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2009 foi um ano e tanto pra Capcom, por assim dizer. Tivemos Resident Evil 5 que, apesar de fugir das raízes survival horror, é um bom título de ação. E tivemos, claro, a volta de um dos maiores clássicos de luta, com Street Fighter IV, que soube equilibrar o velho e o novo.

A Capcom planejava alguns personagens como DLC mas, por questões de equilíbrio, revisou o jogo todo e lançou em 2010 Super Street Fighter IV, que aumentou e muito o que já era bom em SF IV. E como os arcades foram de onde SF IV veio, a empresa revisou novamente o jogo e adicionou Yun e Yang (SF 3) em SSF IV Arcade Edition, até então exclusivo dos arcades japoneses.

Os fãs fizeram pressão, ameaçaram criar um holocausto nuclear se a Capcom não lançasse o jogo pros consoles e, assim, no meio deste mesmo ano, tivemos Super Street Fighter IV: Arcade Edition. Será que o jogo vale a pena o investimento ou é mais uma atitude mercenária da Capcom? É o que vamos descobrir.

Seth, um dos vilões mais perturbadores da história dos games de luta (junto com Gill, Urien e o Ash de KOF XIII) quer destruir o mundo. Ou abrir uma panificadora. Ou criar sua religião e ter um programa na TV igual ao R.R. Soares, sei lá. Nunca fiz questão de entender o enredo de Street Fighter, e não vai ser no milionésimo jogo que farei isso. Mas, como o jogo é uma revisão de SSF IV, o roteiro deve ser igual a ele, e raso feito um pires.

Quem quiser me contestar, deixa sua bronca nos comentários. E a motivação de Seth, seja lá qual for, é motivo para os 1945 lutadores diferentes de SF trocarem sopapos.

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A versão de consoles de Super Street Fighter IV: Arcade Edition tem duas novidades (personagens) em relação a versão lançada para os Arcades. São elas: Evil Ryu (que é o Ryu após se entregar a energia maligna que tentava controlá-lo na série Alpha) e Oni (que é uma versão mais malvada do Akuma).

Na prática, são apenas mais dois shotokans com golpes semelhantes aos de Ken, Ryu e os 280 shotoclones da série. Apesar da brutalidade visual de Oni, acredite, em alguns momentos chegar a ser perturbadora. Em sua pose de vitória, após vencer os dois rounds, ele pega a cabeça do oponente e bate com ela em algum lugar.

A jogabilidade funciona de forma semelhante a de SF IV que, por sua vez, foi inspirada na do clássico SF II, ou de seu irmão mais novo, SSF II Turbo, com a adição dos especiais. Se você quiser jogar de forma tradicional, pode. Mas contra alguém mais “treinado” no jogo você possivelmente perderá, pois ele tem novidades que podem e devem ser exploradas.

Primeiramente existem os focus attacks, que funcionam de maneira semelhante aos Parries de SF 3, mas que consistem no uso de dois botões simultaneamente. O domínio dos focus attacks não será de imediato e você levará um bom tempo pra aprender quando usá-los.

Outra novidade, é a barra de EX Attacks/Super Combos, localizada na parte inferior da tela. Conforme golpeia-se o oponente e recebemos dano, ela enche e tem quatro níveis. Quando enche um nível, pode se usar um EX Attack, que é um ataque comum (um hadouken por exemplo) com maior potência. Ou encher os quatro níveis e usar um Super Combo (o Shinkuu Hadouken do Ryu ou o ShoryuReppa do Ken) para mostrar quem é que manda.

E não é só isso. Também temos os Ultra Combos, que utilizam a barra de Revenge, localizada ao lado da barra de Ex/Super Combo. Conforme se apanha durante a luta, a barra de Revenge vai enchendo e quando atinge o nível necessário, com um comando (relativamente) simples e usando os três botões (de soco ou chute, dependendo do Ultra Escolhido*), executa-se um devastador combo com uma animação dramática que pode virar a luta a seu favor. E se estiver numa partida contra um amigo ao lado, poderá assisti-lo se enrolar em posição fetal e chorar profusamente enquanto você grita: “QUEM É QUE MANDA AQUI? QUEM? SOU EU!”.

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Graficamente é um assombro. O jogo utiliza o mesmo motor do SF IV Original e, acredite, de cinco anos pra cá, ele continua lindo. O estilo artístico único do jogo e os detalhes de cada cenário são de impressionar, principalmente a quem nunca viu o game. As imagens deste artigo falam por si só. Cada personagem tem um trejeito e uma maneira diferente de se movimentar. Mesmo entre as pelejas, você vai pausar naquele momento com a Chun-li, nem que seja no modo de Treino. NÃO MINTA PRA MIM, EU SEI QUE VOCÊ VAI!

A abertura do jogo deixou um pouco a desejar. Mesmo não tendo EXILE nela, ficou meio estranha aquela sequência com Ken e Ryu trocando golpes. As animações de introdução e encerramento do jogo ficaram bem legais. Fico imaginando como seria uma série nova de Street Fighter em anime, tipo, baseada nos quadrinhos da Udon.

As músicas são variadas. Por um lado, temos uns temas meio genéricos baseados em tecno, gênero que não curto, mas não tenho nada contra, visto que, combinado com certos elementos, pode ficar genial. Sabe o tema da Helena em Dead or Alive 2? Aquela mistura de Tecno e Violinos ficou show. Mas bem, outros temas do jogo são muitissimo bem executados, sim senhor. E os remixes dos temas clássicos (que são ouvidos em determinadas lutas, Ken Vs Rufus por exemplo) estão muito bem executados.

As vozes? Sim, a dublagem ficou boa. Tanto em japonês, quanto em inglês. Sendo apenas questão de preferência. Alguns personagens ficam melhor com o áudio  em inglês, outros em japonês. Então, zere uma vez e customize a dublagem.

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Se eu recomendo Super Street Fighter IV AE? É difícil. Se você já tem o SSF IV, fique com ele. Não é muito diferente. Mas se não tem uma versão de Street Fighter IV, pegue essa aqui sem medo, pois é a definitiva.

Avaliação JBox: 100%

*Em SF IV, os personagens tem apenas 1 Ultra, e em SSF IV, eles ganharam mais um.