À primeira vista Astral Project: Sob a Luz da Lua (Astral Project: Tsuki no Hikari) é um daquelas obras que quando a gente sabe do lançamento nos faz pensar: “Que droga, queria tanto o mangá xxxxx!” Mas como quase sempre acontece, a Panini joga a cara da gente na poeira e mostra que os títulos que eles lançam são muito bem selecionados. Depois de ter quebrado a cara por ter reclamado de Seton (maldita seja a editora por ter cancelado!!) aprendi a não julgar um mangá pela capa, já que geralmente os títulos desconhecidos lançados pela Panini são excelentes (mas podem falar mal de Brave 10, é ruim mesmo…).
Astral Project foi originalmente lançado na revista Comic Beam da Enterbrain em 2005 em capítulos mensais e concluido com 4 volumes. A revista é considerada um pouco alternativa e é consumida principalmente por estudantes de artes e otakus hardcore. Nós no Brasil já vimos alguns mangás da antologia em nossas bancas: Ooru (Azul) e Bambi and Her Pink Gun pela Conrad (ambos incompletos…), mas seus títulos mais famosos (Desert Punk, King of Thorn, Shirley e Emma) ainda não deram as caras por aqui. Não houve nenhum tipo de animação ou filme sobre a série segundo a minha pesquisa.
O desenhista da obra é Syuji Takeya (ou Shuji Takeya),que não possui nenhum trabalho de grande destaque. Já o roteirista, que se identifica como Marginal, é um pseudônimo de Garon Tsuchiya, famoso por ter escrito o roteiro de Old Boy que até virou um filme coreano famoso no mundo inteiro e que provavelmente será refilmado em Hollywood com Will Smith no papel principal.
O protagonista Masahiko saiu de casa por não aguentar o tipo de vida que sua família leva. Acabou arrumando um emprego como motorista e segurança de prostitutas de luxo para chefes suspeitos – pelo que deu para perceber parece ser algum tipo de máfia. Ele não tem formação acadêmica e nem se importa com isso, não pensa no dia de amanhã. A vida de Masahiko muda completamente quando uma mulher liga para ele avisando que sua irmã morreu. A contragosto ele volta para casa para dar adeus à sua irmã e como recordação ele pega o último CD que ela escutou em vida. Quando o rapaz volta para casa e resolve escutar o CD descobre que ao fazer isso ele adormece e experimenta sair fora do corpo, que passa a ser chamado de casca. A partir daí Masahiko tenta descobrir o motivo daquele CD de Jazz proporcionar essa experiência de viagem astral e sai a caça de informações.
O desenvolvimento do mangá é muito lento. O primeiro capítulo tem pouco mais de trinta páginas e leva algum tempo para realmente ficar interessante. Deb Aoki disse que o mangá é como uma cebola, eu concordo: a cada capítulo nós vamos descobrindo novas camadas de mistério e antes do final do primeiro volume já estamos fisgados pela trama.
Ao pesquisar sobre o mangá a primeira ocorrência que apareceu foi de um site chamado Astral Project e levei um susto ao saber que era sobre uma banda de Jazz. O autor realmente deve amar o estilo musical para entupir a obra de referências – há muitas, nada que atrapalhe a leitura. Eu mesmo não escuto Jazz, mas confesso que uma mosquinha da curiosidade me picou e eu fiquei querendo saber um pouco mais sobre o ritmo. Apesar do começo com desenvolvimento lento o roteiro é muito bom e muito bem amarrado, daria uma nota 8,0 pelo história.
A arte é bem diferente do padrão dos mangás que nós estamos acostumados a ver, lembra mais o estilo dos comics americanos (não os de herói, fique claro), parecendo um pouco o traço de quadrinhos alternativos, mas não consigo lembrar de nenhum nome em especial. Há um “quê” de MPD Psycho na arte e na trama também, mas é muito pouco.
A capa brasileira ficou muito parecida com a japonesa, mas por causa da diferença na qualidade de impressão a original mostra mais detalhes e tem cores mais vivas.
