G-Force – A Batalha dos Planetas – Eagle Riders

G-Force
Kagaku Ninja Tai Gatchman
Esquadrão de Ciências Ninja Gatchman

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=e2jjCMgGOYw 480 320]

Produção: Tatsunoko, 1972
Episódios: 105 p/ tv
Criação: Tatsuo Yoshida
Exibição no Japão: Tv Fuji (01/10/1972-29/09/1974)
Distribuição: Turner International (G-Force) – Sempre Propaganda (A Batalha dos Planetas)
Exibição no Brasil: Cartoon Network – Tele Uno – AXN – Locomotion – Band – Boomerang – Rede 21
Disponível em: VHS e DVD

Eagle Riders / Esquadrão Pássaro
Gatchaman II e Gatchaman Fighter

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=mEdg1oxY-sY 480 320]

Produção: Tatsunoko, 1976
Episódios: 104 (as 2 séries) e 65 (versão Eagle Riders)
Criação: Tatsuo Yoshida
Exibição no Japão: Tv Fuji
Gatchman II: (01/10/1978- 23/09/1979)
Gatchman Fighter: (07/10/1979- 31/08/1980)
Exibição no Brasil: Fox Kids – Globo

Última Atualização: 08/08/2010

Um grupo de 5 heróis com trajes especiais baseados em pássaros, combatem um invasor alienígena que quer a todo custo dominar a Terra. É claro que para isso precisam contar com suas poderosas armas e sofisticados veículos, feitos a partir da mais poderosa tecnologia existente. Changeman? Flashman? Jetman? Não. Apesar de todas as semelhanças, esse grupo atende pelo nome de Gatchaman e pode ser considerado o protótipo dos sentais, que anos mais tarde se tornariam um dos mais rentáveis gêneros de filmes produzidos no Japão. Mas voltemos um pouco no tempo…

Tatsunoko: os primórdios
Apesar de ser um estúdio bastante famoso mundo afora, a Tatsunoko nunca conseguiu fazer frente a grandes produtoras como a Toei. Na realidade, ela sempre dependeu do sucesso da série que produzia no momento para custear a próxima. Os irmãos Tatsuo Yoshida, Kenji Yoshida e Ippei Kuri fundaram o estúdio em 1962, o qual se dedicava interinamente à produção de mangás, de onde saíram sucessos como Ninja Butai Gekko, conhecido no Brasil como Agentes Fantasmas e exibido pela Globo no fim dos anos 60.

O tal Agentes Fantasmas era um mangá que narrava as aventuras de um grupo de ninjas dos tempos modernos que lutavam contra o crime e que, ao contrário de seus antepassados, usavam armas de última geração (pra época é claro…). Não demorou muito, e logo a Kokusai Eiga comprou os direitos para transformá-lo em um live-action. O sucesso foi instantâneo, e o seriado alcançou a notável marca de 130 episódios para tv, ficando 4 anos no ar, marco que permanece insuperado até hoje, já que a maioria dos live-actions não costumam passar dos sessenta capítulos. A fórmula “grupo de herois com armas sofisticas” havia sido plantada.

Com o sucesso de Gekko em live action, ao irmãos resolveram adentrar na televisão, só que dessa vez em forma de desenho animado. A primeira investida do estúdio na área da animação foi Ás do Espaço, um projeto desenvolvido em conjunto com a toda-poderosa Toei, que pulou fora no úiltimo instante, obrigando a Tatsunoko a tocá-lo sozinho. Com a boa repercussão do anime, o estúdio começou a trabalhar mais intensamente com essa área, lançando várias séries como Guzula, Kurenai Sanshiro (O Judoca, no Brasil) e Speed Racer. Mas os tempos de glória só viriam nos anos 70, período no qual o estúdio finalmente conseguiu emplacar grandes sucessos que a sustentariam por muito tempo, como Time Bokan (lançado em DVD no Brasil como “A Fantástica Máquina do Tempo”) e Gatchaman.

O esquadrão pássaro
Muitos consideram Gatchaman (que quase foi batizado de Birdman), como um super sentai em anime. Pra quem não sabe, super sentai significa super esquadrões e é o nome dado a séries como Flashman e Changeman. Analizando o anime a fundo, até podemos concordar com tal afirmação. O grupo é formado por cinco heróis vestidos com roupas extravagantes inspiradas em pássaros e combatem um invasor alienígena (no caso, Gallactor, um vilão que tem cara de travesti!!).

