoríficos nos lugares e colocou um glossário no final para explicar os termos usados no mangá. A capa é a mesma que foi usada no Japão, a diferença é o logotipo adaptado para o nosso alfabeto romano e as filigranas que ficam em alto-relevo no original, que apesar de estarem na capa, infelizmente não estão em alto relevo, mas isso já era de se esperar.
O maior problema é que não há margem nas páginas, o que faz “comer” parte das ilustrações que estão nas beiradas. A cola está muito forte, algumas pessoas reclamaram que o mangá está “estalando” – deve ser por excesso da cola. Algo triste pois os mangás da Panini estavam vindo perfeitos e logo um título tão legal veio com esse problema que não aparecia há muito tempo, é lamentável ver isso regredir. De qualquer forma não está tão exagerado quanto em Bleach e Gantz, ainda dá para manipular o mangá muito bem.
A edição do mangá está perfeita, foi tudo lindamente refeito (e tem muito, muito texto fora dos balões e mesmo as retículas estão como se nunca tivessem sido editadas). O português está bom, não encontrei nenhum erro, seja de ortografia, seja de digitação no mangá inteiro.
O mais incrível de tudo é que foram mantidas as páginas coloridas originais, coisa rara nos mangás lançados por aqui. Eu senti a falta de uma folha de rosto, que não serve só para enfeitar, a primeira página de qualquer livro é a que mais sofre desgaste e normalmente é a primeira a rasgar por excesso de manuseio, a folha de rosto serve para a proteção do conteúdo, mas como ela não existe no mangá original não há um motivo real para reclamar.
Os comentários das orelhas da sobrecapa foram colocados no verso da capa e da contra-capa que estão com uma textura acetinada, o trabalho feito no mangá ficou muito legal e caprichado mesmo (exceto pelo excesso de cola). Não sei se as páginas coloridas foram exigência de contrato, mas cobrar R$9,90, sem nenhum adicional por um tanko inteiro com páginas coloridas, foi muito legal por parte da Panini, mostra o quanto eles respeitam e estimam o seu consumidor.
Uma coisa chata foi que não há em lugar algum uma indicação se o mangá é mensal ou bimestral, não há checklist nele e na folha de expediente (também conhecida como folha de serviço). No checklist dos mangás que estão saindo agora deu para descobrir que o mangá é bimestral.
A história é muito legal, é triste saber que algo tão bacana não foi veiculado pela nossa TV, nem nos canais fechados nem os abertos. Se o animê tivesse passado nas redes de televisão possivelmente teria sido um sucesso como Sakura e Sailor Moon foram.
Minha nota para o mangá em uma escala de 1 a 5 é 5, minha nota para o trabalho feito pela Panini é 4, então eu dou uma médiade 4,5 para o título que merece e é realmente muito bom, me empolgou e já se tornou um dos meus mangás preferidos.
Título: Sugar Sugar Rune
Autora: Moyoco Anno
Demográfico: Shoujo
Gênero: Infantil/Comédia/Romance
Formato: 13,7 x 20cm, 210 Páginas
Duração: 8 Volumes
Preço: R$9,90
Periodicidade: Bimestral
E eu achando que tinha dado azar pq o meu manga de Sugar Sugar Rune veio estranho com várias ondulações. Parecia ter mesmo muita cola, achei que eu que tinha pegado um exemplar ruim nas bancas, mas pelo visto o erro foi geral.
Só espero que eles não cometam o mesmo equivoco nas próximas edições.
Nao estou aqui para elogiar o manga mas sim o novo visual do site que maneiro cara ,penssei que havia entrado no lugar errado PARABENS , está show de bola ,JBOX O MELHOR SITE DE CULTURA JAPONESA .
Sinceramente? Achei esse um título fraco e bobinho, nem pude terminá-lo. Entes que venham falar algo, sim, eu já li vários mangás ‘kodoma’, inclusive Shugo Chara! que também é um mahou shoujo, e particulamente gostei. Mas não sei, talvez seja uma questão de gosto mesmo, fora que o traço de Sugar Sugar Rune não ajudou com que este me cativasse.
Enfim, de qualquer maneira é bom saber que o leque deste gênero está se abrindo aqui no Brasil
Mangá lindo demais! As páginas coloridas terminaram por me conquistar! :smile:
PS: Lol, eu quis escrever ‘kodomo’ xDD
faço minha as palavras da Carla sobre a cola, penssei q tinha sido azar meu xD
eu até gostei mas nao foi o melhor do genero apesar da historia bonitinha :B
mas nada supera aquelas paginas coloridas, penssei ateh q por algum milagre a Panini iria começar a lançar td colorido ASKPASKPKPASKPAS *sonhador
primeiro a Savana encomenda a morte da Allena, agora cade o Kuroi? ele nem falo mal da Savana D:
Já eu gostei e mt tanto do traço da Moyoco Anno quanto da historia, ainda mais que veio com páginas iniciais coloridas ^_^
Traga mais mangás dessa autora pro Brasil, Panini! Se não me engano, ela tá lançando no Japão um mangá chamado Gekkou Himejion, vi o traço e tá mt legal tbm xD
Enfim, na espera do volume 2, que saiu no ckecklist da Panini em outubro, mas até agora nada nas bancas nem na comix o.O
Credo… estou perdendo a vontade de comprar o manga então, mas apesar de tudo vou comprar pois sou fã da série. Espero que pelo menos a adaptação fique boa como vocês disseram na resenha…
nada a ver com o post mas eu li no site do omelete que a panini estaria negociando com a shueisha os direitos do manga de One Piece
Vi lá a news sobre OP.
