Shurato

[div coluna1]Shurato
Tenku Senki Shurato (Relato da Guerra Espiritual Shurato)
Produção: Tatsunoko, 1989
Episódios: 38 p/ tv
Criação: Hirosho kawamoto e Go Mihara
Exibição no Japão: Tv Tokyo (06/04/1989-18/01/1990)
Exibição no Brasil: Manchete – Rede Tv!
Distribuição: Tikara Filmes
Mangá: Shonen Ace
Disponível em: VHS

Última Atualização: 08/06/2010

Por Larc Yasha

No final da década de 80, Saint Seiya (os nossos Cavaleiros do Zodíaco) eram um sucesso notório no Japão. Visando faturar em cima desse sucesso, outras produtoras concorrentes da Toei Animation resolveram lançar seus “Cavaleiros” também. Em 1988, a Sunrise (produtora da famosa franquia dos Gundams) lançou Samurai Troopers, que atingiu bastante êxito em sua exibição na tv japonesa. Observando que a fórmula rendia um sucesso garantido, a Tatsunoko Productions (que fez clássicos como Speed Racer e a saga espacial Macross) não pensou muito em animar um “oportuno” mangá desenhado por Hiroshi Kawamoto. E assim, em abril de 1989 estreava na Tv Tokyo, Tenku Senki Shurato sendo a última série de um gênero que alguns chamam de “spirit”. Não vendo lá muitas diferenças entre os “Saints” da Toei, o público cansou de séries nesse estilo, e na década de 90, nada mais de “Cavaleiros com Deusas Sagradas” foi produzido em termos de “animes” (Aliás… Não vamos dizer NADA em absoluto. Derrepente Seiya tem um primo errante por aí desconhecido por nós…^^ ).

A Tatsunoko reuniu um time de feras (da época) para produzir o anime. O design das armaduras (esquisitinhas, por sinal, mas mesmo assim bem bacanas, apesar de todo mundo se perguntar como eles se movimentam vestindo aquilo XD) ficou à cargo do estúdio Ammonite que trabalhou na série Southern Cross – a qual os americanos incorporaram ao anime Macross para criar o “transgênico” Robotech. A direção ficou por conta de Takao Koyama (que dirigiu a 1ª série animada de Dr. Slump, baseado no mangá de Akira Toryama) e a supervisão do trabalho ficou por conta do “lendário” Ippei Kuri (do revolucionário anime sci-fi Gatchman – o nosso G Force / Batalha dos Planetas). O resultado do trabalho desse time pôde ser conferido nos primeiros episódios da série… O padrão de qualidade é tanto, que chegava a estar no mesmo patamar de alguns longas animados – os quais os padrões de animação são sempre postos como ISO 9002 (rs). Pena que ao longo da série, a qualidade despenque tão rápido quanto uma bigorna do alto de um prédio… Comparando o 1º com o último episódio do anime, fica até difícil de acreditar que se trata da mesma produtora que o fez!

On Shura Sowaaaaaaaaka!
Shurato Hidaka e Gai Kuroki são dois amigos de infância que são apaixonados por artes marciais. Quis o destino que ambos entrassem em um torneio (pra lá de parecido com a Guerra Galáctica de Os Cavaleiros do Zodíaco…) e ficassem frente à frente em um duelo. Demonstrando o melhor de suas técnicas, a luta não é definida porque ambos jovens somem no ar em plena apresentação!

“Transmigrados” pelo poder da Deusa Vishnu, Shurato e Gai vão parar no Tenku Kai – O Mundo Celestial. Shurato desperta em um lindo campo florido com o beijo de uma estranha garotinha de cabelos esverdeados – a Rakushu (que virou Rakesh na versão brasileira).

Tremendamente perplexo com tudo que assiste com seus olhos (inclusive as estranhas vestes que porta), Shurato não tem tempo para ouvir muitas explicações de Rakesh sobre onde está ou como foi parar ali: um misterioso homem trajando uma armadura negra ataca Shurato com uma espada. Adivinha quem é?

Shurato se defende com uma pequena peça de metal que estava em sua cintura (o Veda). Do nada, o artefato vira uma espécie de “tapete voador turbinado” (!) que é nada mais nada menos que o veículo sagrado (Baruda) de transporte dos… Deuses e Reis indianos! A misteriosa voz que Shurato ouviu no momento da “transmigração” ecoa na mente do herói e ao gritar “On Shura Sowaaaaaaaaka!”, o baruda vira uma estranha couraça que cobre o corpo do rapaz e ainda vem com uma arminha muuuuito da esquisita que o permite lutar “de igual para igual” com o oponente.