Coincidências ou não, a série fez muito sucesso no Japão e repetiu a dose no restante do mundo tornando-se cult em vários países. Além do anime original, de 1972, ainda foram produzidas mais duas sequências: Gatchaman II, em 1978 e Gatchaman Fighter, em 1979, todas de muito sucesso. Após as três séries, os heróis pássaros ainda ganharam um remake turbinado em 1993, na verdade, um OVA em três partes (aproveitando a onda de se lançar especias em vídeo de animes e tokus de sucesso dos anos 70). Nesse OVA os personagens aparecem com um visual mais moderno e adulto.

No anime original, os 5 jovens Ken (Ken Eagle), Joe (Joe Condor), Jinpei (Jinpei Swallow), Ryu (Ryu Horned Owl) e Jun (Jun Swan), recebem do Dr. Nanbu Kozaburo a missão de protegerem nosso planetinha do vilão espacial Gallactor (que usava até batom! Simplesmente, um lu-xo!) que, pra variar, quer dominar o mundo. As histórias seguiam mais ou menos como um tokusatsu normal, com o monstro do dia sendo derrotado pelos heróis. Claro que haviam alguns arcos de história, como a busca de Ken pelo seu pai e a morte de Joe Condor no final (sim, o cara morre!! Centenas de japas que eram crianças nos anos 70 assistiram isso e ficaram traumatizados! Ao crescerem, eles foram trabalhar na produção de Patrine XD). Mas, graças à Sandy Frank (e posteriormente à Turner), tudo isso foi pro limbo (e de consolação ganhamos a companhia de um robô bicha ;]). Não entendeu? Continue lendo…

No Mundo
Fora do Japão, o anime comeu o pão que o diabo amassou com o rabo (:P) e ganhou 3 versões diferentes, que confundem a cabeça dos menos atentos (até porque ninguém tem obrigação de saber, né?). Mas como somos bonzinhos, vamos explicar detalhadamente a bagunça:

No fim dos anos 70, graças ao sucesso de Star Wars nos cinemas, Gatchaman foi importando para os EUA, pelas mãos da Sandy Frank Productions, que o batizou de Battle of The Planets. Já está chato falar isso mas, como tudo que vai parar nas mãos dos gringos, a tesoura comeu solta. Só que eles se empolgaram tanto que alguns episódios chegavam a ficar com menos de 20 minutos de duração (alguém aí falou em Samurai X na Globo?).

A solução para tapar o buraco deixado pelos cortes foi inserir uma animação feita pela própria produtora. No caso, colocaram um robozinho chamado 7-Zark-7 (que só não é mais tosco que a Sailor paraplégica do Sailor Moon americano da Saban :P. Aliás, esse robô parece uma versão traveca do R2 D2 de Star Wars – que estava em alta na época.) para narrar a história, resolvendo assim, o problema de tempo. Imagina se a moda pega e a Globo coloca a Garrafinha narrando Samurai X :P…

Os 105 episódios que compõem a primeira série foram reduzidos para 85, tamanho foram os cortes. Como já disse, tesouraram a parte onde Joe Condor é morto, o clímax do anime. Curiosamente, no sentai Jetman – O Esquadrão Pássaro (hehe), o Black também morre no último episódio. Homenagem ou chupão?

Apesar da tosquisse, Battle of the Planets repetiu o êxito que Speed Racer fez anos antes na terra do Tio Sam. Curiosamente, Speed não fez sucesso no Japão, ao contrario dos EUA, onde virou um marco.

No início dos anos 80, a Sandy Frank não estava boa das pernas e acabou vendendo seu acervo para a Turner que, vendo a bagunça feita com Gatchaman, resolveu fazer sua versão. Pegaram novamente a série original e tesourinha aqui, tesourinha alí, acabaram por dar vida aos mundialmente famosos G-Force. Apesar dos cortes continuarem, essa versão conseguiu ser menos intragável que a anterior, e graças à Ted Turner (:P), tiraram o patético 7-Zark-7. Só que nem tudo eram flores. A Sandy Frank não vendeu a trilha sonora pra Turner e a solução foi improvisarem um “batiestuca” insuportável que irrita qualquer um que se dê o trabalho de assitir a série. A música (??) é a mesma para cenas de ação, de drama, de comédia…. :P

