Bucky

Bucky
Jibakukun – Twelve World Story
Pequeno Jibak – A História dos Doze Mundos

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=_Vi1_NxqkMA 480 320]

Produção: Trans Arts, 1999
Episódios: 26 p/ tv
Criação: Ami Shibata
Exibição no Japão: Tv Tokyo (05/10/1999-28/03/2000)
Exibição no Brasil: Band – Rede 21

Última Atualização: 30/06/2007

Existem produções que enganam a gente. Às vezes você vai com muita sede ao pote e acaba se decepcionando. Foi meu caso com o movie Ghost in the Shell (muito bonito, mas capricharam demais na animação e esqueceram de desenvolver os personagens. É de dar bocejos- dormi durante a exibição…) e Shinzo (eu pensava que aquilo prestava! Vi o primeiro episódio, gostei e achei que era uma excelente produção. Mas a história tem mais furos que Cavaleiros do Zodíaco!!).

Do lado oposto, produções que não têm seu valor dado pela “imprensa especializada” (tô me cansando de dizer que isso QUASE não existe no Brasil. A não ser que você considere coisas como Ultra Jovem uma imprensa especializada…). Bucky, Power Stone (sim! É legalz! E o Kikonojo é hilário!) e Cyber Team in Akihabara se encaixam perfeitamente nesse time. E se tem uma coisa que os fãs de anime fazem com frequência é reclamar que tal série não foi lançada no Brasil, que temos poucos animes na tv aberta e por aí vai. Reclamam, reclamam, e quando um anime legal pinta na tv eles simplesmente o ignoram pelo fato de tal série não ser tão conhecida.

Como já mencionado, Bucky é um desses injustiçados. Originalmente chamado de Jibaku kun- Twelve World Story (Pequeno Jibaku- A História dos Doze Mundos), a série também foi largamente ignorada pelo público japonês durante sua tímida exibição na Tv Tokyo. O motivo não podia ser outro: a série sofreu por ser considerado mais um anime com mostrinhos como tema. Mas não é bem assim. Apesar da aparente semelhança com Pokémon, no caso, três amigos que saem pelo mundo com o objetivo de ser o melhor (Bucky quer ser a maior Grande Criança existente e dominar o mundo – simples ele né?), o anime vai aos poucos se revelando uma excelente produção.

À primeira vista, Bucky é uma bizarrice total. O traço, estranho pra muitos, é bem interessante, principalmente por fujir dos esquemas pré estabelecidos de personagens com traços “certinhos” e de encher os olhos. A animação, à cargo da desconhecida Trans Arts, é berrante que só vendo. Mas é aí que está o charme da série: é tão bizarra que diverte. Fugir dos padrões é a ordem.

A começar pelo personagem título, Bucky é um perfeito anti-herói do jeito que todo mundo gosta. Mal caráter, egoísta e orgulhoso, não está nem aí pros outros e só pensa em governar o mundo. É claro que ele vai mudando com o decorrer da série, acabando com a graça, quando o personagem vai ficando mais “amigável”. Mas essa é uma característica clássica, vide Vegeta e Inuyasha. Por falar nisso, esse tipo de personagem está em alta atualmente. É difícil uma produção hoje em dia que não apresente um tipo com essas características. Desde que Vegeta mostrou que nem todo personagem precisava ser certinho até a alma (e Evangelion mostrou que eles também podem ter defeitos e medos) eles se tornaram uma espécie de “Personagem Padrão”, tão obrigatório quanto a mocinha indefesa e o moleque pentelho (Kagome e Shipô?).

Ami Shibata, o autor (ou autora? Esse nome é unissex! Da mesma forma que Vanderli e Gleide também são :P) não é muito conhecido (a?) do grande público. Posso estar enganado, mas por volta de 1998 ela (ele?) publicava na Shonem Jump uma história chamada Hero. Não tenho certeza, mas o traço de Bucky e Hero são muuuito parecidos.

Curiosamente em 2010, a JBC lançou por aqui o mangá Blue Dragon ST, um dos spin-offs baseados no jogo homônimo do XBox 360. Enquanto o game e o anime carregavam o atrativo do design do mestre Akira Toriyama, Blue Dragon ST trazia e o inconfundível traço de Ami Shibata.

Bucky no Brasil (e um pouco de história televisiva inútil)
Em meados de 1999, a Band resoveu investir em programação infantil. Pra isso, além do tosquísso e depressivo Barney (sim! aquele dinossauro pé-no-saco exibido pelo Discovery Kids!), que entre outras atrocidades, lia cartinhas dos fãs brasileiros (aposto que era a produção da Band que escrevia e inventava nomes, pois ninguém em sã consciência teria coragem de escrever pra aquilo :P), o canal também pôs no ar o programa É o Bicho. Calma, não era um primo pobre do Tv Animal. Inicialmente, ele exibiria a série clássica Jornada nas Estrelas (como se as crianças fossem se interessar por isso o.O…), mas a emissora estava correndo como louca atrás de Os Cavaleiros do Zodíaco e Dragon Ball Z para serem atrações do programa (imaginem o estrago da dobradinha!). Como a situação de Cavaleiros estava enrolada por causa da falência da Manchete, a Band só conseguiu adquirir Dragon Ball Z, por meio da Creative Licensing (na época só Dálicença). E como o É o Bicho saiu do ar, a emissora se viu com um “abacaxi” (no caso, Dragon Ball Z) nas mãos e resolveu usá-lo como tapa buracos na programação vespertina, que levava surras e mais surras dos programas de culinária dos canais concorrentes.