Maaaaaaas (ai que começa a estragar, a estória) Shurato se recusa à enfrentar Gai e prestes à ser morto, ele é salvo por um outro “esquisito fantasiado” que nem ele: Reiga (Leiga no Brasil) o “Rei Garuda” (Garuda é uma ave sagrada similar à Fênix. Pra evitar comparações óbvias, a versão brasileira passou à chamar Leiga de Rei Karla até porquê “Garuda” é um nome meio feiosim). Shurato é levado ao Palácio daquela que o trouxe ao Mundo Celestial e lá recebe uma explicação: ele é um dos 8 Hachibuchu (Guardiões Divinos), a tropa de elite de defesa da Deusa da Harmonia Vishnu. Nessa tropa também estão Leiga (Rei Karla), Ryuma (Rei Dragão), Ryôga (Hyuga no original– Rei Celestial); Lengue (Rainha Unicórnio de Nalla); Kenya (Kuya no original; Rei Búfalo Dappa); Dan (O Rei Rinoceronte de Hibaa) além de Gai (o Rei Lobo Yasha – nada haver com o Inu Yasha, ok? Se bem que no Brasil coincidentemente o “Rei Yasha” tem a mesma voz do “Inu Yasha”… rs ^^).

Por motivos desconhecidos, Gai foi tragado para o lado da escuridão da Deusa das Trevas Shiva que planeja começar uma guerra com seu povo divino de Asra contra o povo divino de Dheva de Vishnu. Há 10.000 anos, Vishnu venceu a guerra e trancafiou Asra e sua deusa no Palácio da Mudança. Mas agora uma nova batalha está prestes a começar e se Dheva perder, a Terra (que é como um espelho do Mundo Celestial) sofrerá também as conseqüências! Shurato – diferente de um Seiya da vida – não aceita muito bem toda aquela “maluquice” e só pensa em voltar pra casa em companhia de Gai. Só que ele acaba se envolvendo BEM mais do que queria nessa guerra quando o assessor direto de Vishnu – Mestre Indra – transforma a deusa em pedra e o culpa por isso. Shurato foge do palácio junto com Rakesh e Ryôga que presenciaram tudo e são caçados por todo mundo celestial.

Nessa caça, os guardiões Ryuma e Leiga acabam se juntando ao trio, formando o quarteto (quinteto com a apaixonada Rakesh) que luta para que a verdade seja mostrada ao mundo! Depois de muuuuuuitas batalhas (e encontros de Shurato e Gai que lembram os encontros de Shun com um Ikki ainda maligno!) os heróis conseguem derrotar Indra (o grande articulador do caos instaurado na 1ª metade da série). Shurato vence Gai (depois de tanto apanhar, ele se toca que o amigo já “era”) e Vishnu volta ao normal… Mas aí que começa pra valer o anime! A guerra explode, e os 7 guardiões divinos de Vishnu lutam contra todo poderio da armada negra de Shiva. Oportunamente, um tal “Shakti” (nome das armaduras) do Deus da Criação Brahma ( Brafma no Brasil – pra ninguém confundir com a cerveja!) “surge” e passa a ser cobiçado por ambos lados. Shurato e seus amigos partem para conquistá-lo antes que Gai – sim, ele foi vencido, voltou ao normal por uns instantes, mas foi tragado pelas trevas de Shiva… Outra vez! Por isso o cara continuou “do mal” – o pegue, uma vez que ambos são os “sucessores” do Deus da Criação!

O Shakti supremo se encontrava em um tipo de dimensão paralela e a turma corre contra na disputa pela armadura que decidirá o rumo da guerra. Depois que pegam sua armadura de Sagitário… Ops… o Shakti de Ouro de Brafma (:P), Shurato retorna ao Mundo Celestial no clímax da batalha. Não vou falar muito mais que isso, pra não estragar as (poucas) surpresas que o desfecho do anime guarda.

Semelhanças e Diferenças
Lendo esse resuminho (no qual eu até me empolguei, em escrever… Dava pra fazê-lo em dois parágrafos!) você pode notar algumas semelhanças com Cavaleiros. Assistindo a série então, as coisas ficam mais óbvias ainda… Eu não mencionei, mas tal como os Cavaleiros possuem sua “cosmo energia” para queimar, os “reis” de Shurato possuem uma energia chama Soma que liberam em suas batalhas. Essa energia praticamente rege o mundo celestial, sendo que Shiva e os seus seguidores também o possuem, só que na “versão” negra.

Como Shurato sempre é massacrado como uma mera cópia de Cavaleiros, vou comentar alguns pontos nos quais a série se destaca… Pra começar, os personagens (sobretudo Shurato!) são bem desenvolvidos. Todos possuem uma história e motivação para lutarem, além de suas vidas pessoais não serem dedicadas 24hs para sua Deusa. A mitologia Hindu e Budista foi muito bem entrelaçada na trama, não desperdiçando-se detalhes ou distorcendo a história como Kurumada fez com Cavaleiros. Todos os personagens recitam um “mantra” para evocar a energia Soma de seus corpos. Esse “tantra” é conhecido como a linguagem dos Deuses e por meio dela o personagem canaliza o Soma pela armadura como se ela fosse um instrumento vivo. E em Shurato, várias vezes, vemos os Shaktis salvando os heróis em sua forma “Baruda” (os veículos que transportam).

Rakesh e Shurato são personagens que se destacam na série. Ele não perde o seu jeito impulsivo – e meio inocente – mesmo com tudo que se passa. Os personagens secundários (que são muitos até!) possuem sua devida participação na evolução da série, que ocorre de maneira lenta, o que acaba por prejudicar o anime como um todo, pois a estória fica com um aspecto meio “arrastado”… Os tons escuros dos cenários ajudam a passar essa impressão também.