Algo que vale a pena ser comentado é que boa parte dos personagens japoneses realmente parecem japoneses (exceto o protagonista) e isso é um milagre, os personagens de mangás costumam parecer tudo, menos orientais… Outra coisa que eu curti é que há personagens negros e eles não são representados com os estereótipos que os japas adoram, eles têm narizes largos, traços típicos e ainda assim conseguem parecer negros de verdade e não um clichê ambulante. Os cenários, quando há, são bonitos, o artista usa um recurso que a mangaká Ai Yazawa (autora de Nana e Paradise Kiss) costuma utilizar sempre, pegando fotografias e misturando as fotos com desenhos, chegando a um resultado bem legal.
A leitura é bem rápida e fluida, não há nada de estranho no texto, a edição está competente, se houve algum erro a Elza Keiko soube esconder muito bem. A tradução é da Drik Sada, o que via de regra é sinal de tradução competente sem gírias absurdas. O que me espantou foi ver o nome da Beatriz Berto nos créditos. Para quem não sabe ela era editora da Panini (junto com a Elza Keiko e a Beth Kodama) e saiu da editora em meados do ano passado, isso pode significar que esse título estava engavetado há quase seis meses e só saiu agora.
Como sempre os honoríficos foram mantidos, há um glossário no final e o checklist que veio era o de Novembro, a Panini realmente está muito atrasada com o seu cronograma. Já passou da hora de tomarem uma providência e assumirem que jamais vão conseguir colocar o cronograma em ordem, se eles tivessem que fazer um pedido de desculpas a cada atraso virariam motivo de piada já que teriam que fazer isso no mínimo duas vezes por mês.
Não há muito mais a se comentar, o título me agradou em cheio talvez por ser um seinen mais maduro. Já não era sem tempo, falta mesmo seinens mais sérios nas bancas, só Homunculus é pouco a meu ver.
O preço é acima da tabela da Panini, ao invés de custar os R$9,90 habituais custa R$10,90, acredito que isso se deve ao fato do mangá ter cerca de 230 páginas de história e mais um bocado de páginas de glossário. No total são mais de 240 páginas, mas elas passam voando já que a leitura é rápida e empolgante.
Recomendo para qualquer um, quem nunca na vida leu um seinen mais sério pode pegar despreocupado. Se você curte histórias de mistério bem estruturadas com um toque místico pode levar pra casa.
Título: Astral Project: Sob a Luz da Lua (Astral Project: Tsuki no Hikari)
Autores: Marginal (Garon Tsuchiya) e Syuji Takeya
Formato: 13×18, cerca de 240 páginas
Duração: 4 volumes
Periodicidade: Mensal
Preço: R$10,90
Demográfico: Seinen
Gênero: Suspense, Místico
caraca, adorei a resenha!
Comprei esse mangá mas ainda não li xD
Sobre a resenha, muito bem escrita, objetiva, sem mais delongas e sem comparações entre editoras ( o que sempre gera várias opinioes divergentes nos comentários, e é algo desnecessário para a resenha em si.)
Também não se aprofundou muito no enredo, e isso era outra coisa que me incomodava nas resenhas.
Só elogios, o nível subiu Kuroi! ;D
Interessante. Tinha visto na banca e pensei q era mais um shoujo pela Panini q entope as bancas só disso. Se é um seinen, eu vou comprar agora.
Ok, vamos lá. Sobre Astral project, comparei a versão da Panini com a versão japonesa bem por cima depois que vi um balão vazio, achei o seguinte:
1. Página 13 – balão vazio, o original tinha uma falinha
2. O autor usa constantemente a troca de “tons” nas falas para dar um tensão maior ou força. Essa troca de tom é quando ao invés da fala ser preta com borda branca, vira branca com borda preta. É uma mania muito comum em Seinens mais alternativos. A Panini ignorou isso em algumas páginas. Essa característica ocorre nas páginas 18, 26, 38, 67, 76 (esse foi respeitado), 86 (respeitado), 87 (respeitado), 88, 97 (respeitado), 100, 125 (respeitado), 140 (respeitado), 148 (respeitado), 151 (respeitado), 156 (respeitado), 157 (respeitado), 162 (respeitado), 174, 183 (respeitado), 194 (respeitado). No final das contas listei tudo! Foram 13 respeitados e 7 ignorados. ~1/3 ignorado.
