Inori, a autora da novel Me Apaixonei Pela Vilã (Watashi no Oshi wa Akuyaku Reijou), recentemente se pronunciou sobre cortes feitos na edição americana da novel. Segundo alegado por diversos usuários, a versão da Seven Seas cortou pedaços de uma reflexão da protagonista, Rei.

No trecho, ela está pensando sobre suas atitudes com relação a Claire, a vilã por quem se apaixonou, comparando seu entusiasmo com ultrapassar limites e representação de humoristas gays na TV japonesa – existem certos estereótipos cômicos típicos da cultura japonesa dos quais esses humoristas se utilizam de forma proposital.

Imagem: Capa japonesa do 1º volume da novel 'Me Apaixonei Pela Vilã'.

Divulgação: GL Bunko/Ainaka.

Contudo, muitos japoneses (e residentes) que se consideram LGBTQIA+ criticam esse tipo de representação, alegando que auxiliam a reprodução da homofobia.

A personagem, no caso, se questiona se não estaria reproduzindo esses estereótipos como algum tipo de “mecanismo de defesa” para ser aceita, assim como, talvez, os humoristas façam também.

Leitores criticaram a omissão desse monólogo pontuando que afeta o desenvolvimento da personagem, fazendo parecer que ela não vê problemas em suas ações.

Ao saber da polêmica, a autora, disse, em tradução livre: “Ah… Com certeza, foi por algum motivo incontornável, mas ainda é meio triste. Mas, de novo, deve ser por algo incontornável.”

Em resposta, a editora Seven Seas já disse que essas partes acabaram removidas durante o processo editorial “da época”, que já teria sido mudado para evitar esse tipo de perda. Também garantiram revisar a versão em ebook e futuras impressões, para trazer essas partes de volta.

Na trama, Rei Oohashi reecarna dentro de um otome game, jogo voltado para mulheres, focado em percorrer rotas para ficar com os personagens bonitos. A jovem logo se depara com Claire François, a principal vilã do jogo… por quem ela tem uma queda. E agora?

A NewPOP anunciou o lançamento da novel aqui no Brasil, sem dar uma data específica até o momento. Conheça um pouco mais sobre Inori e outras autoras japonesas neste artigo.


Fonte: Inori e ANN