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Digimon, Digitais, Digimon são os campeões… Ah, tá, essa música é chata pra cacete e o pior, o pessoal da TV por assinatura teve que aturá-las por duas temporadas, enquanto que graças a Deus, na Globo colocaram uma versão em português da Target Akai Shogeki.

Mas porque eu estou divagando sobre aberturas de anime, mais especificamente aberturas de Digimon, você me pergunta. Simples, o review de hoje, será de um jogo de Digimon intitulado Digimon World DS.

A base deste game é parecida e ao mesmo tempo diferente com a da série Pokémon. Você é um garoto (ou garota, dependendo da sua escolha), que ao mexer em um dos pc’s da escola, pesquisa sobre rumores de monstros digitais misteriosos na internet.

Após receber um e-mail estranho durante a pesquisa, acaba parando no Mundo digital, e conhece os fascinantes digimons. Lá, descobre como se tornar um Domador de Digimon (termo usado na dublagem da terceira temporada, o original é Digimon Tamers) e ele (ou ela) inicia sua jornada para se tornar o Rei dos Domadores (subindo de Rank). Paralelo a isso, há uma trama em que seu personagem irá se meter.

A jogabilidade é uma mistura de Pokémon, Megaman Battle Network e uma pitada de .hack//. Embora as missões para se prosseguir no jogo sejam lineares, há certa pesquisa de dados para se encontrar o objetivo. Na captura de Digimons, utilizando um termo grosseiro se dá pelo próprio sistema de batalhas do jogo, ao encontrar um monstrinho, seu digivice irá escaneá-lo.

Dependendo do rank do bicho (In Training, Rookie, Champion, etc), uma porcentagem variável (10 ou 15%) irá ser contabilizada. Chegando a 100%, o jogador tem que se dirigir a uma de suas Fazendas (Digi-Farm, explicarei mais adiante) e transformar esses dados em um Digimon.

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As Digi-Farm’s (Fazendas de Digimon) são dadas, assim que você é nomeado um Domador (Tamer) e toda vez que sobe um rank (Bronze, Prata, Ouro, Rei), ganha uma nova com capacidade maior. Novas fazendas podem ser adquiridas numa loja, mediante pagamento; e elas são o local aonde você deixa seus monstros reservas crescerem e aonde você converte os dados escaneados para se tornarem Digimons reais.

Com a compra de determinados ítens especiais (Farm Good’s), o desenvolvimento dos Digimons pode ser acelerado, ou características como HP e MP aumentadas. Existem variados tipos de fazendas, que combinam mais com diferentes espécies de Digimon (Planta, Inseto, Pássaro, Dragão, etc) e isso, apesar de não ser decisivo, pode ser importante para a satisfação do bicho.

Nas Digi-Farms, é possível conversar com os Digimons e conseguir sub-quests (geralmente envolve encontrar alguém em algum lugar) para agradar os monstros. Essas sub-quests também são importante para algo com seu rank de Domador, e envolvem conquistar o respeito de seus Digimons, algo necessário para liberar a quest principal que envolverá o aumento do seu rank de Domador.

Como seus Digimons ficam na fazenda (Não a do Brito Júnior, mas a Digi-Farm =P), eles se desenvolvem e ganham níveis lá. Também há a preocupação com a produção de comida e divertimento monstrinho, mas eles mesmo produzem uma certa quantidade de comida e se divertem facilmente, mas nunca esqueça de fazer uma visita e sempre ler o relatório “diário” feito por Culumon, o que não leva nem um minuto.

O sistema de navegação entre as dungeons lembra muito o de .hack// (série do Ps2), com o seu personagem conseguindo “palavras chave” e usando uma cidade central para se dirigir aos locais das missões, embora não haja o geramento de palavras-chave aleatórias, como na série da própria Namco-Bandai pra o acesso a dungeons aleatórias.

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Já o deslocamento nas dungeons, lembra o de Megaman Battle Network, com seções curtas, porém o deslocamento é mais amigável do que a série da Capcom. É possível carregar até três Digimons no grupo, então escolha bem seus parceiros, embora no começo as opções sejam limitadas.

O sistema de batalha é o de um JRPG clássico, por turnos e não tem nenhum mistério: simplesmente derrote o grupo adversário antes que o seu e use itens pra curar seus Digimon. A visão da batalha lembra Dragon Quest, em primeira pessoa, vendo apenas os rastros de seus golpes. Na tela superior, é mostrada a ordem de quem irá atacar (bom para saber quem derrotar primeiro) e os status de seus bichos.

O sistema de evolução (ou digievolulção para usar o termo do jogo)  é até criativo, e a partir de determinado nível, pode-se escolher qual será a digievolução (por exemplo, meu Tsunomon virou um Gaomon, mas poderia ter sido um Gabumon). No começo, semelhantemente a Pokémon, escolhe-se entre três Digimons diferentes, um com ataque e defesa equilibrados, um com prioridade nos ataque e um com prioridade em defesa.

Equipamentos existem, mas são apenas coisas para aumentar atributos, dar imunidade e ensinar técnicas ao Digimon. E finalizando esse tópico sobre jogabilidade que já gastou muitos parágrafos, a maior parte das coisas é feita pelos botões do DS mesmo, a Stylus pode ser usada em menús (a navegação fica melhor) e para nomear coisas (fica melhor que com o direcional), mas a Stylus é mais recomendada na Digi-farm.

Como eu já disse que funciona como um JRPG, as batalhas são aleatórias, dentro das dungeons os inimigos surgem a qualquer instante, mas também existem batalhas contra chefes. A dificuldade é mediana, as batalhas exigem leve nível de estratégia, mas jogadores habituados com Final Fantasy ou Dragon Quest não terão grandes problemas, apenas nos chefes a dificuldade aumenta um pouco, mas com itens de cura/status adequados, não há o que se temer. Embora haja tutoriais para se explicar batalhas, digi-farms durante o jogo, o aprendizado geralmente é automático, se você tiver um pouco de paciencia.

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Graficamente o game é competente e graças a Deus a produtora resolveu usar o 2d de forma bem feita. Os Digimons e personagens são bem animados enquanto andam, e aliás, é possível encontrar os protagonistas de Digimon Savers – com os nomes japoneses, ao invés dos americanos de Data Squad. Os cenários estão na média e os sprites durante as batalhas são bem feitos (e bem animados, embora contenham poucas animações diferentes, mas ainda assim mais do que em Pokémon).

Os efeitos, embora simples, são competentes e não comprometem a jogatina. E o visual de menus, durante a batalha é muito bem arrumado e organizado, nada jogado na cara do jogador, como em PES 2010.

Sonoramente Digimon World DS é agradável, com melodias empolgantes e feitas na medida certa, não são necessariamente memoráveis, mas com certeza dão o tom necessário para as situações do jogo. Os efeitos são bons, os Digimons não tem grunidos como os Pokémons, e isso é um alívio, afinal, o DS tem uma boa capacidade sonora, e não colocar as vozes dos Pokémons nos jogos é quase um crime.

As alterações de músicas de uma batalha normal, para contra um oponente especial (Um chefe de dungeon ou o BlackAgumon), é excelente.

Finalizando, mais que uma experiência apenas para fãs de anime, Digimon World DS é um RPG bem executado, com inovações o suficiente para entreter por longas horas. Se não fosse tão linear por conta do modo história, tenho certeza de que teria nota máxima.

Avaliação do JBox: 95%