Super Campeões (Captain Tsubasa J)

[div coluna1]Super Campeões
Captain Tsubasa J
Produção: Studio Comet, 1994
Episódios: 46 p/ tv
Criação: Yoichi Takahashi
Exibição no Japão: Tv Fuji (21/10/1994-22/12/1995)
Exibição no Brasil: Manchete
Mangá: Shonen Jump
Distribuição: Samtoy

Última Atualização: 06/10/2007

Por Larc Yasha

Nada de guerreiros de armadura, ou bad boys revoltados que se amarram em pancadaria… O último anime a ser lançado na saudosa Rede Manchete foi uma série que em teoria deveria ser um grande sucesso no Brasil. Oliver Tsubasa e seu time de futebol passaram na pior fase da emissora, ao lado de Yu Yu Hakusho e reprises de outros animes. O anime acabou virando motivo de “piada” pros otakus brasileiros, graças àquele futebol surreal retratado nas aventuras do aspirante a Pelé. Mas quem sabe apreciar as qualidades de um bom anime, provavelmente deve ter sido um daqueles que assistiam a série “escondido”.

Entrando em Campo
A origem de Tsubasa data do começo da década de 1980, quando o jovem Yoichi Takahashi, que sempre foi fã de esportes – sobretudo o futebol – começou a publicar seu mangá (que por sinal, foi o primeiro do rapaz) nas páginas da Shonen Jump. O sucesso começou (inusitadamente, através da pirataria +_+) em Hong Kong e o extinto estúdio Tsuchida Productions começou a produção de uma série animada que durou 128 episódios (!!!) de 1983 até 1986. A primeira série de mangá, intitulada simplesmente de Captain Tsubasa, rendeu impressionantes 37 volumes encadernados e chegou a dividir páginas na Jump ao lado de “futuros sucessos” como Dragon Ball e Saint Seiya durante um tempinho.

Essa primeira série de anime narrou a trajetória de Oliver (Ozora no Japão) Tsubasa desde sua infância no time infantil do Nankatsu até a final do campeonato regional, com o Nankatsu enfrentando o time do Kojiro Hyuuga. Foram lançados 4 movies entre 1985 e 1986 que deram continuidade à história: Captain Tsubasa – Europe Deikessen (Grande Desafio na Europa, 41 minutos); Captain Tsubasa – Ayaushi! Zen Nippon Jr. (Cuidado! Seleção Juniores Japonesa, 60 minutos); Captain Tsubasa – Sekai Daikessen!! Jr. World Cup (Grande Batalha Mundial: Copa do Mundo de Juniores; 57 minutos) e por fim Captain Tsubasa – Asu ni Mukatte Hashire (Correndo em busca de um amanhã, 35 minutos).

Em 1989 foi lançada a série Shin Captain Tusbasa, que mostrou os jogos da equipe Sub-16 do Japão, na qual os melhores jogadores apontados na série clássica são escalados para a seleção. Shin Captain Tsubasa foi uma coleção de 13 OVAs de grande sucesso. Em 1994 um novo OVA foi lançado (Captain Tsubsa – Holland Youth / Juvenil Holandês) antes da estreia de Tsubasa J em outubro do mesmo ano. Quanta coisa, né?

Depois de tentativas frustradas de emplacar novos título com outros esportes (como o beisebol em Ace e atletismo em 100m Jumper) e de fazer uma espécie de spin-off de Tsubasa, publicando 2 volumes de uma história solo de Tarô Misaki (o Carlos), Takahashi voltou a desenhar as aventuras de Oliver em 1994. O novo título se chamou Captain Tsubasa World Youth.
O público que cresceu acompanhando a primeira série delirou e acompanhou até o fim (em 1997, com 18 volumes) a publicação que narrou a saga de Oliver e seus amigos em campo até uma fictícia final da seleção japonesa contra o Brasil na Copa do Mundo de 1994. Hã… Adivinha quem ganhou? Nesse mangá, surge o personagem Shingo Aoi, que aparece na 2ª parte sem conclusão de Captain Tsubasa J.

Com o fechamento da Tsuchida, ex-funcionários montaram o Studio Comet, que espertamente resolveu fazer um remake da 1ª série de Tsubasa, lançando assim Captain Tsubasa J. Esse J vem de J-League, uma liga japa de futebol que foi fundada em 1992, com grande contribuição do galinho brazuca Zico. E é essa série que passou na Manchete com o nome troncho de SuperCampeões (como é conhecido em toda a América Latina).