Finalmente (ufa!), em meados dos anos 90, a distribuidora Saban fez um acordo com a Tatsunoko para distribuir algumas séries do estúdio no ocidente. Nesse pacote, ela adquiriu Bob – O Gênio, Pinocchio, Tekkaman e outras produções. No meio do rolo também constavam as séries Gatchaman II e Gatchaman Fighter. Como tais não poderiam ser lançadas com o nome G-Force (já que todos os direitos relativos a ela hoje pertencem à Turner), a Saban espertamente tratou de resolver o problema da sua maneira: cortaram cenas, alteraram diálogos e fizeram a festa, unindo Gatchman II e Gatchman Fighter num esquema parecido com o que foi feito com Robotech. Apesar da união de duas séries que juntas somariam 104 episódios, a Saban fez o ”milagre” de reduzir tudo para 65, graças a tesoura eficiente dos produtores, e à exclusão de vários episódios considerados politicamente incorretos (o falso moralismo americano…). No final, toda essa salada recebeu o nome de Eagle Riders e foi lançada no ocidente sem nenhum alarde (merecidamente).

O sucesso nos EUA ainda se mantém até hoje, e a algum tempo atrás houve até uma HQ que uniu os heróis-pássaros com os Thundercats (?!). Se não fosse o bastante, há ainda uma série de ilustrações de babar feitas por Alex Ross, autor dos belos (porem chatuz…) Marvels e O Reino do Amanhã. Nessas ilustrações, todas pintadas à mão, têm-se a impressão que os personagens são reais e causaram furor mundo afora, tamanho a sua qualidade. Algumas dessas HQ’s foram lançadas no Brasil, entre elas uma em que o quinteto se encontra com a heroína da Image, Witchblade @_@”.

Em 2008, a Imagi (estúdio responsável pelo longa animado das Tartarugas Ninja) anunciou a produção de um longa-metragem em CG baseado nos heróis. Com um teaser de encher os olhos, muita expectativa foi criada em cima da produção, mas o alerta vermelho bateu à porta do estúdio. A Imagi já acumulava milhões em dívidas quando apostou todas as fichas no longa de Astroboy (ícone dos animes e cria máxima do mestre Osamu Tezuka). Com a baixa repercussão do robozinho em cinemas de todo o mundo, já era dado como certo o cancelamento do filme da G-Force e a falência do estúdio. Porém, pegando todos de surpresa, a Imagi revelou mais um teaser em 2010, anunciando a estreia do filme para 2011. Será que dessa vez sai? Em tempos… Não confunda com um filme de ratinhos que a Disney lançou em 2009. =P

No Brasil
Por aqui a bagunça não foi diferente. G-Force (o da Turner), chegou em meados dos anos 80 por intermédio de várias fitas de vídeo, as quais foram lançadas até por volta de 1995. Nessa mesma época, o Cartoon Network passou a exibir a série em sua programação (que era formada quase 100% por desenhos clássicos da Hanna-Barbera), só que com o nome de G-Force – Defensores do Espaço. Pouco tempo depois, a série passou a ocupar a programação do extinto TeleUno e de seu sucessor, o AXN. Por fim, o anime teve uma passagem meteórica pela Locomotion, foi jogado às moscas nas madrugadas de sábado para domingo do Cartoon, e, finalmente chegou ao Boomerang. Ufa!

A obscura Kives lançou 1 volume da série em DVD. Como sempre, só áudio em português e nenhum extra. Aparentemente o disco foi ripado do VHS, pois a imagem não lembra em nada a qualidade digital proporcionada pelo formato

Em setembro de 2003 a versão Batalha dos Planetas (a “original”) chegou ao Brasil via Band que o colocou no horário nobre, tapando buraco no lugar de Slayers. Todo mundo ficou chocado ao ver coisa tão mal feita (o desenho é velho, né?) e tão mal adaptado (não falavam coisa com coisa… ). Sem contar com a impagável presença do R2 D2 travesti… A coisa foi tão feia (literalmente XD) que o anime saiu do ar rapidinho, indo para a Rede 21 tapar buraco por um breve período.

Já a versão editada pela Saban, o tal Eagle Riders, foi exibido por um bom tempo na Tox Kids (com “T” mesmo :P ) e em seguida migrou pra Globo com o nome de Esquadrão Pássaro, onde era exibida ao meia dia só pra quem tinha parabólica.

Apesar da capenguisse, se não houvessem os Gatchman, provavelmente os sentais não seriam o que são hoje. Humm… De certa forma, talvez o mundo fosse melhor XD.