Excluindo-se todas as semelhanças com Saint Seiya, o anime possui vida própria e cativa. As armaduras parecem trambolhos de escolas de samba, o soma não passa de um cosmo com outro nome, Vishnu é uma Athena adulta e Shiva é um mestre Ares demoníaco, Gai é um Ikki mais violento… Ficar estigmatizando o anime por conta desses detalhes, realmente o tornam inferior. No mais, é uma série mediana. Nenhum espetáculo da criatividade, mas também nenhum rascunho mal feito como alguns dos muitos animes que clonaram Pokémon.

Shurato no Brasil!
Era de se esperar que os concorrentes diretos de Saiya & cia fossem lançados no Brasil. Não demorou muito mesmo, e Shurato estreou na Tv Manchete no ano de 1996. A expectativa já era boa pois as “Heróis” da época falavam do anime de forma bastante variada (uns elogiavam, outros detonavam!). Shurato e seus 38 episódios acabaram não se tornando um sucesso enorme, mas não passou despercebido também.

O destaque ficou por conta da versão brasileira realizada nos estúdios da Dubla Vídeo em São Paulo. Apesar das mesmas vozes de Cavaleiros terem sido utilizadas, a interpretação dada à cada personagem pelos dubladores, fez com que a série se tornasse um dos melhores animes já dublados no Brasil. Palmas para a competente direção. Marcelo Campos, Tânia Gaidarji; Letícia Quinto; Márcia Regina; Cassius Romero e vários outros nomes famosos da dublagem paulista fizeram parte do elenco.

As versões das músicas de abertura e encerramento não ficaram muito ruins, mas trocaram as cenas e também não exibiram a segunda abertura e o segundo encerramento que a série possuiu. Pela primeira vez, se preocuparam em passar os créditos de um anime para o português e tal prática se repetiu depois em Yu Yu Hakusho – outro anime trago pela distribuidora Tikara Films na década de 90. Estranhamente, o narrador soletrava o nome Shurato antes da música de abertura começar… Seria uma mensagem subliminar pra que ninguém esqueça da série? XD

Os brinquedos baseados no anime foram lançados pela Glaslite e comercializados relativamente bem no mercado. Por conta do bom retorno do anime, a Tikara Films tinha PLANOS de trazer a mini-série de 6 capítulos lançados em 1991 após o final da série. Os Ova’s de Shurato DEVERIAM ser exibidos na Manchete, mas a emissora perdeu um pouco da empolgação inicial, e com medo de ter prejuízos, a distribuidora deixou o lançamento de lado – entrando de cabeça nos planos de promoção de Yu Yu Hakusho.

Shurato foi exibido e reprisado à exaustão (a série saiu definitivamente do ar em 1999!). Por ser uma série curta, o público conseguiu se enjoar do anime, mas em tempos de “retornos” de animes à tv brasileira, o pessoal já está esperando que dentro de algum tempo Shurato volte a explodir seu Soma e recitar suas frases divinas na tv… Naomak Sawanda Bodanah… Abila un Ken Sowaaaaaaaaaaaaaka! XD

Quem estiver com muitas saudades pode tentar caçar algumas fitas lançadas em vídeo. Dvdzin, que seria bom…

Checklist Episódios
01 – On Shura Sowaka.
02 – Grande Conspiração.
03 – O Desafio de Ryoma.
04 – O Despertar do Somma,a Explosão.
05 – Pena! Traz me a Verdade.
06 – A Batalha do Amor e da Dor.
07 – As Armadilhas da Caverna do Luar.
08 – Rumo a Árvore do Palacio Celestial.
09 – A Árvore Sagrada da Vida.
10 – Gai Com Força Total,a Luta da Morte.
11 – Lengue,A Tragedia da Fiel Guerreira.
12 – O Duelo da Amizade.
13 – O Contrataque da Formação Mandala.
14 – No Liniar do Amor e do Ódio.
15 – A Temivel Triade do Demônio.
16 – O Retorno de Hakeshi.
17 – O Terror da Rosa Vermelha.
18 – Em Busca da Memória Perdida.
19 – Adeus Terra Natal,A Dificil Decisão.
20 – O Roubo da Tatica Secreta.
21 – O Perigo Dos Shakitis Conectados.
22 – A Última Batalha de Ryoma.
23 – O Palacio Celestial no Meio da Tempestade.
24 – O Adeus de Indra.
25 – A Dor do Destino,Shurato Contra Gai.
26 – Asra o Novo Inimigo.
27 – A Procura do Poderoso Shakiti.
28 – O Destino do Mau, O Retorno de Gai.
29 – O Ataque de Leiga.
30 – O Escolhido
31 – O Somma da Amizade.
32 – O Surgimento do Shakiti.
33 – O Bem ou o Mau, A Escolha do Deus da Criação.
34 – A Batalha Final o Ataque de Odio.
35 – Depois Das Trevas o Futuro.
36 – Convocação Urgente: A Batalha Final.
37 – O Ataque Das Aguas Perdidas.
38 – A Eternidade Para o Rei Shura

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