Amigos, vamos supôr uma coisa: Se eu desenvolver um jogo baseado em produto X, e você desenvolver outro baseado no mesmo produto, serão produtos completamente diferentes, se a liberdade da publisher permitir.
Peguemos por exemplo três jogos da série Silent Hill: Silent Hill 4, Silent Hill Homecoming e Silent Hill Downpour. Enquanto que o 4, desenvolvido pela equipe responsável pelos anteriores, ainda tem a pegada clássica (dadas as diferenças entre os títulos), Homecoming tenta o tempo todo emular o SH clássico, mas peca em usar a violência pra chocar (sendo mais ocidental) e não num sentido psicológico.
Já Downpour dá a visão do desenvolvedor (Vatra) do que seria a série, sendo uma experiência nova na franquia. Se é bom ou ruim, vai de cada jogador.
Dito isso, Lords of Shadow não é nem tenta ser um Castlevania clássico. Sabemos das vezes em que a franquia tentou migrar pro 3D, e não foi tão bem sucedida (os jogos de PS2 tiveram uma recepção boa, mas os de N64 e Wii não). Ele nos traz uma visão diferente do que seria Castlevania. O resultado? Confira abaixo.
É o fim dos tempos, no ano de 1047. O elo da Terra com os céus foi ameaçado por uma força maligna, conhecida como Senhores das Sombras. Uma magia nefasta impede as almas dos mortos de deixar o mundo, enquanto criaturas malignas habitam a terra e atacam os vivos.
Gabriel Belmont, membro da Irmandade da Luz, um grupo de cavaleiros que protege e defende os inocentes, sai em busca de vingança pela morte de sua esposa, cuja alma não consegue deixar o mundo, além de combater os Senhores das Sombras. É claro que sua jornada não será fácil e ele terá de penar para conseguir seu objetivo.
Primeiramente, jogue fora todos os seus conceitos de Castlevania, pois o jogo abandona o estilo gótico que consagrou a série da Konami e aposta alto em um hack’n slash.
Alguns elementos básicos da série ainda estão lá, e de um certo ponto do jogo, a questão das fases se assemelha a um Castlevania tradicional. Mas enfim, a base do game é semelhante a da aclamada franquia God of War. Combos simples e intuitivos, melhoria de habilidades, chefes titânicos e Quick-Time Events.
Não que isso seja necessariamente ruim, e de fato, os combates de Lords of Shadow são os melhores da franquia em se tratando de edições 3D.
Outros elementos de Castlevania estão presentes de maneira maquiada, já que com as habilidades que você adquire mais adiante no jogo, você pode retornar e refazer qualquer estágio para conseguir completar 100% deles – e de quebra,ganhar mais pontos de experiência para conseguir novas habilidades.
Os combates contra chefes mostram um dos melhores pontos do jogo. Alguns deles são imensos, e descer a lenha nem sempre é o correto a se fazer nessas situações.
Mas nem tudo são flores. Além da já dita falta de elementos que remetam a um Castlevania, a câmera em alguns pontos é bem chata. Na maior parte do tempo você ficará bem, mas algumas vezes será difícil ver os inimigos, pois ela estará focada em outra direção.
Graficamente é um jogo bastante competente. Os personagens e monstros estão bem feitos, bem animados e o sangue voa em quantidades generosas durante a partida, mas o destaque é o design de cenários que é simplesmente maravilhoso. Eles transmitem a sensação de aventura solitária que o jogo quer nos passar, além de serem bastante variados.
Castlevania sempre teve trilhas sonoras fantásticas, independente do compositor e Lords of Shadow não é excessão. Mesmo sem reaproveitar nenhum dos temas que popularizaram a franquia, o compositor Oscar Araujo fez um trabalho fenomenal. Cada faixa combina exatamente com o que está acontecendo e passa a sensação de solidão que o jogo proporciona.
A dublagem dele também é bem feita, contando com nomes como Sir Patrick Stewart no elenco. Cada dublador foi competente em seu papel, apesar de você enjoar de algumas vozes e até comemorar secretamente suas mortes no jogo.
