Granzote e os Guerreiros da Luz

[div coluna1]Granzote e os Guerreiros da Luz
Madoh Oh Granzort (Rei Mágico Granzort)
Produção: Sunrise, 1989
Episódios: 41 p/ tv
Criação: Hajime Yatate
Exibição no Japão: NTV (07/04/1989-02/03/1990)
Distribuição: Vídeo Arte
Disponível em: VHS

Última Atualização: 18/10/2007

Por Tio Cloud

É de cair o queixo a quantidade monstruosa de animes lançados no Brasil em VHS ao longo dos últimos 20 anos. Destes, mais de 50% são praticamente desconhecidas do público fã de anime. Algumas passaram batidas e outras foram tão descaracterizadas pelas distribuidoras que ninguém se dá conta que são produções japonesas.

Acontece que, devido ao ‘boom do VHS’ no fim dos anos 80 e início dos 90, as distribuidoras de vídeo lançavam no mercado tudo que podiam, e isso tinha dois lados. O bom era, logicamente, a grande diversidade de títulos. Só que nem sempre esses lançamentos tinham continuidade, ou seja, geralmente não ultrapassavam dois ou três volumes. E devido à quantidade de produções, muitas vindas de várias fontes ao redor do mundo, ninguém conseguia ter certeza de que tal produção era anime ou não. Foi dessa forma que coisas como o Cyborg 009 clássico, Cristóvão Colombo e Dragon Boy (o primeiro Dragon Quest!) chegaram aqui. Nunca ouviu falar de nenhum? Calma, é pra isso que o JBOX existe. ;)

Perdido em VHS…
Quando Os Cavaleiros do Zodíaco se tornaram uma febre no Brasil, várias distribuidoras resolveram se arriscar no mercado de animes, entrando de cabeça na ‘onda do VHS’. Neste período, dezenas de produções chegaram às locadoras de todo o país, como Fatal Fury, Samurai Shodown, Locke, Babel II, Robô Gigante (o anime bacanudo) entre outras. Um desses lançamentos repetiu o destino das produções lançadas no fim da década de 80/início da de 90, e passou despercebido pelo grande público: Granzote e os Guerreiros da Luz.

Madoh Oh Granzort, nome original da série, foi produzido pela Sunrise, estúdio que no seu currículo conta com séries de peso como Gundam e Cowboy Bebop, entre outros grandes clássicos. Granzote (como ficou ‘conhecido’ no Brasil) possui um visual bem kawaii (bonitinho, que geralmente agrada mais às crianças e as garotas, que dão a alma pra ter um bonequinho fofinho do seu personagem favorito =P), e foi visivelmente projetado para atrair um público mais novo. Apesar de esbanjar fofura, o anime consegue ser uma boa opção pra quem procura algo pra passar o tempo. Mas só.

A historinha
O garoto Daichi Haruka tem 11 anos, é vidrado em skate e vive se aventurando pela cidade (de Tokyo XD) à procura de diversão. Mas, ele é misteriosamente transportado para a Lua, e se vê envolvido em uma guerra entre duas tribos: a Mimi Naga e o Clã Perverso (essa dublagem brasileira é tão original…) que pretende assumir o poder da Lua sob a liderança de Aguramant. Lembrou do Shurato, né? Aliás, o anime do Rei Shura estava indo ao ar no Japão na mesma época… Mas, abafa… XD

Para impedir os planos do vilão, a bruxinha V-May trouxe o garoto da Terra (não era mais fácil chamarem o exército americano ou alguém mais útil que um moleque? Ah tá, estamos assistindo a um desenho japonês… XD ), e pede que ele ressuscite o Rei Feiticeiro da Terra e do Fogo Granzote (Granzort no original) para assim, salvar o satélite terrestre da dominação total.

Uma das coisas mais legais do anime é o fato de que quando Daichi está dentro de Granzote, todos os movimentos do garoto são simulados pelo robô em uma única sincronia. Hoje isso não traz impacto algum, mas era muito inovador pra época. Além disso, os produtores devem adorar cenouras, pois as utilizam constantemente na série, nos locais mais inimagináveis possíveis (para estimular o consumo, talvez? Lembram do Popeye e o caso do espinafre? XD…). Mas essa obsessão pelo vegetal era referência àquela lenda japonesa de que na Lua vivem coelhos…