Se você não lembra, em 94 o Japão foi classificado pra Copa do Mundo e o país estava muito entusiasmado com isso. Por essa razão, Tsubasa foi posto na tevê outra vez, mas como o Japão voltou pra casa bem cedo dos EUA, a série começou a despencar em popularidade e acabou sendo cancelada com 46 episódios.

Bola rolando!
A história dos primeiros 33 episódios são uma espécie de versão “ultra-mega-compactada” da primeira série de 83. Vemos Oliver conhecendo o ex-craque brasileiro Roberto Maravilha (Roberto Hongo no original) e entrando pro time infantil perna-de-pau da escola. A partir de lá ele faz uma gama de amigos enormes como o goleiro Benji (não é um cachorro- e o nome de verdade é Guenzo ò_ó) o bobão Ishizake, o outro craque Carlos (Tarô) Miyzaki e a torcedora apaixonada Neia (Sanae).

Entrando pro time do Nankatsu, ele e seus amigos enfrentam batalhas campais que não ficam nada a dever pras lutas dos Budokais de Dragon Ball ou a Guerra Galáctica dos Cavaleiros do Zodíaco (Guardadas as devidas proporções, claro :P). A luta, ops, o jogo mais emocionante e que marca o final de uma primeira etapa na série, é entre os times do Meiwa e Nankatsu. No lado “do mal” tínhamos um goleiro que lutava karatê (ô loco x_x) e o Tigre Kojiro (com um bicão que explodia uma parede, mas não a bola O_O).

Depois de uma partida de 7 episódios (O.o) vemos Oliver vencer e conquistando a primeira etapa de seu grande sonho: vir jogar no Brasil!
Passado um “tempo” (ahn… No episódio 34 ), somos apresentados à um promisso moleque chamado Shingo Aoi. Ele teve um “contato imediato” com Oliver e desde então passou a querer se tornar um craque da bola. Depois de um jogo no Maracanã (isso mesmo!) contra um time transgênico do Flamengo (incluindo aí, até uma versão transistorizada do Romário, chamada de Carlos Santana) com Oliver lutando, ops, jogando com a camisa do São Paulo, começa a fase que não tem conclusão com Oliver & cia jogando pela seleção japonesa rumo a copa de 94 nos EUA…

Pelada no Brasil
Sem dúvidas, Captain Tsubasa é um dos animes mais azarados a passar no Brasil na década de 90. Pra começar a Samtoy se espelhou no sucesso que a série estava fazendo em países como México e Itália, acreditando que no “País do Futebol” (um dos poucos orgulhos que podemos ter como brasileiros) a série fosse virar um novo fenômeno como Cavaleiros (piada?). Ela adquiriu a série J sem ‘reparar’ que o anime não tinha fim e como estávamos na época da Copa da França de 98, todos os diálogos foram adaptados pra dar impressão que o anime tivesse rolando em função desse campeonato.

Pra piorar, o estúdio Gota Mágica não estava muito bem ($) e a dublagem foi completamente desleixada, com personagens mexendo a boca sem voz e um dublador sendo escalado pra fazer 2 ou 3 personagens – muitas vezes na mesma cena! Pior que isso, só o narrador da partida gritando “torcida brasileira” numa partida de futebol japa! Se bem que chamar um japonês de Carlos também é dose, viu… Por sorte (?) algumas vozes se encaixaram muito bem com alguns personagens (Márcio “James” Araújo como Oliver e Rodrigo “Yukito” Andreato como Carlos, por exemplo) não fazendo do anime uma tortura de se ouvir como é Beyblade.

Matando de vez qualquer possibilidade de sucesso, a Manchete estava dando seus últimos “suspiros” antes de virar Rede Tv!, e trocava quase toda semana a hora do anime e o usava como “tapa-cratera” da programação dela. Produtos? Um CD tremendamente medonho com as músicas mais idiotas da via-láctea que poderiam ter feito pra um anime no Brasil. Isso sem contar que todo mundo falava mal do desenho!!!

Se bem que é realmente difícil não rir ou soltar um comentário (ou palavrão, mesmo ^^) de certas situações, como: o eclipse que a bola fazia nas bicicletas do Oliver, o campo parecer uma ladeira sem fim pros jogadores chegarem até a boca do gol, o inexpressivo juiz – que sempre era o mesmo :P – que dava vontade de espancar, o tempo irreal de jogo onde dava pra se fazer um filho e ver ele nascer até o fim de uma partida, uns personagens esquisitos como o menino que sofria do coração ou uns micos de circo com uns dentões de fazer a inveja à Mônica, ou ainda uns times de países tão insignificantes como um tal de Uzbequistão… Aí você se pergunta: “O que esse anime pode ter de bom que hoje em dia todo mundo lembra com saudade?”