Finalizando, Castlevania: Lords of Shadow não é um Castlevania de raiz, mas sim uma reinterpretação da obra original, e além disso, um jogo de ação bastante competente. Recomendado apenas aos jogadores mais mente aberta.
Ah, e a versão de PC (Ultimate Edition) foi localizada para o português do Brasil e com legendas melhores que as de um certo Naruto (ler review anterior).
Avaliação do JBox: 90%
Faz review do Mirror of Fate e de outros jogos da seríe Castlevania, incluindo os do portatil.
Faltou falar do Dracula… Se bem que é um baita spoiler a identidade dele, rs.
Kyo vc poderia fazer uma analise de xenogears, na minha opinião um dos melhores rpg`s pena que nunca teve a continuação merecida, somente o review xenosaga.
pessoal fala tanto desse jogo parecer com gow q esquece de um certo nanobreaker…. natural q haveriam combos mais cedo ou mais tarde, pq repetir o mesmo golpe 20 vezes para matar um mesmo inimigo é algo q se deixa pros jogos limitados de 2d!
E Nano Breaker é obra do Iga, que ficou de 1997 até 2010 na franquia.
Na verdade ele ficou de 2002 até 2010. O SOTN ele apenas ajudou na franquia (era assistente), mas não produziu. Já o Harmony of Dessonance ele sim produziu.
Ótima analise, quando este jogo lançou eu escutei rumores que diziam que ele não foi concebido para ser um jogo da serie Castlevania, e sim um IP totalmente novo chamado apenas de Lords of Shadow, mas durante as etapas finais de produção a Konami decidiu mudar algumas coisas e acrescentou Castlevania no nome. Isso explicaria bem a quase inexistência de elementos clássicos da serie, o Mirror of Fate e o LoS 2 tem muitos mais.
Eu estou jogando esse jogo aos trancos e barrancos, parando e voltando, ainda estou no capitulo dois. Eu achei ele muito parecido com God o War e Shadow of Colosus (nas batalhas contra titãs), e sim ele tem vários elementos copiados descaradamente de GOW, não tem como falar ao contrario, é fato. Como não gosto das mecânicas de GOW isso me desanimou um pouco. Em todo o caso vou tentar termina-lo, a sequencia me parece muito mais interessante.
E ai Kyo, o JBox tem uma comunidade na Steam, porque seria uma boa ideia criar uma para reunir os fãns de animes e jogos do serviço.
O gozado é que na mesma epoca saíu Darksiders, esse ultiliza alguns elementos de GoW emprestado e mesmo assim o jogo vendeu pouco devido as comparações com GoW, só que Darksiders é o que menos ultiliza referencias de GoW pois não há esmagamentos de botões, seu foco é a exploração, encontrar itens e ultilizar estrategias para derrotar boss.
Also uma curiosidade só pra finalizar, sabia que até a propria Konami admitiu e até ficou com o pé atrás com o jogo devido a ausência dos elementos classicos? Por isso que nas sequencias ela exigiu que ultilizasse elementos classicos e por isso que Mirror of Fate tava com mais cara de Castlevania.
Na verdade o LoS já foi concebido para ser Castlevania, a razão para que foi chamado inicialmente para só LoS era pra não interferir nas vendas do Castlevania Judgement.
As mudanças e a remoção de elementos classicos foram propositais, pois inicialmente ele seria um remake do Castlevania do NES controlando Simon Belmont, só que o jogo foi evoluindo e o produtor queria colocar mais coisas e ai optaram por fazer um reboot. Vale lembrar que Dave Cox (produtor do jogo) e Hideo Kojima não vão muito com a cara do Koji Igarashi e há indicios de que fizeram um complô pra tirar ele da produção de Castlevania. Tanto que Dave Cox admite que não queria que o jogo lembrasse um Symphony of the Night. Só que ai os fãs começaram a reclamar e ameaçando o Cox que ele não teve outra opção e re-colocar devolta os elementos classicos e goticos em Mirror of Fate e em LoS, tanto que o Cox afirmou recentemente que o estilo gotíco se tornou marca registrada da seríe.
Aqui neste link fala como era pra ter sido o LoS sem ter dado o reboot: http://www.gamevicio.com/i/noticias/87/87744-era-assim-que-era-para-ser-castlevania-lords-of-shadow/