Kaichou wa Maid-sama!, também conhecido por Maid-sama! (nome com o qual foi publicado em diversos países fora do Japão) internacionalmente já saiu nos EUA pela Tokyopop, na França pela Pika Editions e na Itália pela Panini e agora chega ao Brasil pelas mãos da mesma Panini.

O mangá de estreia de Hiro Fujiwara começou a ser publicado em dezembro de 2005 na LaLa (casa de Ouran, Vampire Knight, Merupuri, Eensy-weensy Monster, Karekano entre muitos outros shoujos), teve Drama-CD, ganhou uma série animada de 26 episódios e ainda se encontra em publicação, contando atualmente com 12 volumes.

Misaki Ayuzawa é a pentelha presidente do conselho estudantil do Colégio Seika, tem 16 anos e está na turma 2A. Até poucos anos atrás o colégio era uma escola só para homens, as coisas mudaram, mas os rapazes continuam sendo a maioria. Por causa disso as meninas são “oprimidas” pela forte presença dos moços que estão sempre esquecendo uniformes suados dentro dos armários ( o que deixa a escola fedida), esquecendo revistas “pornográficas” pelos cantos e ficam constrangidas com os rapazes andando com pouca roupa pela escola – se fosse no Brasil estariam fazendo um coro de tira, tira…. 

Para se tornar a presidente do conselho estudantil Misaki se esforçou para ser uma mala excelente aluna, boa nos esportes e amiga dos professores. Como ninguém concorria ela levou facilmente o cargo de Presidente estudantil. Agora Misaki vai suar pra colocar os garotos na linha.

A jovem odeia homens e o motivo é que quando ela estava no segundo ano ginasial seu pai fugiu de casa e deixou uma dívida enorme para trás. A partir de então Misaki tem que trabalhar depois da escola para ajudar a mãe com as contas da casa. O problema é que o melhor emprego que ela encontrou foi o de garçonete em um Maid Café chamado Maid Latte, e tal ocupação como Maid não condiz com o cargo de ditadora presidente do conselho estudantil e ela sofreria nas mãos dos alunos já que perderia a pose de certinha por trabalhar em algo tão “indecente” (ok, não consigo ver nada de errado com um emprego digno, mas sabe como os japoneses são mais chatos que a tia-avó fofoqueira e a vizinha faladeira juntas…).

Os problemas (ou a solução deles) começa quando Takumi Usui (17 anos, sangue tipo O) da classe 2B, o garoto mais bonito e popular da escola, descobre a profissão dela (eu sei, é clichê, mas pelo menos eles admitem que a Misaki é bonita).

O mangá tem uma arte muito bonita e caprichada, situações interessantes, mas é difícil gostar da protagonista. Ela tem pontos positivos já que não é uma songa-monga que fica chorando pelos cantos com pena de si mesma, se esforçou para chegar ao posto que ocupa, em momentos de dificuldade consegue se salvar sozinha sem a ajuda de homens, mas em compensação é muito, muito, MUITO CHATA!! 

Misaki parece uma velha cricri implicando com os estudantes (só os rapazes) que pintam o cabelo, usam brincos, não abotoam toda a camisa do uniforme etc. (uma espécie de versão feminina e gatinha do Sr. Filch do Harry Potter). Adora usar qualquer desculpa para bater nos garotos e uma coisa que me irritou demais foi ela ter arrancado os brincos das orelhas de um garoto. Fica dificílimo gostar da Misaki dessa forma. Felizmente aos poucos ela vai aprendendo a respeitar os homens e ve que eles também são gente e têm um lado positivo, não são os ogros insensíveis e fedorentos que ela achava no começo.

Outra coisa difícil de explicar foi como ela se elegeu presidente já que se ela odeia homens ela odeia 80% da escola (ela estuda lá porque a mensalidade é a mais barata da região). Apesar da protagonista irritante a história é bacana e prende o leitor rapidinho.

No final do primeiro volume há um extra com um one-shot bem legal sobre uma menina que é apaixonada por um menino que morre e passa a ver o fantasma dele. 

Algumas pessoas implicaram com o subtítulo em português, mas fique claro que a Misaki é uma garçonete fantasiada de empregada, ela não é uma empregada, ao mesmo tempo excelência é o pronome de tratamento para presidente e ela é presidente do conselho estudantil então não tem nada de errado em usá-lo. Pode ser um exagero, mas passa a sensação de extrema polidez que está presente em todo o mangá e ainda é cômico já que no fim das contas ela é uma garçonete. Sinto muito quem não entendeu o sentido da piada.

Na edição brasileira foram mantidos os honoríficos, algumas coisas foram adaptadas e colocaram a nota no glossário (o que é diferente de quando mudam e fingem que sempre foi assim) explicando. A qualidade de edição está bacana, foram usadas diversas fontes, os extras foram mantidos e as ilustrações coloridas que vinham nas orelhas estão na parte de trás da capa. O único problema aqui foi que a falta de espaço obrigou o glossário a ir para a outro verso da capa. Não tivemos erros na capa ou na lombada dessa vez (XD). O mangá é formatinho, ou seja, é do tamanho de Ouran, isso dificulta um pouco a leitura das falas que ficam na beirada das páginas e o título é cheio de falas.

Eu achei o mangá legal, mas não muito mais que isso, espero que a história progrida daqui pra frente. Não dá para julgar com apenas quatro capítulos se uma história é boa ou não. É bem difícil gostar de uma protagonista que parece mais uma inspetora de alunos do que uma deles.

Título: Maid-sama!: Sua Excelência, a garçonete!
Autora: Hiro Fujiwara
Formato: 11,4 x 17,7
Duração: 12 volumes até o momento, em andamento no Japão
Periodicidade: Bimestral
Preço: R$9,90
Demográfico: Shoujo
Gênero: Comédia, Romance, Vida Escolar