O Oitavo Homem / Oitavo Homem – After

[div coluna1]O Oitavo Homem
8-Man (Eitoman)
Produção: TCJ/Eiken, 1963
Episódios: 56 p/ tv
Criação: Kazumasa Hirai (Roteiro) e Jiro Kuwata (Arte)
Exibição no Japão: TBS (07/11/1963-31/12/1964)
Exibição no Brasil: Globo
Mangá: Shonen Magazine

Oitavo Homem – O Policial do Futuro
8-Man After (Eitoman After)
Produção: JC Staff / Sanctuary, 1993
Episódios: 4 p/ vídeo
Exibição no Brasil: Multishow
Disponível em: Vídeo e DVD
Distribuição: Mundial Filmes

Última Atualização: 19/09/2007

Por Tio Cloud

Quando se fala do Policial de Aço Jiban, logo vem a mente o rótulo de “Robocop japonês”. É bem verdade que a Toei lançou a série depois do sucesso do clássico filme de Paul Verhoren. Mas saibam vocês que o filme Robocop não possui um roteiro tão original quanto vocês possam pensar… A história do ”policial-no-corpo-robótico” surgiu quase 30 anos antes da estreia de Murphy nos cinemas mundiais, no mangá 8-Man, e foi descaradamente chupada pelos americanos.

As aventuras do Oitavo Homem começaram a ser publicadas no Japão em 12 de maio de 1963 na revista Shonen Magazine da editora Kodansha. Criado por Jiro Kuwata (autor de Gekko Kamen, o primeiro herói de tokusatsu da Toei, e desenhista de uma série em mangá do Ultra Seven) e Kazuma Hirai (que antes fora assistente de Shotaro Ishinomori), as aventuras do policial ciborgue logo se tornaram um grande sucesso.

A história
O policial Azuma tem a missão de proteger o Dr. Tani (Genius nos EUA… Os gringos e esses nomes mirabolantes…) um cientista que, além de ser a cara do Cid Moreira (XD), está criando um tipo de super androide. Só que o policial acaba sendo assassinado por gangsters durante o “serviço”. Comovido com o gesto de bravura do policial, que morreu tentando protegê-lo, o cientista coloca a mente de Azuma no corpo do robô que estava construindo, nascendo assim o Oitavo Homem, um super androide com poderes sobre-humanos.

Apesar de possuir um novo corpo e super poderes, Azuma não consegue se lembrar do passado – coisa que vai acontecendo aos poucos no decorrer da série.

No elenco ainda destaca-se o chefe de polícia Tanaka (que nos EUA virou Thumblethumbs x_x. Como é que os dubladores conseguiam pronunciar isso??) e a secretária de Azuma, Sachiko, que fazia a namorada da vez (todo anime tem que ter uma). O arqui-inimigo do herói era o Dr. Demon um cientista da organização Intercrime, que dedicava sua vida a derrotá-lo.

O anime
Seis meses depois de estrear no mangá, O Oitavo Homem ganhou sua versão animada hyper-pobre. Era mal feita até pros padrões da época! O anime estreou em preto e branco no canal TBS, e nasceu das mãos da produtora TCJ. A animação preservou, na medida do possível, as mesmas características do mangá e, com exceção da última saga dos quadrinhos, todas as outras foram transportadas pra tevê.

Além da animação pobre, a dublagem japonesa era bastante deficiente, não sendo muito raro ver a boca mexer sem sair uma palavra e vice-versa (não mudou muito em mais de 40 anos ^^). Vale citar que o anime suavizou um pouco o clima sombrio do mangá original, e há episódios que destoam totalmente da proposta da série, beirando o ridículo. Aliás, no mangá, as histórias iniciais eram bastante misteriosas e pouco revelavam sobre a origem do herói. No anime, o drama psicológico vivido por Azuma após ter se transformado em um robô é praticamente descartado, enquanto que na versão original, essa é uma das principais questões exploradas pelo roteirista Kazuma Hirai.

