Nahoko Uehashi recebeu nesta semana o prêmio Hans Christian Andersen deste ano. A premiação ocorre a cada dois anos e contempla um autor e um ilustrador que colaboraram para com a literatura infanto-juvenil.
Uehashi é a autora das novels Kemono Souja Erin e Moribito, que inclusive chegou a ser lançada no Brasil em 2011 pela editora WMF Martins Fontes, mas não deve ter agradado o paladar da otakada tupiniquim e, infelizmente, nenhum volume subsequente foi lançado.
Mas se você for um dos que sequer sabia que o livro foi lançado e estiver interessado no primeiro volume, ele ainda se encontra disponível para venda.
É uma ótima leitura. ;)
Li Moribito e adorei, dá para entender perfeitamente porquê os jovens japoneses gostam tanto de leitura…
Primeiro: Os capítulos são curtos e impressos num tipo grande, o que cansa menos a gurizada acostumada á era digital. Confesso que também gostei mais deste formato, o Facebook acabou com minha capacidade de concentração…
Segundo: O estilo da história é altamente descritivo, o que vem a calhar com o jeito de pensar dos jovens. Gastava-se um capítulo todo para descrever as roupas do personagem, os lugares por onde ele passava-fosse um suntuoso palácio ou uns barracos embaixo da ponte…De acordo com uma matéria veiculada num telejornal gaúcho, sobre as fantasias sexuais da galera (!), os jovens geralmente tem fantasias relacionadas á lugares: Transar na beira da praia, numa floresta, etc…
Pois então: Escrito por uma professora-ou seja, alguém acostumado á lidar com seu público-alvo- o livro capta os interesses dos jovens e adequa a história á este modo de ver o mundo, tornando sua leitura um prazer, não uma tortura…
Terceiro: Apesar de todas as críticas negativas á Saga Crepúsculo, a autora Stephenie Meyer é uma das primeiras á usar referências modernas em seu livro. Ela cita Robocop, Smalville, Spiderman…Enfim, exemplos da TV e do cinema, mídias com as quais as novas gerações tem mais familiaridade. Por exemplo: Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, o autor Machado de Assis faz inúmeras referências á obras clássicas como Os Lusíadas, de Camões, pois seu público-alvo eram os leitores do jornal em que ele escrevia, gente com alto grau de instrução nos saberes de sua época (e que eram criticados no livro, kkk!)…Já os best-sellers atuais tem outros públicos, com outras referências, e só uma obrigação, que é vender muito. Satisfazendo as fantasias de seus leitores, motivos pelos quais os amantes de literatura os menosprezam.
E o que isto tem á ver com Moribito!? Os nomes dos lugares escolhidos pela autora, como Nova Yogo (KKKK!) e o próprio fato da protagonista ser uma mulher guerreira que busca proteger uma criança em detrimento da própria felicidade, dão um toque moderno á uma história épica. Lembra Aliens II- O resgate, com sua tenente Ripley lutando para proteger uma menina no espaço.
E o fato de Balsa ser uma mercenária que inicia sua aventura visando apenas o dinheiro nos lembra que vivemos numa época “suja”, onde a honra virou conversa fiada, imprimindo atualidade ao livro.
Bem legal saber desses detalhes, me deixou interessado. Quem dera todos os comentários aqui fossem assim e não aquele monte de hate e mimimi da galera.
[…] Autora de Moribito Recebe Prêmio Internacional […]
Caraca!!Detalhes interessantíssimos!! Me deu vontade de ler o Moribito,vou procurar no Google alguma loja online que tenha essa edição para vender.
Quando esta obra estava para ser lançada eu vi a noticia aqui no jbox mas depois nao ouvi mais nada. Pensei até que a obra havia sido cancelada. Eu me interessei em comprar no inicio mas mas se ja foi lançada a tanto tempo e nao tem previsão de continuação então eu passo.
Obrigado, Likou. Eu achei importante mostrar minhas impressões sobre este livro aqui, porquê havia muito alarde á época do lançamento; e , agora, descubro que não corresponderam "na prática" á isto. Fica difícil investir num mercado instável assim, onde o público fica pedindo coisas que não compra…Se bem que muita gente afirmava que não ia comprar porquê preferia as light novels de Kore wa zombie desu ka (uma história de um garoto que vira garota mágica zumbi ou coisa que o valha, pela pesquisa que fiz internet?!?), entre outras…
Espero que tu tenhas a sorte de achar com um bom desconto como eu achei, o principal problema destes livros é o valor salgado; pra quem tá acostumado á pagar cerca de +- R$20, 00 por mangás, desembolsar 40/50 sai um pouco pesado…Mas valeu a pena para mim, acabei ganhando mais do que esperava!
:laughing:
Olha, a história deste primeiro volume é fechada em si própria, não carece de nenhuma continuação para descobrir como termina, Kurogane. É tipo Os homens que não amavam as mulheres: As continuações eram só pra explorar o sucesso do primeiro exemplar com o público que o consumira. Eu mesmo não adquiri nenhuma continuação deste livro nem quero, a história contada no primeiro já me agradou o suficiente. É diferente da Saga Crepúsculo, em que temos de passar pelos quatro (grossos!) volumes para descobrir afinal qual foi a porra da decisão que a Bella tomou…
Goldenboy, as tags do seu comentário tinham ficado quebradas, então dei um tapinha pra arrumar, espero que não leve a mal.
E perto do final do post, tem um link do livro no Buscapé, para quem quiser caçar um preço legal.
No PontoFrio/Extra parece que era geralmente R$25, mas no momento deu como esgotado. =/
Só valeu!! Agora, ir atrás do densha otoko, Battle Royale e aqueles de Mokona do Clamp, que parecem mais de acordo com a descrição de light novels que eu tinha, com ilustrações e tudo o mais…
Densha Otoko, eu estava esperando que fosse narrativa tradicional, mas quando chegou aqui e abri, fiquei surpreso ao ver que na verdade ele é como se tivessem tirado “print screen” do fórum japa (devidamente traduzido, é claro) e impresso nas páginas, removendo apenas os posts mais inúteis.
Ficou bem interessante.
Sobre o do Mokona, na verdade ele está mais para o padrão de livros infantis ilustrados do que uma “light novel” tradicional.
No caso da light novel, ela nada mais é do que um livro com teor mais light (para gradar o povo mais jovem), e na maioria das vezes, com uma meia dúzia de ilustrações espalhadas por cada volume (similar à clássica Coleção Vagalume daqui), enquanto nesse do Mokona, temos uma arte a cada 4 páginas mais ou menos (e cada página não tem mais que 15 linhas de texto).
Já Battle Royale estou até com medo de quando chegar aqui, já que o negócio tem quase 700 páginas e não vou conseguir ler tão cedo (ainda mais em livro físico, que precisa de iluminação externa pra ler a noite, que me faz optar por ler algo no Kindle e deixar os impressos empilhados aqui do lado).
Novels japonesas no geral, tem arcos que começam e terminam no mesmo volume, assim você pode parar onde quiser.