Qualidades que poucos têm
Na época ninguém ia com a cara do anime. Mas nas escolas todo mundo comentava do dito cujo nas aulas (em especial nas aulas Educação Física) e hoje a série é lembrada com saudosismo por muita gente (que por sinal, detestou a versão moderninha que passou na Rede TV!). Yoichi Takahashi possui uma arte muito melhor que aquilo do Kurumada em Saint Seiya – e por trás daquelas partidas, cada personagem teve um desenvolvimento elaborado, que apesar de simples cativavam o leitor da Jump e são capazes de fazer isso até hoje.

Você vê os personagens crescerem, lutar por seus sonhos e chegar à um triunfante (batalha) final, seguindo o mais clássico estilo “Jump” de ser. Aliás, reparem que a maior parte dos animes mais adorados que vieram da Jump seguem esse padrãozinho de história…

A trilha sonora da série de tevê foi muito bem elaborada e casam perfeitamente com as cenas animadas.O tema de abertura (Fighting!) é uma das animesongs mais empolgantes dos anos 90.

Curiosidades
As referências ao São Paulo Futebol Clube no mangá e anime são pelo fato do clube ter deixado os japoneses embabacados com o show de bola que o time deu na final da Copa Toyota. O sucesso de Tsubasa no Japão fez com que pipocassem escolinhas de futebol nos anos 80 no país. Entretanto, faltavam professores que ensinassem as crianças à jogar como Oliver : P – e a mulecada cobrava isso!

O autor Yoichi Takahashi esteve na final da Copa do Mundo de 94, torcendo pra nossa seleção. O cara registrou vários momentos do jogo e comemorou como um autêntico brasileiro a vitória do Tetra. Depois disso, ele veio ao Brasil conhecer a sede do São Paulo no qual o Oliver “joga” e tirou fotos de tudo que pôde. Apesar de toda respeito e admiração pela nossa cultura no esporte, Takahashi não fez com que o craque dos sonhos de qualquer time (quem não gostaria de dar bicicletas como as do Oliver???) perdesse na final do mangá contra o time do Brasil.

A primeira abertura do anime (isso em 1983) aparecem o estádio o Pão de Açúcar e a famosa Taça Julio Rimet em uma montagem que dá medo quando se assiste hoje em dia o_o.

Se você acha o nome Super Campeões ruim, saiba quena Itália o nome da série é “As Aventurar de Holly e Benji” (credo x_x). Já no Iraque, a série é conhecida como “Capitão Majid” (O_O) e foi o primeiro anime lançado no país – isso em 2005!!!

Muitos jogadores profissionais hoje no Japão, começaram suas carreiras motivados pelas aventuras de Oliver & cia e vez ou outra, usam Oliver como garoto propaganda da seleção japa. Será por isso que eles nunca ganham nadinha? Hehehe…

Checklist Episódios
01 O grande sonho de Oliver Tsubasa
02 A chance de Benje, um goleiro genial
03 Um grande encontro com Carlos Mizaki
04 Uma longa e difícil partida começa agora
05 Gol de bicicleta!
06 A dupla de ouro
07 Uma luta entre ataque e defesa
08 Eu sou kojiro Hyuga!
09 A goleada de Oliver
10 Jogo duro, campo molhado
11 Cuidado! Acabou o tempo!
12 Derrubem o goleiro Wakabaiashi!
13 Grandes rivais
14 Um chute decisivo
15 Segundo jogo: Meiwa x Nankatsu
16 Partida decisiva: Oliver x Kojiro
17 Nankatsu perde
18 Irmãos Tachibana
19 O passado de Carlos
20 Os 11 pequenos jogadores do norte
21 Aí vem ele! O goleiro Wakashimazu!
22 Oliver x o craque frágil
23 Uma partida explêndida
24 Craque em silêncio
25 Oliver , o fênix
26 O herói abatido
27 A noite anterior ao grande jogo
28 Wakashimazu contra o chute duplo
29 O trio do canhão do tigre
30 Um time cansado
31 A vingança do tigre
32 Prorrogação díficil novamente
33 Realizando um sonho
34 Shingo Aoi, um novo craque
35 Shingo Aoi faz uma brilhante estréia
36 O treinamento isolado
37 Supercampeões
38 O mistério dos 7 verdadeiros
39 Uma dolorosa saída
40 Que venham os tailandeses
41 Um novo time de ouro
42 De virada, classificados para asemi final
43 A grande disputa dos 7 jogadores
44 O chute trovão do dragão
45 A poderosa seleção japonesa
46 2002, a copa do mundo do Japão

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[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=czInM_FEXVo 255 214]

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