ys

Algumas séries mereciam um maior reconhecimento por parte dos jogadores. Sim, enquanto certas franquias tem seus jogos anuais caça-níqueis sendo vomitados em cima dos jogadores (Call of Duty, Pro Evo Soccer e Need for Speed, falo de vocês…), outras precisam de uma boa vontade de algumas produtoras para chegarem desse lado do oceano. Uma dessas séries é Ys.

Até 2005, 2006, apenas três jogos da franquia aportaram por aqui: Ys I (no Master System, em 1988), Ys I e II (No Turbografx CD) e Ys III: Wanderers from Ys (Super Nes e Mega Drive, além do Turbografx CD). A Konami trouxe Y6 VI, mas somente as versões console e tempos depois, a produtora XSeed trouxe diversos jogos da franquia para esses lados do oceano. Inclusive, o mais recente lançamento da produtora na Steam, é Ys I & II Chronicles+ (review em breve).

Enfim, a desenvolvedora Nihon Falcom lançou em 2006 Ys Origin, jogo que é um prequel de toda a série, exclusiva dos PC’s, e que ficou seis anos só no Japão, até que a XSeed o lançou no ocidente. Será que ele vale a pena a sua compra? Vamos ver!

Havia uma terra próspera chamada Ys, governada pelas deusas Gêmeas Reah e Feena, e seus seis sacerdotes. Era como um paraíso, e seus residentes eram capazes de alcançar milagres através do uso da magia – um poder garantido a eles por um aterfato conhecido como Pérola Negra (Black Pearl no original).

Repentinamente num dia, inúmeros demônios marcharam sobre a terra, trazendo morte e destruição em seu caminho. A quantidade e a força dos deles era tamanha, que obrigou as pessoas a se refugiarem no mais sagrado dos templos na mais alta das montanhas. E numa tentativa desesperada de manter as pessoas a salvo, as deusas usaram o poder da Pérola Negra para erguer o templo do chão e levá-lo aos céus, distante da ameaça cada vez mais crescente.

Mas, os demônios, aparentemente brasileiros (não desistem NUNCA), estavam determinados. Eles ergueram uma enorme torre de onde os ataques eram lançados, levando a batalha aos céus. Uma guerra se iniciou, com as forças concentradas no Santuário de Salomão nos Céus e na Torre do Demônio na Terra.

E, no meio desse caos, as Deusas Gêmeas simplesmente desapareceram. Ninguém soube de sua partida, nem os Seis Sacerdotes que serviam a elas. Ficou claro que elas desceram até a superfície, mas ninguém sabia o motivo. Apenas uma coisa era certa: Sem as Deusas, Ys não sobreviveria.

Para procurar as Deusas, os Seis Sacerdotes organizaram um grupo de busca, com os feiticeiros e cavaleiros mais poderosos de Ys. Uma única missão foi dada a eles: garantir a segurança de Lady Reah e de Lady Feena e levá-las de volta ao Santuário de Salomão sãs e salvas.

Mas, nas ruínas de Ys, só havia um lugar aonde elas poderiam ter ido…
Na Torre do Demônio.

No jogo, você tem a opção de três personagens… Cada um deles tem um gameplay diferente, e desenrolar diferente dos fatos, e acaba que as três histórias se completam em si.

O título é um RPG de ação, como seus antecessores Ys VI: The Ark of Napishtim e Ys: The Oath in Felghana (sim, a série Ys é de RPG’s de ação, mas Origin remete mais a esses dois títulos). A jogabilidade dele funciona de maneira simples, como um hack’n slash. Cada personagem ataca de maneira diferente, e isso se reflete em como a jogatina flui.

Se você apenas apertar o botão de ataque de maneira descerebrada, não irá muito longe (e ficará emperrado em puzzles simples que o jogo possui). É necessário saber usar as magias e o boost do jogo de maneira sensata para avançar em determinados trechos. Além de ter tempo para fazer o chamado grinding ou “pegar level”, como alguns chamam.

Mas, ao contrário de um Final Fantasy ou Dragon Quest da vida, o grinding aqui não é trabalhoso se souber como fazer usando por exemplo, o multiplicador de experiência. Para exemplificar melhor esse multiplicador, veja esse vídeo . Conforme se bate nos inimigos, uma barra laranja vai se enchendo, e se ela estiver cheia, os inimigos dão o dobro de experiência.

As batalhas contra chefes são o destaque do jogo, aonde definitivamente não é recomendado agir feito o Kratos (apertar botão de ataque x 400), mas o recomendado é observar bem os padrões de ataque do chefe e agir de acordo com eles, muitas vezes na base da tentativa e erro (algumas vezes, levei 20 minutos para passar de alguns chefes). E a dificuldade vai crescendo, sendo que para conseguir alguns Achievments, você deverá se esforçar acima do recomendado em certos trechos.

O visual do jogo não impressiona a primeira vista, considerando que ele saiu em 2006, mas segue o mesmo estilo de Ys: Oath in Felghana e Ys VI: Ark of Napishtim, que é a de cenários tridimensionais (muito bem feitos), e sprites pré renderizados em 3D, mas como os sprites são relativamente pequenos, não fica aquela coisa que vimos em Mario Kart 64.

Os cenários, apesar de terem a temática parecida (já que ele se passa na Torre do Demônio), carregam características que os diferenciam, como partes inundadas, lava ou arenoso por exemplo em andares diferentes.

As cenas e efeitos visuais também agradam, tendo algumas cutscenes no tradicional estilo anime e efeitos bacanas tanto de golpes quanto de iluminação. A arte do jogo é belíssima, não tem como não simpatizar com os lindos artworks.

A trilha sonora… Ah, a trilha sonora… Desde os tempos dos Ys originais, com as trilhas de Yuzo Koshiro até hoje, são melodias fabulosas. Aqui em Ys Origin, temos o tradicional tema de Feena, calminho e tranquilo e o resto dos temas, que são o oposto, velozes e rápidos. Não tem como não se empolgar com uma trilha assim, que casa completamente com o estilo veloz do jogo.

Finalizando, Recomendo bastante Ys Origin, e ele está disponível pra compra na Steam por R$34,99 e é uma ótima pedida.

Avaliação do JBox: 95%