Olá pessoal, beleza? Sobreviveram a última semana? Ninguém perdeu o emprego, nem a namorada? É isso aí, vocês são boas pessoas, ao contrário de mim, que não fico só jogando jogos legais pra escrever aqui. Eu também pago meus pecados, e vez ou outra sempre passam jogos que variam do “meh”, ao “ruim”, chegando à categoria “Lixo Atômico”.

Pois bem, para quem já é frequentador assíduo do JBox, deve saber que nos anos 90, Haim Saban iniciou a franquia “Power Rangers” adaptando “Zyuranger” (que aliás, tem um jogo horroroso pro Famicom) e percebendo que aquilo deu lucro, ele resolveu adaptar outras séries…

E bem, tivemos o antológico Masked Rider, que adaptava basicamente Kamen Rider Black RX e inseria cenas de outros dois especiais de Kamen Rider… Sim, a salada foi, em termos populares, um cocô; tivemos os bestiais Beetleborgs que… Bem, eu não assisti a série, acho que só umas 4 pessoas viram isso aqui no Brasil, sendo que duas estão internadas em estado de choque, uma está desaparecida e a outra escreve aqui no JBox XD; e tivemos lógico… A maior Salada de Mr. Saban: V.R. Troopers.

A série misturava heróis de três tokusatsus de anos diferentes: Chojinki Metalder (Metalder, o Homem Máquina)de 1987, Jikuu Senshi Spielvan (ou Jaspion 2, se você quiser fazer uma piada interna :p), de 1986 e Uchuu Keiji Shaider (Policial do Espaço Shaider, de 1984)… Bem, eu lembro de ter assistido alguma coisa na Globo na época, e como eu tinha conhecimento nulo do gênero, pra mim estava de boa, um monte de cara fantasiado trocando sopapo era a glória suprema.

Isto me faz refletir que certas coisas devem permanecer apenas na memória, pois quanto mais crescemos, mais o nosso senso crítico e de vergonha aumentam. Percebemos que nossas lembranças cor-de-rosa da infância não passam de meras ilusões e que chegam a nos constranger…

A série era tremendamente sem vergonha, mas teve uns bonecos maneiros lançados, eu lembro de um do Spiel… digo, J.B. que era bem dahora. E outra sem vergonhice eram os uniformes americanos, cujo design foi feito por alguém com diarréia mental. Mas a série fez certo sucesso na terra do Tio Sam… Particularmente prefiro aquele “Power Rangers Medieval” da Saban, chamado “Cavaleiros de Tir na Gog” (alguém lembra? aquilo sim era muito bacana).

Mas voltando ao assunto, tudo que faz sucesso acaba gerando algum jogo… E eis que caiu nas mãos de um estúdio britânico chamado Syrox desenvolver um jogo de Troopers… Lembram do que eu disse lá em cima no primeiro parágrafo? Pois bem, aquilo era um indício de que a coluna de hoje não terá um final feliz.

O jogo adapta a primeira temporada da série, onde só Metalder e Spielvan foram violados. Grimlord quer dominar o mundo como todo bom vilão… E somente os Troopers, adolescentes descolados interpretados por atores adultos inexpressivos vestindo roupas tecnológicas, podem impedir que a barreira entre o mundo virtual e o real seja destruída… Acho que um bom antivírus seria mais eficiente e menos vergonhoso, mas já que aqui estamos, então vamos em frente.

Comecemos pelo primeiro erro: na minha opinião o jogo poderia ter sido melhor caso fosse um side scroll (como os Power Rangers) ou beat ‘em up (Como Kamen Rider), mas resolveram fazer um game de luta. Mas, indo em frente, o jogo tem três modos: história, Versus e CPU Duel… Todos eles são auto explicativos, mas eu me pergunto por que diabos uma criança (publico-alvo do jogo) iria querer ver a CPU duelando com ela mesma? Não faz nenhum sentido…

Os comandos do jogo… São um lixo. Temos um botão de soco e um de chute, apenas. E os comandos especiais são ativados com > + Soco ou < + Soco, tem um terceiro que eu não sei como faz, mas se você for esperto (não tão esperto, já que estará jogando este lixo) e tiver um controle de seis botões, os atalhos pros golpes especiais estão nos botões X, Y e Z do controle do Genesis/Mega Drive.

As lutas, como disse acima, são no mano a mano, e não são muito difíceis, a inteligencia artificial não é lá tão inteligente, e as lutas são interligadas com sessões onde se luta contra grupos de 2 soldados rasos e o objetivo é sobreviver até a contagem de tempo chegue ao zero. A única maneira de vencer os soldados, é acertar um no outro como na tv. Esse é realmente o ponto difícil do jogo, pois se eles conseguirem encurralar você, a coisa fica feia. De resto, lutas inssossas e sem criatividade.

Graficamente, os programadores pareciam estar com pressa de ir para casa. Cenários chatos e sem vida, com pouca inspiração e que a única relevância é que eles se repetem com uma paleta de cor diferente (dando a idéia de passagem de tempo), os únicos cenários DECENTES são o da última batalha e o do Battle Grid Mode (As lutas contra os soldados rasos), de resto, nada de bom.

Os personagens são um horror, o Ryan (Metalder), mais parece o Kikaider, mas não é um elogio, o JB (não, não é o Justin Bieber) ficou com o peitoral do Seiya e a Kaitlyn… Bem, enfim, vocês entenderam. O mesmo vale para os inimigos, insossos… E os recolors dos heróis, então? Eu te digo, o orçamento do jogo era mais baixo que o dos animes do Studio Deen, viu?

Olha gente, eu tive um dia ruim e quero ir embora desse texto, posso? Sério? Pois bem, então pra ajudar a terminar, vamos falar rapidinho sobre o som do jogo. Desligue e coloque um disco com o som de uma briga de gatos, seus ouvidos serão bem menos agredidos. Pronto.

Finalizando, se existe uma razão para temermos jogos baseados em animes, tokusatsus e filmes, ou seja, produtos licenciados, aí está uma delas: títulos mal programados por conta do prazo apertado, orçamento baixo e pressão dos estúdios. Mas isso não é razão para lançarem algo sem um mínimo de polimento. Evitem V.R. Troopers de Mega Drive, como o diabo evita a cruz! E até semana que vem!

Avaliação do JBox: 30%

Pontos Fortes: Nenhum
Pontos Fracos: O Jogo Inteiro