3. Tem várias placas que não tem tradução, inclusive as dos restaurantes que eles vão, as salas do mafiosos, as placas de ruas etc.
Parece ser bom. Tava com receio de comprar mas depois dessa resenha vou comprar com certeza. Quando vcs do jbox iram lança uma versão para celular do site?
O mangá é como uma cebola. Você abre, lê e chora. :tongue:
Brinks!
Eu prefiro esperar os 4 volumes sairem pra comprar tudo de uma só vez. E já que reclamamos da falta de seinen nas bancas, a JBC podia dar uma iluminada nas idéias e lançar mais volumes de Golgo.
tem sim… leia com atenção, é q tá escondidinho kkk~
e nem incomoda, só falo essas coisas pq eu sou um cara muito, muuuuito chato mesmo:tongue::tongue:
Que psicodélico… o cara se droga com musica :laughing:
no mais a resenha ficou ótima, kuroi voltou inspirado :laughing: e quanto ao mangá, muita vontade de comprar, mas se isso farei, só o meu bolso dirá, até rimou ^^
Valeu, Marco, eu estou tentando ser mais objetivo, alongar muito atrapalha.
Valeu, Otakemo, deixar de ter opinião sobre as editora sé meio difícil, eu gosto de ter glossários, gosto de ver honoríficos, não gosto de ver as marcas da ferramenta clone nos mangás (especialidade de uma certa concorrente), tudo isso aparece na hora em que se avalia um mangá.
Passo.
Comprei na segunda, mais nem tive tempo de ler.
A arte está ótima.
A resenha fico legal.
Já li e adorei!!!
Que venham mais mangás Seinen!
Eu estava com muita vontade de comprar o mangá, mas como eu não conhecia a série eu fiquei meio no receio de comprar (como trauma de Brave 10, um dos R$9,90 mais mal-gastos da minha vida).
Vendo que é bom, me aventurarei a comprar então ^^.
Há, eu comprei esse mangá acho que à um mês atrás, mas ainda não o li.
A princípio fiquei meio insegura, não sabia se levava o mangá ou não. Pois eu não tinha gostado muito da capa, mas acabei decidindo levá-lo.
Agora que li essa resenha, tenho certeza de que fiz a escolha certa! :3
não foi so esse manga que apareceu com preço diferenciado 10,90
todos edições 1 novo,tem tambem esse preço ,sera que a panini pretende
aumentar o preços dos novos mangas que ela ira trazer e deixar o que ja tem com o preço antigo? :wassat:
Alguns novos são 9,90, tipo o contos para você.
este eu vou comprar
estranho que as capas fiquem embaçadas. aposto que se eles gastassem 5 centavos a mais na impressão ela ficaria boa. fiquei curioso. vou comprar
Sem assunto, como a Allena disse o Contos está por R$9,90, a divulgação de Kimi ni Todoke é de R$9,90, a Panini aumenta o preço dos mangás que têm mais páginas mesmo, tipo o Trigun, Homunculus, etc.
Giupies, não é gastar na impressão (se fosse isso ela não colocaria ilustração na parte interna) da capa, é o maquinário das editoras brasileiras que é ultrapassado mesmo.
Os cenários, quando há, são bonitos, o artista usa um recurso que a mangaká Ai Yazawa (autora de Nana e Paradise Kiss) costuma utilizar sempre, pegando fotografias e misturando as fotos com desenhos, chegando a um resultado bem legal.
Gostei muito da resenha.Também vou comprar.
Será que o lançamento é simultaneo para todo o Brasil?
Tá, não vou falar q o título é ruim, mas poxa… Pelo menos a Allena é mais direta em falar q detesta a JBC, mas o Kuroi fica tentando esconder isso é?? xD No texto todo eu senti q alegria de ter sido a Panina q pegou esse título… xD Fala, moço, vc tb tem ódio pela “concorrente”, assuma!! ahsuahsuahsuhasuh
mas sen não me engano contos de amor tem um formato menor
ao estilo ouran
reformulando minha pergunta sera que os manga 13×18 novos da
panini terão sempre esse preço diferenciado de 10,90 e deixando o que
ja circulam por 9.90 ?:wassat:
Astral também é pequeno, na verdade é MENOR que o contos de amor para você.