Assim, Dragon Ball Z ganhou o horário das 3 da tarde. Mas o que a Band não esperava é que o tapa buracos alcançaria picos de 7 pontos de audiência, se tornando o programa mais visto do canal. Vendo o filão nas mãos (dezéim japonêiz se você não sacou :P) a emissora resolveu criar um programa (teoricamente) especializado nesse tipo de atração. Nascia o Band Kids, que também serviria de teste para um futuro canal infantil a ser lançado pela emissora (plano que inclusive já foi engavetado). E, no meio de Dragon Ball Z e coisas inexpressivas como Os Seis Biônicos (sinceramente, quando criança eu adorava esse desenho na época em que era exibido pelo SBT! Até brincava de 6 biotônicos com meus amiguins @_@. A sorte é que cresci e a ficha caiu…) veio o desconhecido Bucky. O mais interessante é que o anime estreou aqui cerca de 4 meses após o encerramento no Japão. Isso o coloca, ao lado de Street Fighter como os animes que mais rápido chegaram ao Brasil.

Apesar de não ter se tornado um sucesso propriamente dito, Bucky foi o anime mais bem sucedido do Band Kids além de Dragon Ball Z. Mas isso não o impediu de ter se tornado um tapa buracos na programação da emissora, dando seus últimos suspiros na grade da Rede 21.

E a história?
“Pô Crôdi, cê inrolô, inrolô e só falou abobrinha” você diz. Tá bom, tá bom, vamos para a historinha…

Em um planeta estranho, existem 12 mundos, que são exatamente na forma de um relógio, no qual cada número é um mundo diferente!! @_@ Calma que tem muito mais bizarrice vindo por aí…

Cada um desses mundos é protegido por uma “Grande Criança” como são chamadas as pessoas que caçam os Mostros Encrenqueiros, com ajuda dos epíritos, bolinhas rosas ridículas (e hilárias!) com cara de homi (?!). Os espíritos (eu chamaria de assombrações…) podem explodir os inimigos, quando arremeçados contra os mesmos.

Bucky é um garoto egoísta e orgulhoso que sonha em governar o mundo, e é inexplicavelmente escolhido por Spak (En no original), que é considerado a maior Grande Criança de todos os 12 mundos, para ser seu sucessor. A partir daí, Bucky sai com seu espírito chamado Jibak, e no decorrer da história encontra Pink e Kai, também Grandes Crianças, e juntos vão derrotando os Monstros Encrenqueiros, além de encontrarem outras Grandes Crianças durante a sua jornada.

Muitas coisas são jogadas no ar no início da série e só vão sendo explicadas no decorrer da trama, como, quem é a misteriosa mulher que aparece em um aquário segurando uma espada; de onde vêm os Monstros Encrenqueiros e o porquê da subordinação das Grandes Crianças à Torre Pontiaguda. Sem contar que o ‘vilão” da série é apaixonado pelo herói (!?). Sim, você não leu errado! Realm, o suposto vilão, quer custe o que custar acabar com Bucky, ao mesmo tempo que morre de amor pelo personagem. É hilário as cenas em que Realm fica imaginando situações “calientes” e declarando seu amor. E quase sempre é espancado nesses pensamentos. Hihihi…. Não falei que era beeem bizarro?

Apesar de uma história um tanto quanto rasa (mas que se sustenta e vai amadurecendo e se tornando interessante aos poucos) Bucky merece uma espiada. Ele não foi feito pra revolucionar a indústria e servir de exemplo, mas sim pra divertir, e nisso ele é campeão.

Checklist Episódios
01. Sou Bucky, sonho em governar o mundo
02. Pink, a outra Grande Criança
03. O ataque à cidade dos porcos
04. O monstro da rocha
05. Kai a terceira Grande Criança
06. A outra Grande Criança Dartagnan
07. Construindo um sonho para Spark
08. O orgulho é a prova do meu sonho
09. O aperfeiçoamento da técnica
10. A Grande Criança Alibabá
11. A vitória de um monstro
12. O sonho de ter um Espírito
13. A luta entre os grandes soldados e as Grandes Crianças
14. O sonho perdido de um Grande Soldado
15. A tristeza de Pink
16. O canto de uma Grande Criança
17. Acorde de seu sonho Grande Criança da morte
18. A Grande Criança Rumaru
19. A Grande Criança Lucy contra um bandido
20. O vôo da grande criança Hayat
21. O sonho da grande criança Joan
22. A ilha inflamável
23. O Rei Jibak
24. Realm o destruidor de sonhos
25. O acerto de contas com Slash
26. O sonho é apenas o inicio de tudo