Nos EUA a série chegou dois anos após sua realização, em 1965. Um dos fatos mais interessantes é que a adaptação do japonês para o inglês praticamente não existiu. Conta a lenda que as histórias americanas teriam sido “inventadas” por um punhado de roteiristas da distribuidora ABC Films (a Saban da época, junto da Translux que lançou Speed Racer por lá XD) a partir das cenas exibidas. Tal fato pode ter um fundo de verdade, pois aqui no Brasil coisa parecida aconteceu com Guzula, alguns episódios de Shadow Boy e A Princesa e o Cavaleiro, que vieram sem os scripts originais, obrigando os dubladores a inventarem diálogos a partir das situações exibidas. Verdade ou lenda, a série não escapou da tesoura e cortaram várias cenas considerados fortes demais para as crianças, reduzindo de 56 pra 52 capítulos. Legal,né?

Um dos pontos mais polêmicos, e que até hoje é discutido em fóruns e sites, é a questão do cigarro que o personagem utilizava para recarregar as forças. Hoje, muitos sites dedicados ao herói referem-se a ele (o cigarro :P) como uma cápsula de energia. O que não deixa de ser uma desculpa para “limpar a barra” do personagem, que desde então, passou a ser considerado “politicamente incorreto”. Afinal, desde quando uma cápsula tem o formato de um cigarro e precisa ser acesa pra ser usada? Desculpa mais esfarrapada impossível… Se o anime fosse lançado hoje, com a onda do politicamente correto que invadiu as distribuidoras gringas, tal “cápsula” seria, no mínimo, substituída por um pirulito digital daqueles que o Kiko do Chaves ganhava.

Interessante notar que, mesmo com todos os cortes, a versão mongol americana manteve intacto o cigarrinho maldito do herói. Motivo? Bom, na época, o cigarro não era considerado um mal mundial como hoje e os canais americanos chegavam a inserir comerciais dos mesmos em diversos desenhos animados (lembram que no Pica Pau há até um comercial de cigarro em um episódio?).

No Brasil, a série chegou no fim dos anos 60 na Rede Globo, se tornando um dos primeiros animes e chegar na nossa tv. Só que, como as emissoras compravam os desenhos editados nos EUA, a nossa versão foi a mesma dos gringos, ou seja, não seguia a história original.

8-Man After
Em 1993, trinta anos depois do lançamento do mangá original, o herói ganhou um OVA em 4 capítulos intitulado 8Man After. Nessa produção, que à primeira vista é uma continuação da série original, temos um novo Oitavo Homem – Hazama – um detetive particular que bateu as botas tentando salvar Sachiko (a “namorada” do Oitavo Homem original). Ele tem sua mente implantada em um corpo ciborgue, assim como seu antecessor.

A animação é bem caprichada e a produção esbanja violência. É braço arrancado de um lado, perna de outro… É interessante ressaltar que 8-Man After é uma continuação do mangá original, não da série dos anos 60. Isso pode ser notado porque cada capítulo de After tem início com as lembranças de Sachiko, as quais mostram ela relembrando quando o herói desapareceu após revelar a ela sua identidade. Detalhe: isso só havia ocorrido no último volume do mangá, pois a série de tv termina de forma diferente, não relatando tal acontecimento.

O OVA foi lançado em VHS anos atrás no Brasil em uma única fita contendo os quatros episódios editados como um longa metragem. Um tempo atrás, a Mundial Filmes relançou o VHS em um DVD que, apesar de não possuir extras (e ter apenas o idioma dublado em português), é um item que não deve faltar em nenhuma coleção. O DVD foi reimpresso por umas três marcas diferentes, mas todas não passam de nomes fantasias da própria Mundial. Essa produção também foi exibida pelo Multishow durante um bom tempo ao lado de Macross Plus e Babell II na extinta sessão Japanimation.

Como curiosidade, o herói ainda ganhou um longa-metragem live-action, produzido em 1992, um ano antes do lançamento do OVA. É beeem bizarro e lembra bastante séries tokusatsu, e ainda gerou um jogo bem capenga pra Neo Geo no estilo “briga de rua”. O filme foi lançado nos EUA, mas é bem raro de se encontrar (devido à ruindade mesmo…).

Agora que você já sabe que o Robocop não passa de uma chupada dos americanos, não saia por aí desmerecendo o policial de aço que apanhava mais que tudo. Cópia por cópia…

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