Eu não odeio a JBC, eu odeio quando ela caga os mangás dela (quase sempre), mas ela tem pontos positivos como nunca cancelar uma obra.
Mas uma coisa que eu acho muita sacanagem da parte da JBC é quando ela edita bem a primeira edição de um mangá e depois nas edições posterioes começa a cagar o título deixando visível o contorno dos kanjis com a marca que a Clone deixa (exemplos: HxH, MÄR, Hikaru no Go etc.). Mas o que eu mais odeio na JBC é a descaracterização que eles chamam de adaptação. Ah, usar ou não honoríficos é uma opção, mas a editora que usa ganha pontos comigo, o mesmo vale para os glossários.
Alguem sabe me dizer se tem palavrões nesse mangá?
Uma dica companheiro.
A gente só comenta tradução quando conhecemos as duas línguas.
A ausência de gírias citada se deve ao trabalho, provavelmente, do editor, que quem é faz a adaptação na maioria das vezes.
Não tenho muito interesse nesse título, mas a Panini bem que podia empolgar e trazer outro título da mesma antologia, o incrível Emma. Aí eu vou ter que comprar, já que não consigo completar a edição americana. =/
:laughing::laughing::laughing:
Kuroi usando exatamente as minhas palavras.
O remake de Oldboy que teria Will Smith como protagonista a princípio está cancelado.
Por falar em personagens japoneses que não parecem japoneses, teve certa vez que o Kishimoto desenhou uma versão do Naruto como oriental, devo dizer que ficou esquisito para caramba. Já vi outros personagens em traços orientais que também ficaram estranhos, acho que deve ser esse um dos motivos de muitos mangakás não desenharem seus personagens como orientais.
A resenha está muito boa, mas esse mangá é recomendável para quem nunca leu um mangá seinen, contudo eu considero Astral Project como sendo um dos mangás mais fracos dentro do gênero seinen.
O primeiro vol. de “Astral Project” foi bom. Gostei do clima de mistério e o mangá caiu como uma luva pra mim, que há anos não comprava, só ficava com HQs mesmo.
:smile: para de ficar criticando a panini porra se nao gosto nao lê
Volto hoje para dar o meu nada importante veredito sobre a obra. xD
Enfim li a bagaça, e, só elogios pra adaptação dapanini, mas eu não gostei do ritmo lento da história. Só o último capítulo (e só ele mesmo) que eu achei interessante. O resto eu li de forma muito cansativa, uma leitura “pesada”. Deve ter a ver com a minha pouca idade (idade mental-rs), mas eu realmente não recomendo spara alguem que estime seus 9,90 reais e não for adepto de seinens, ou não estiver acostumado com essa narrativa.
gostei bastante. na espectativa pelas próximas edições
Eu fui na banca para ver se chegou meus mangás que eu coleciono chegou e nenhum deu as caras e como odeio entrar na banca e sair sem nada :tongue: eu vi esse manga, pensei, pensei e n coprei, ja coleciono muitos mangas, mas depois de pesquisar um pouco sobre ele decidi comprar :smile: espero que e goste ^^ hihi :wink: vou voltar a comentar quando comprar e ler dando minha opinião! Bjss pessoal
Que mangá FODA!!!
Esse Mangá é perfeito!
Eu recomendo para qualquer um pessoal!
Eu sou amande do gênero Seinen…
Estou com obras maravilhosas aqui comigo,
primeiro eu comprei o mangá “Monster”, e logo depois esse..
Esse Mangá é muito filosófico..
Como o Kuroi disse, a leitura é empolgante e envolvente..
Te faz pensar sobre vários aspectos da vida..
Me lembra muito o livro “Sidarta” que é meu livro favorito…
Fiquei vislumbrado com esse mangá…
Alguém sabe dizer se já saiu outro título desse autor?
Gostaria de ler mais trabalhos dele.