Com o perdão da piada: o inimigo agora é outro.

Essa é a mensagem principal que o início de temporada de Attack on Titan transmite ao espectador. Especialmente após o segundo episódio, fica claro que a terceira temporada do anime vai ter menos ação, ou pelo menos um tipo diferente de ação, e uma trama mais política e conspiratória, em que a guerra se estabelece mais entre os humanos do que entre humanos e titãs.

Começando, bem, pelo começo: o primeiro sinal de que entraremos em uma fase nova e, aparentemente bastante diferente, é a abertura da série, totalmente mais suave do que as anteriores. Com muitos momentos dos personagens em suas versões de infância, e com a trilha sonora emocional de Red Swan (Yoshiki feat. HYDE), a abertura tem um quê quase de sonho ou memórias, fazendo mais referência a sentimentos e esperança do que à terrível guerra à qual estamos familiarizados. A animação também está diferente e, após um começo de primeiro episódio relativamente parado, somos introduzidos – e aqui começam os SPOILERS – a novos personagens. Especificamente, ao quase-emprestado-de-Westworld, Kenny the Ripper.

Os leitores do mangá irão reclamar (e, aqui deixo minha opinião, com razão) da introdução abrupta do personagem e dos acontecimentos do episódio 2, nos quais o espectador chega de sopetão, sem uma atmosfera prévia que construa a tensão devida para a chegada deste novo momento. Se o espectador se sentiu meio perdido, é porque realmente a parada não funcionou da melhor maneira possível. Apesar disso, o olhar ao passado de Levi (tudo que sabemos num primeiro momento é que ele Kenny têm alguma ligação misteriosa no passado e que o novo antagonista nos proporcionou um grande É O QUÊ após uma fala inofensiva no segundo episódio) é bastante bem-vindo, e já dá pra saber que teremos uma viagem interessante ao arco do nosso badass favorito. Depois da Mikasa. Ou, bem, junto agora?

Mas o mais interessante de tudo até aqui provavelmente é o momento que temos com Armin e a reavaliação de seu propósito, no fim do episódio 2. Após atirar em uma companheira de espécie com bastante facilidade, ele traz ao esquadrão alguns questionamentos pertinentes com os quais ainda não havíamos entrado em contato em AoT: para que estamos lutando se não é para defender a humanidade? Quando nossa guerra mudou de uma guerra pela sobrevivência humana para uma guerra de visões de mundo? Quem, e por quem, somos nós ao lutarmos essa guerra?


Lutar contra os monstrões destruindo sua cidade e literalmente comendo tudo que você ama é, pelo menos moralmente, bastante fácil. Mas entrar em contato (finalmente) com todos os mistérios humanos que envolvem o início dessa luta em primeiro lugar vai ser muito mais difícil. É a jornada que vamos ver daqui pra frente, e deve ser bastante interessante. Que venham os próximos 22.


Attack on Titan é exibido oficialmente no Brasil pela Crunchyroll, com episódios simultâneos todos os domingos, às 15h.