Talvez essa seja a notícia que mais tenha dado repercussão nesse início de semana: cerca de 36 editoras, americanas e japonesas, se uniram em uma frente para tentar acabar com os scanlators, sites que disponibilizam mangás de graça e que seriam os responsáveis pela queda nas vendas de quadrinhos nipônicos no mercado internacional (sobretudo, o americano).

Os scanlators surgiram como os fansubbers: grupos de fãs que se uniram para disponibilizar gratuitamente material japonês traduzido, as vezes pouco tempo após a publicação original – atualmente séries populares como Naruto, One Piece e Bleach saem poucas horas após seu lançamento nas antologias.

As editoras alegam que esses grupos saíram do “fã para fã” e se tornaram verdadeiras empresas, lucrando com publicidade e o tráfego gerado pelos downloads. Além disso, alguns começaram a aceitar doações para se manterem ativos, o que acabou se tornando uma grande fonte de renda pra muitos – há casos em que apenas quem doa tem acesso atodo material disponibilizado.

Se antes existia a filosofia de retirarem do ar material licenciado, na prática não é bem assim – no Brasil mesmo é possível achar scanlators trabalhando com títulos como Gantz, Nana, Fullmetal e outros que saem oficialmente por aqui via Panini e JBC.

Essa situação é bastante polêmica, e existem os dois lados da moeda: mangás são produtos e assim sendo, necessitam gerar lucros, ou seja, as editoras e os autores tem todo o direito e procurarem os meios legais para protegerem suas obras. Os fãs alegam que nem sempre tem acesso à determinados materias de forma oficial e os scanlators acabam sendo a única alternativa para poderem acompanhá-los.

Diversos sites já foram notificados e alguns deverão sair do ar ou enfrentarão processos caso não acatem a ordem das editoras. Mesmo assim é bem improvável que tais medidas acabem com a prática, já que existem inúmeros meios de distribuição de midia pela internet (entre elas os torrents).