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A série Dynasty Warriors começou como um spin-off da série de estratégia Romance of the Three Kingdoms, no Playstation 1, mas não sendo um hack’n slash e sim um jogo de luta 3D. O game não era lá grandes coisas, e se compararmos com Soul Edge chega a ser desleal.

No ano de 2000, no início da geração PS2 surgiu o Dynasty Warriors como conhecemos. Intitulado Shin Sangoku Musou no Japão, e renomeado Dynasty Warriors 2 no ocidente, o jogo colocava você contra ONE MILLION TROOPS, e assim a Koei começou a imprimir dinheiro (ao menos no Japão).

A série seguiu ao longo dos anos, e deu origem a diversos spin-off’s, como Samurai Warriors (Sengoku Musou), Dynasty Warriors Gundam (Gundam Musou), Fist of North Star: Ken’s Rage (Hokuto Musou), Warriors: Legends of Troy (Troy Musou, baseado na guerra de Troia) entre outros.

Em 2013, a franquia chegou ao seu oitavo episódio, e nessa última semana, chegou aos PC’s, e anteriormente ao PS4 e ao PS Vita, a versão definitiva de Dynasty Warriors 8, Dynasty Warriors 8 Xtreme Legends Complete Edition.

A história é situada no período dos Três Reinos (período histórico da China entre 220 e 280 Depois de Cristo), quando a Dinastia Han chegava ao fim e diversos lordes disputavam o poder, mas apenas três deles conseguiram influência e prestígio o suficiente para se tornarem realmente imperadores da China.

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Esse período gerou um livro, que é até hoje considerado um clássico da literatura chinesa, chamado “Romance dos Três Reinos” (Sānguó Yǎnyì em chinês), em que mistura ficção e realidade. A partir daí, cabe a você, escolher um dos lados dessa briga, ou utilizar o protagonista cânone dessa versão, Lu Bu e trilhar seu próprio caminho rumo ao topo.

O jogo possui quatro modos distintos, e explicarei cada um a seguir.

O modo história permite você escolher entre os Cenários de Lu Bu, Shu, Wu, Wei e Jin e você deve cumprir as missões principais para a facção escolhida triunfar. Você não terá um personagem fixo, mas sim um grupo que dependerá do capítulo jogado, então pode começar com um personagem X e no capítulo seguinte ele não ser um personagem disponível, mas que poderá voltar em um outro capítulo e assim até o final da Campanha.

O modo livre é bom para você aumentar o nível dos guerreiros. Nele, escolha qualquer personagem e lute em qualquer batalha, desde que ela esteja desbloqueada no modo história.

No modo Ambition, você deverá construir o palácio de Tongquetai e reunir aliados em combate, numa mistura de RPG, city building e estratégia, coletando recursos para fortalecer o palácio e os combates.

Já no modo Challenge, o jogador deve cumprir determinados desafios para conseguir armas mais raras, o que pode fazer diferença nos outros modos do jogo.

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A mecânica de combate é a melhor da série Dynasty Warriors, certamente. Para os que não conhecem, explico: há um botão de ataque fraco e um de ataque forte, combos com estes dois botões enchem a sua barra de Musou e sua barra de Rage. Quando a barra de Musou estiver cheia, há o botão de ataque Musou, que desencadeia um golpe devastador que te ajudará em boa parte das pelejas contra generais.

Com a barra de Rage cheia, apertando o botão de Rage, o personagem terá seus golpes mais fortalecidos e furiosos, além de habilitar um ataque Musou mais poderoso ainda. Nisso, há as montarias e o sistema rápido de troca de armas, que igualmente pode ajudar quando muitos inimigos te rodeiam, já que a troca de armas garante um ataque eficaz para derrubar os oponentes.

Ao contrário do que muitos pensam, Dynasty Warriors não se trata apenas de ir do ponto A ao B matando tudo em seu caminho, e nas batalhas, há quase um Real Time Strategy, já que na peleja, seus aliados podem pedir ajuda e muitas vezes os objetivos e condições de vitória são alterados e você tem que correr de um lado para o outro no campo de batalha, e sua fiel montaria terá de ser bastante utilizada.

Um dos melhores pontos de DW é a história, que sem brincadeira, faria George R. R. Martin (autor da série “As Crônicas de Gelo e Fogo”) aplaudir de pé, já que estão presentes intrigas políticas, traições, mortes (passando por vários capítulos, diversos personagens morrem), e digo aqui, que se tivesse putaria explícita, eu diria que o jogo foi completamente roteirizado pelo cara, e se você tiver paciência pra ler, apreciará a história.

Antes de continuar, apontemos alguns dos defeitos do jogo, na versão de PC lançada no Steam. Primeiro, o game não possui multiplayer online, apenas o cooperativo local, o que hoje em dia é praticamente impensável se tratando de um título grande, porém um Co-op local é excelente hoje em dia, quando as empresas focam justamente apenas no Online.

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 Outra falha da versão de PC é que as huds das teclas, mesmo usando o controle oficial do Xbox 360 para Windows (que eu possuo), continuam sendo as do teclado normal. Nada que uma busca rápida na internet não ajude a remapear os botões.

Graficamente, é impressionante. Há de se lembrar, que como o jogo permite centenas de inimigos na tela sem slowdown, Dynasty Warriors 8 pode não parecer tão impressionante quanto algum outro título do PS4, mas ainda assim é mais bonito que a versão de PS3 do jogo, contando com melhores texturas. A versão para computadores já é mais parecida com a do Vita e do PS3 e ela tem de ser um pouco mais flexível, já que seus requisitos são bem baixos para um jogo de 2014.

Os cenários do jogo são bons, e bastante variados por assim dizer, só haverá uma certa repetitividade nas campanhas, pois você jogará certas batalhas pelos dois lados, mas isso é o de menos, considerando o elenco do jogo, que com exceção dos soldados genéricos, são muito bem feitos e com detalhes que os distinguem de seus oponentes.

A maior parte das cenas do jogo é gerada em tempo real e o uso das câmeras nessas cenas e as transições para as batalhas, passa toda uma empolgação que se traduz no combate, que é o mais fluído de toda a série Dynasty Warriors, com toda certeza.

Por mais que você não curta a série Warriors em si, uma coisa que deve admitir é que ela possui uma trilha esplêndida, com temas que misturam instrumental clássico, um pouco de Tecno e Muito Rock, e nessa versão há a possibilidade de usar temas dos jogos anteriores da série no modo Ambition.

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A dublagem de Dynasty Warriors sempre foi algo um pouco controverso no ocidente, já que são muitos personagens e sempre há dubladores emprestando a voz a 2 ou mais deles, mas aqui, os diálogos são muito bem executados na versão americana, e os mesmos contém emoção, algo que aparentemente os gringos não conseguem transmitir ao dublar obras japonesas.

Se você possui um Save de Dynasty Warriors 8 na sua conta da PSN e possuir um PS4 (eu duvido, mas há a possibilidade de isso acontecer), poderá levar seu save do PS3 pro PS4 na versão Xtreme Legends.

Finalizando, Dynasty Warriors 8 Xtreme Legends Complete Edition é o jogo definitivo para os fãs da série, com conteúdo o suficiente para lhe manter entretido por um bom tempo, independente de sua plataforma de escolha. O jogo está disponível para PC (Steam), PS4 e PS Vita (com multiplayer online entre PS Vita, PS4 e PS3) e no Playstation 3, apenas na versão Xtreme Legends comum.

Avaliação do JBox: 10/10 (PS4 e PS Vita), 9,5/10 (PC e PS3)