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O gênero de beat’em up se popularizou nos anos 90 com clássicos como Final Fight, TMNT Turtles in Time, Streets of Rage, Captain Commando, entre outros que com certeza se você for um pouco mais velho deve lembrar de cabeça. Mas, nos anos 80, quando o Larc já era velho o suficiente para comprar a Playboy sem precisar fingir, foi onde tudo começou.

Influenciados provavelmente pelo filme Warriors: Os Selvagens da Noite (Sim, todo filme/série que vem ao Brasil ganha um título escroto, mais ao menos “Os Cavaleiros do Zodíaco Ômega” aqui não ganhou o subtítulo francês, mas isso é assunto pra outro dia) algumas produtoras criaram diversos joguinhos, e entre eles, Double Dragon, cria da Technos e que arrancou milhões em fichas de guris ao redor do mundo.

Nascia ali uma franquia, que fez fama no NES, especialmente com o segundo game que era melhor até que a versão de Arcade. O terceiro jogo da série, Rosetta’s Stone é bem ruinzinho, e o quarto (Super Double Dragon, e/ou Return of Double Dragon) era bom. E o quinto… Bem, eles se basearam em um Cartoon que já era ruim para fazer um jogo pior ainda.

Aí veio o infâme filme de Hollywood, que se seguiu de um fantástico jogo de luta no Neo Geo (quem lembra?).

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A partir daí a franquia caiu na obscuridade até Double Dragon Advance, remake bacana do Double Dragon original, e em 2002 rolou a homenagem no Rage of the Dragons (que era pra ser sequência do jogo de luta do Neo Geo) e novamente a franquia some. E eis que em 2012, a Majesco e a WayFoward Tech anunciam Double Dragon Neon, um reboot para a série, e no começo de fevereiro agora, por meio do Midnight City (braço da Majesco responsável pela publicação de jogos Indies) chega aos PC’s Double Dragon Neon. Será que ele vale os 17 reais cobrados?

O enredo de Double Dragon Neon definitivamente não é uma obra de arte. Mas cumpre o que se propõe. Marian, namorada de Billy, e provavelmente a pessoa mais burra da face da Terra, foi sequestrada de novo, e os irmãos Billy e Jimmy Lee tem que sair por aí causando fraturas e hematomas em meio mundo para resgatá-la das mãos de Skullmagedon.

Antes de prosseguirmos com a análise, vamos colocar tudo pra fora: a Marian definitivamente não aprende! Ela foi sequestrada, morta, desaparecida, sequestrada de novo, enfim, ela só não foi abduzida porque não era jogável em Double Dragon V: The Shadow Falls. Mas, voltemos a análise.

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Para quem está acostumado a jogar Beat’em Up’s rápidos, Double Dragon Neon é uma ducha de água fria. O jogo tem um estilo de jogo mais travado, semelhante ao de Double Dragon II, mas com muito mais opções. Você tem socos, chutes, pulo e agarrão, como golpes simples, e com eles você pode fazer algumas combinações. Mas se você não quiser apanhar mais que o Seiya, você terá de usar artifícios como as esquivas (que se feitas corretamente, darão ao jogador uma vantagem), corrida e habilidades especiais, que se dominadas e fortalecidas (com as fitas adquiridas durante a jogatina), lhe darão forças para seguir sem maiores problemas.

Neon é levemente desafiante, mas curto de um certo modo. O principal é o fator replay do jogo, com o modo cooperativo local ou Online, no qual você pode destruir sua amizade porque é pra isso que um Beat’em up serve. E se você for adepto das modernidades dos jogos, pode passar seu tempo tentando conseguir 100% das conquistas disponíveis. Acredite, vai tomar tempo e cabelos de sua cabeça.

Na questão visual, Double Dragon Neon teve um longo caminho desde as primeiras Builds do jogo (que revelavam um visual mais remetente aos originais) até chegar ao ponto atual. Tarta-se é um jogo vibrante. O Wayfoward manja de fazer animação, vide o trabalho que eles fizeram em jogos como BloodRayne Betrayal (PS3/X360), Batman: Os Bravos e Destemidos (DS), Thor (DS) e DuckTales Remastered (Multi), e embora os personagens aparentem ser bidimensionais, foi tudo construído com 3D.

As dez fases do game são bastante variadas, em visual e temática, assim como os inimigos, que com a excessão de Abobo e dos caras alados, variam não somente no palette swap (a famosa mudança de cor), mas no design, o que denota cuidado com a produtora pra não deixar o jogo tão beat’em up raiz assim.

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A trilha de Double Dragon Neon é mista. Não no sentido de músicas boas e ruins, mas no sentido de músicas antigas, que despertam um sentimento de nostalgia, e músicas compostas pro título, incluindo algumas cantadas pelos dubladores de Billy, Jimmy, Linda e Skullmageddon. E todas são ótimas, culminando numa trilha bastante variada. O jogo possui uma dublagem bem canastrona, mas não necessariamente ruim, apenas imitando as atuações forçadas de filmes de brucutus oitentistas.

Finalizando, se você precisa de mais motivos para comprar Double Dragon Neon, vamos lá: assista a esse trailer da versão do Steam  e se ainda não está satisfeito, veja a música dos créditos.

Enfim, é um jogo que vai lhe render boas horas de diversão, principalmente se disputado cooperativamente. Resumindo o game em uma palavra: RADICOOL!

Avaliação do JBox: 9,5