No meio de sua missão, Daichi recebe a ajuda de Gasu, piloto de Winzart, o Rei Feiticeiro do Vento, e o loirinho Rabi, piloto do Rei Feiticeiro da Água Aquabeat. Granzote usa a espada Eldykaiser, Aquabeat uma lança e Winzart um arco que dispara rajadas de energia. Vento… Água… Fogo… Ei, acho que Rayearth bebeu dessa fonte… Sem contar que quando ‘transformados’, os trajes dos garotos lembram muuuito os das meninas do Clamp na fase final da evolução de suas armaduras. Chupão? Fale isso pros fãs do Clamp e será torturado eternamente…

Só que o vilão Aguramant também tem seus três generais (afinal, que vilão em sã consciência iria tentar dominar o mundo – ops, a Lua – sozinho?): Shaman, Enumma (uma bruxa que tem o poder de controlar os insetos) e Nabu, um brutamontes que controla criaturas feitas de barro.

O anime
Apesar de uma animação um pouco fraca (mesmo para a época) e uma história ‘meio’ manjada (fui bonzinho, eu sei…), Madoh Oh Granzort fez um sucesso relativo no Japão quando exibido na NTV (a mesma que exibiu Cybercop e Zillion por lá) de abril de 1989 até março de 1990, totalizando 41 episódios. Prova do sucesso foi o lançamento de um especial (considerado o capítulo final do anime) entitulado Grandzort: Non Stop Rabi, e dois OVAs (original video animation ou animação feita diretamente para o mercado de vídeo): Final Magi Battle e Grandzort Adventure, esse último em 3 partes, lançado 2 anos após o fim da série de tv. A série ainda rendeu um movie de duas horas que chegou aos cinemas japoneses pouco após o fim da exibição televisiva.

Enquanto esteve no ar, o anime ganhou vários prêmios em sua terra natal, entre eles, o de quarto melhor anime de 1989, sexto melhor anime de 1990 pelo voto popular, e nona melhor série de tv de 1990. Se levarmos em conta que neste período mais de 60 séries foram ao ar na tv japonesa o anime foi um verdadeiro sucesso.

A série foi concebida pela própria equipe de criação da Sunrise, que assina sob o pseudônimo Hajime Yatate (ou seja, quando ver por aí que um anime foi criado por esse cara, saiba que ele não existe, é uma equipe, da mesma forma que a Toei usa o nome Saburo Hatte para designar a equipe de criação de seus tokus) e como quase tudo da empresa, não veio de um mangá, sendo criado diretamente pra tv.

No Brasil
Como disse, o anime veio no rastro da febre anime provocada pelos Cavaleiros do Zodíaco, e pra tirar uma casquinha, a distribuidora Vídeo Arte colocou na capa da fita a pretensiosa frase: “Mais ação que Cavaleiros do Zodíaco”. Huahuahuahua… Quem vendeu a série pra eles conseguiu tapeá-los. E quem alugou pensando na propaganda da capa ficou com cara de tacho XD. Se bem que depois de ‘A nova rainha dos baixinhos’ na capa do VHS da Patrine, nada mais surpreende…

Um dos destaques da versão nacional era o elenco de dubladores, hoje adorados (e também odiados, já que viraram arroz de festa e estão em tudo quanto é versão brasileira) pelos otakus: Wendell Bezerra (Goku adulto e Trowa Barton de Gundam Wing) como Gusu; Marcelo Campos (Duo de Gundam Wing, Mu de Cavaleiros do Zodíaco, Shurato e Yugi)) como Daichi, e Marli Bortoleto (a Sailor Moon da Gota Mágica, Hilda de Polaris e Angélica de Rugrats/Os Anjinhos) como Cenourinha.

Infelizmente, o anime nunca chegou à tv e nem chegará, visto que é uma produção um tanto quanto “velha”, além de ter sido licenciada apenas pro mercado doméstico de vídeo. Mas, o que importa é que a Bandai conseguiu o que queria, vender ‘bonequinhos Gundam’, a um público mais novo, que geralmente não se interessava pela série de mechas da Sunrise.

Você não leu errado, Granzote foi considerado a versão kids de Gundam, mas sem aquela velha história de guerras espaciais e política, sendo voltada para o público infantil. Duvida? Palavras da própria Sunrise.

[/div][div coluna2]

[youtube:http://br.youtube.com/watch?v=webmBzxoUyY 255 214]

[youtube:http://br.youtube.com/watch?v=cc8L0TGDHxY 255 214]

[image]

[image]

[image]

[image]

[image]

[image]

[image]

[/div]