Sabem, às vezes eu queria não ser tão rápido em ler as coisas. Sério, quando eu adquiro um livro novo e sou absorvido pela leitura do mesmo, acabo finalizando em pouquíssimo tempo. Mas enfim, vocês não estão aqui para ler sobre os meus devaneios de viciado em leitura, mas sim para ler a resenha do livro que dá título a esse post.

Desde que foi anunciado sua capa e sinopse, eu fiquei desesperado pelo dia do meu pagamento, até que pudesse adquirir o livro na pré-venda. E assim, foram quase 30 dias esperando o livro chegar, e nesse dia 6/9 pus minhas mãos em Cemitérios de Dragões… Será que a espera valeu a pena?

Um fenômeno desconhecido faz cinco pessoas, sem qualquer conexão e espalhadas pelo planeta Terra, acordarem em diferentes regiões de uma realidade devastada por um império de reptilianos e assolada pela escravidão. Os cinco iniciam uma jornada em busca de respostas para sobreviverem no centro de uma guerra envolvendo criaturas fantásticas e demônios dispostos a invocar perigosos seres abissais para servirem a seus propósitos.

Porém uma entidade pretende conectar o destino dos cinco humanos e armá-los com uma tecnologia construída à base de metal-vivo, magia e sangue de dragões. Uma tecnologia jamais vista naquela ou em qualquer outra dimensão, capaz de gerar heróis de metal.

Mais uma vez, Raphael Draccon prova porque é um dos mais talentosos escritores dessa nova geração de autores de literatura fantástica, não devendo nada a qualquer gringo por aí. Mesmo que os clássicos arquétipos de um Super Sentai estejam lá em cada um dos heróis principais, cada um deles tem marcas características que não os fazem ser meramente fantoches moldados por um clichê.

Apesar disso, referências à cultura pop permeiam parte do universo de Cemitérios de Dragões (como em qualquer obra literária contemporânea, diga-se de passagem), em uma lida rápida, algumas são bem escancaradas, já outras é necessário uma dose de poderes ninja. E apesar das toneladas de referências, nenhuma delas é gratuita, e no geral tem um relacionamento com o background dos personagens em si.

Os personagens são o grande destaque da trama, cada um com um background riquíssimo, e mesmo com os já citados “clichês” de um sentai, eles não caem na pieguice.

Derek é o líder, e mesmo com seus questionamentos, ele precisa liderar aqueles cinco para conseguirem uma maneira de voltar ao seu lar. Amber parece ser durona, mas devido a uma certa questão (não vou dar spoiler) é muito mais frágil do que aparenta. Romain, como todo francês, está sempre resmungando e reclamando da vida, e usando de bom humor para esquecer um grande erro que cometeu. Ashanti é a única que é o oposto dos outros, ela não quer voltar para casa, por um fardo que ela não desejou carregar. E Daniel… Bem, Daniel é um Otaku. Se eu fosse fazer uma contraparte dele no universo tokusatsu, eu diria que ele é o AkibaRed (de Akibaranger), ou o Gai Ikari, o Gokai Silver (De Gokaiger).

A maneira com a qual os personagens acabam por ter suas histórias entrelaçadas, culminando na formação da equipe é bastante natural, e quando há a mudança de perspectiva de um personagem para outro, pode rolar até uma chateação, pois naquele momento, a narrativa já te deixou do lado daquela situação, e assim sucessivamente até o final.
Apesar da base do livro ser a criação de um Sentai, não é apenas esse gênero que é retratado no livro, há referências a Metal Hero (essa beeeeeem na cara), a Ultraman (com um pouco de esforço você acha) e até mesmo Lion Man (mesmo que possa parecer forçada de barra minha).

O final do livro é sensacional. Em um momento, você prevê o que pode acontecer, mas a história dá uma virada excelente, que acaba por criar um gancho para a sequência, que deve ser lançada no ano que vem.

Finalizando, recomendo fortemente Cemitérios de Dragões, que pode ser encontrado nas principais livrarias ou em lojas Online. E se você acompanha o JBox, aguarde, que em breve, uma cópia autografada do livro pode estar em suas mãos. Fiquem ligados!

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