Olá maaaais uma vez. Acho que é consenso que a maioria dos saudosistas fãs de tokusatsu que visitam o JBox odeiam nossas mãezinhas do fundo do coração de tanto que somos sinceros nas diversas matérias daqui… Ou pelo menos já tirou os nomes dos autores de suas listas de presentes de natal, #FF do Twitter e das listas de Amigos do Facebook. E também a maioria deles odeia Power Rangers pelo simples fato de não termos mais sentais originais aqui no Brasil. O que na minha opinião é uma razão bem burra e sem sentido. Não temos mais tokusatsu aqui no Brasil por conta do mesmo motivo que muitas coisas na internet são odiadas: saturação.

Regressando um pouco no tempo, é só observar a quantidade de séries do gênero que tinhamos na TV na época áurea dos tokus aqui no Brasil. Não souberam aproveitar e gerenciar o conteúdo que tinham, daí o gênero decaiu e foi extinto em termos de exibição.

Nos últimos tempos, tivemos apenas a veiculação da sucata da Manchete (não em termos de conteúdo) na Rede TV (que não pagou pelas séries e botou no ar!) e depois dois suspiros com Ultraman Tiga na Record e Ryukendo na Rede TV. Fora isso, somente produções americanas aportaram por aqui, como novas temporadas de Power Rangers e, mais recentemente, Kamen Rider Dragon Knight (um dia falarei do joguinho).

Mas enfim, Power Rangers estourou mundialmente com a primeira fase. E com isso, além de brinquedos, recebemos jogos baseados na série.

Na primeira temporada, os principais consoles da época (Mega Drive e Super NES), ganharam um jogo cada, e seus irmãos menores (Game Gear e Game Boy, respectivamente, o NES não entrou na dança) ganharam versões “baixa renda” destes títulos. O de Mega, desenvolvido pela Banpresto, é um Fighting Game que é ruim… Sim, é ruim. Já o SNES ganhou um Side-Scroll bem bacana (mas a última batalha de Zords é difícil) feito pela Natsume (responsável pela série Harvest Moon).

Com o filme de Power Rangers, mais uma vez ambos os consoles ganharam um jogo cada, porém somente o de Mega Drive é realmente baseado no longa. Desenvolvido pela Banpresto, Mighty Morphin Power Rangers: The Movie, é um beat’em up no melhor estilo Streets of Rage e bastante caprichado. No Super NES, a Natsume novamente cuidou de Mighty Morphin Power Rangers: The Movie, que apesar de carregar o título do filme, não traz os inimigos criados por Ivan Ooze, mas os asseclas de Lord Zedd (quase que eu escrevo Zeed e embolo com Shinobi), que é Side Scroller, como o primeiro, mas com melhoras significativas. Paralelo a ele, a Bandai America encomendou (provavelmente para incrementar as vendas) também à produtora Natsume um jogo de luta de Power Rangers… Com os Zords. E assim tivemos Mighty Morphin Power Rangers: Fighting Edition.

O game não tem uma temporada fixa para se basear, mas pela cruza de dados, seria algo entre a segunda (Dairanger) e parte da terceira (Kakuranger), já que conta com Zords das duas, porém traz como último chefe, Ivan Ooze, interligando com os filmes. E perfilando a isso tem monstros das respectivas temporadas (inclusive um reaproveitado do MMPR Movie de SNES). Resumindo, o jogo é uma suruba entre robôs e monstros, sem enredo… É tipo Street Fighter.

O jogo, como o título sugere, é de luta… Ele tem três modos básicos, o História, no qual você escolhe entre o Thunder Megazord e o Tiger Megazord e vai seguindo uma sequência de lutas até o embate mortal (pfft… haha) contra Ivan Ooze; o modo Fighting, que é o tradicional Versus, aonde você escolhe entre 4 zords (Os já citados Thunder e Tiger, o Ninja Megazord e o Shogun Megazord), além de Lord Zedd, Goldar e dois outros monstros que me esqueci o nome (=P), além de Ivan Ooze, selecionável via cheat. Fora esses, tem o modo Trial, que coloca o jogador em batalhas de um Round contra todos os oponentes…

Juro que eu tentei alongar mais o parágrafo, mas o game é tão raso quanto um pires nesse departamento. Na hora de jogar, a coisa melhora um pouquinho. Cada personagem tem atributos e características que o torna único nos combates. Um mais rápido, outro mais forte, um mais equilibrado. No modo história só tem dois utilizáveis, iguais em suas características, então toda a diversão do jogo está no modo versus.

Os comandos são extremamente simples, a maioria funciona com o famoso comando do hadouken. Um pouco acima da barra de vida, há uma segunda barra, de Power, que enche sozinha, e caso o golpe seja feito com a barra cheia, sairá uma versão concentrada dele. Soltando o golpe concentrado, a barra mudará de cor, primeiro de azul para rosa, depois de rosa para um tom amarelado, e depois ficará piscando. E com o comando certo (geralmente duas meias luas + Botão), um especial devastador será lançado.

Graficamente, ele é decente. Não tem tantos cenários, de fato, você irá lutar pelo menos quatro vezes na câmara do poder. De resto, a tradicional Alameda do Anjos e duas lutas num cenário distante da cidade. O destaque é o cenário das batalhas contra Lord Zedd e Ivan Ooze que é bem legal. Os Zords e monstros estão bem feitos, cada um deles passa a sensação de peso, no caso do Shogun Megazord, ou leveza, no caso do Ninja Megazord.

Sonoramente é competente, tem como tema principal e na batalha da Câmara do Poder o grudento “Go Go Power Rangers”. Os outros temas são igualmente bem feitos. Nada excepcional, claro, mas não são ruins. Os efeitos sonoros são todos bacanas, embora acho que alguns poderiam ser mais condizentes com a realidade do game. Mas estamos falando de lutinha de robôs em 16 bit. Queria o quê? Um épico galático? Enfim…

Mighty Morphin Power Rangers: The Fighting Edition não é tão bom quanto os platformers lançados, mas dá para o gasto e diverte. O jogo foi lançado nos mercados americano e europeu, mas ele chegou ao Japão… Mais ou menos, pois no ano seguinte sairia para o Super Famicom, Shin Kidou Senki Gundam Wing: Endless Duel, ou simplesmente, Gundam Wing: Endless Duel, jogo de luta baseado em Gundam Wing, que utiliza uma versão melhorada da mecânica do jogo visto aqui na coluna… Só que com músicas e cenários melhores… Bem, até a próxima.

Avaliação do JBox: 71%

Pontos fortes: Lutadores Balanceados, alguns cenários.
Pontos Fracos: Dificuldade quase nula, comandos simples demais