É sempre incrível observar histórias que contam condições de um mundo pós-apocalíptico. Sempre existem variadas formas de se ver esse mundo. Às vezes é um mundo futurista em ruínas. Pode ser também uma vida no espaço sideral, em Marte, talvez. Mas o mundo também pode voltar a ter características selvagens, porém mais adaptadas e, bem, tendo sofrido o efeito da evolução. Esse último e específico caso é o que podemos observar em Gigantomachia.

O mangá do renomado Kentaro Miura, autor de Berserk, traz dois protagonitas: Delos e Prome. Delos é um homem bem forte e de boa índole que anda junto de Prome, uma misteriosa garota que possui poderes sobrenaturais, diferente do resto dos “hus”, como são chamados os humanos na história.

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Essa divisão no mangá entre os “hus” e os “mus” é extremamente vital para o desenvolvimento do enredo. Os mus são humanos que acabaram sofrendo os efeitos da evolução com o decorrer do tempo e são caçados pelos hus, como seres inferiores que devem ser extintos. Para isso, os hus usam gigantes para conquistar tudo o que podem.

Apesar de parecer ter um clima denso ao nível de Berserk, não é isso que observamos. Gigantomachia possui um enredo bem mais leve e cheio de cortes humorísticos. A dupla de protagonistas fica responsável por esse pequeno teor cômico. Mesmo assim, continua tendo uma notável discussão social e isso sem falar de lutas interessantes.

O mangá possui certa polêmica por ter sido publicado na época de um (dos) hiato(s) de Berserk, a verdadeira grande obra de Miura. Não desmerecendo Gigantomachia, claro, mas os fãs de Berserk realmente podem dizer que sofrem com a espera pelo lançamento de ao menos um capítulo da obra.

No geral, é um mangá altamente recomendável para os fãs do Miura, claro, mas também pode ingressar muitos leitores que não conhecem o autor a conhecer seu estilo incrível de narrativa e traço.

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Outra edição de luxo

Gigantomachia, como era esperado, veio ao Brasil no mesmo padrão do relançamento de Berserk pela Panini. Colocando melhor, a edição está em papel offset, no formato 13,7 x 20 cm e lombada quadrada. O mangá está saindo pelo preço de R$15,90 e possui 232 páginas.

É incrível como o acabamento final do mangá está belo. O papel offset dá um belo charme e deixa o volume, que é único, com um aspecto bem firme. Pode-se dizer que a Panini fez um trabalho sensacional na impressão deste, assim como fez com Berserk.

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A questão de tradução e adaptação está muito boa também, principalmente a representação do falar rebuscado de Prome e seus cômicos momentos de deslizes. A revisão está ótima, como era de se estar. Uma coisa que achei muito boa também foi a opção pelo uso de página completa para a quadrinização. Encaixou-se perfeitamente e dá um esbanjo a mais para a arte do Miura.

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exemplo do uso da página completa
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Conclusão

Gigantomachia é realmente um mangá que merece respeito. A obra tem uma leitura de grande valia e te faz refletir sobre algumas coisas. Além disso, tem personagens realmente ótimos. A arte, como já dito, é esplêndida e a edição da Panini está trazendo isso com o mais digno glamour merecido. Uma obra de um gigante numa qualidade no mesmo patamar.

História: 4,5/5

Edição Nacional: 5/5