Tomara mesmo que a Panini pegue OP, pq a JBC já tem Fairy Tail. E se pegar, acho que lança já em 2011.
E quem será que vai pegar Reborn e Soul Eater?
:smile: Eu gostei até pq homanegeia os animes de garota mágica da década de 70, em especial Majokko Meg-chan (que eu acho divertido, procurem no Youtube). Inclusive neste anime o mundo das bruxas tb se chama Makai (o que mostra que os japoneses consideram as bruxas como youkais) e a história mostra duas garotas disputando o título de Rainha.
:wassat: Porque fazem bimestral? O mangá já está completo. Fazem mensal e, planejam outro lançamento no lugar. Vou ter que esperar 16 meses para ter 8 edições… :angry: O mesmo acontece com Honey & Clover e outros.
Sobre o manga, ainda por comprar… :laughing:
Eu achei a adaptação da Panini bem legal, as falas da Vanilla ficaram bem “formais” e fofinhas, já a Chocola ficou bem desbocada, caracterizou bem as personagens.
E as páginas coloridas? Adorei!! Tomara que a Panini continue nesse rumo!
Sugar² Rune é muito bom, fico muito feliz com a Panini investindo no mahou shoujo. Sou mais Tokyo Mew², mas as duas são ótimas obras! <3
Adorei a resenha.
Pois é, pessoal, ninguém me matou não, só tive problemas com meu computador, mas acabei de comprar um
nightbruiknotebook, então as coisas devem se normalizar daqui a um tempo, mas não sei quando devo voltar a postar regularmente.Sobre Sugar Sugar Rune, não consigo falar mal de nada no mangá, IMHO ele é perfeito, não mudaria uma vírgula, dos títulos lançados esse ano ele é de longe o meu favorito, adoro as bruxinhas, adoro o mahou shoujo, adoro tudo com relação a esse título e o fato de melhorar exponencialmente a cada edição só aumenta o meu “fanboysismo”, sou um Sugarunetard.
SyaoranPoa, o mangá é lançado bimestralmente pq tem muitas, muitas, muitaaaas falas, então o processo de tradução toma bem mais tempo, já o processo de edição é o mais complicado, já reparou a quantidade de falas fora do balão? E não dá nem pra notar edição alguma, o trabalho está perfeito, prefiro que o mangá seja bimestral e editado de forma decente do que seja lançado mensalmente (apesar da ansiedade) e fique com um acabamento ruim. A dica agora é a Panini não exagerar mais na cola que o mangá tá lindo e perfeito.
Foi uma pena terem tirado a ilustração com a capa original, quem quiser ver pode acessar meu blog, é bem legal que a Panini tenha mantido tudo do mangá original na versão brasileira.
P.s. Vou tentar resenhar Elfen Lied durante o fim de semana.
Pois é, eu também gostei do mangá e acho que o que me chamou a atenção foi o traço da autora, tem os elementos shoujo conhecidos, mas sei lá, me pareceu um pouco mais liberto. Realmente viu-se o cuidado da Panini, aquelas páginas coloridas, puxa. Valorizou. Quanto ao “acetinado” do verso da capa e talz, não sei se alguém reparou mas o Kekkaishi que saiu naquele mês também estava assim, achei que daí em diante… Mas o do mês seguinte… Não.
Nossa, eu simplesmente me apaixonei por Sugar² Rune desde o primeiro volume! Estava me dando reviravoltas no estômago a espera do volume 2 ;~~ sério, dificilmente uma série me empolga desde a primeira edição e Sugar conseguiu essa façanha…e sim, brilhei os olhos quando vi as primeiras páginas coloridas *o*~~ li e reli e não me cansei, a história eu amei demais e o traço da Moyoco para mim é todo especial, deu algo muito a mais na história, justamente por ser diferente dos demais shoujos (apenas as pernas finas que é tipico de muito shoujo!). Sei que estou louca para continuar acompanhando, já virou meu mangá favorito dos que estou comprando atualmente =’D
Também gostei muito do mangá. O problema mesmo foi o excesso de cola na 1ª edição, fazia crak direto. Mais fora isso ta perfeito. tradução, adaptação, falas, caracterização, etc… Com páginas coloridas, adorei muito esse mimo da panini.
…
Parabéns pela resenha Kuroi, postei agora depois de 1 tempão, porque só deu pra ler hoje com calma.
Hm,bem que eu estranhei…no anime eles falam “Makai”(Um termo para inferno,como em Yu Yu Hakusho)…Então é isso.Mas sinceramente a terra natal delas parece muito mais um “Reino Mágico” XD Adoro a Chocola,o jeito das bruxinhas,a mania por doces…e os dentinhos e orelhinhas pontudas.
Enfim,estou amando o mangá e o anime,são muito fofos(Adoro shoujos meigos assim XD)Se o Animax ainda prestasse,poderia muito bem passá-lo.
Foi uma ótima escolha da Panini.