Nightwalker

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Mayonaka no Tantei Nightwalker (Detetive da Meia- Noite Nightwalker)
Produção: AIC, 1998
Episódios: 12 p/ tv
Criação: Ayana Itsuki
Exibição no Japão: Tv Tokyo (08/07/1998-23/09/1998)
Exibição no Brasil: Locomotion

Última Atualização: 17/09/2010

Por Tio Cloud

Nightwalker foi mais um daqueles animes que passaram pela Locomotion e quase ninguém se deu conta de sua existência. Analisando de uma forma geral, é mais uma produção que tem tudo pra dar certo, mas de certa forma peca por se sustentar em clichês, se transformando em uma decepção pra quem esperava ver algo realmente inovador.

Mesmo assim, o anime merece ser lembrado pelo público brasileiro, não por suas sequências de ação que até que conseguem dar conta do recado, ou suas cenas de violência explícita. Seu mérito foi trazer para o público brasileiro um gênero de anime/mangá que pouco é conhecido pelo público nacional: o shonen-ai.

“O que é isso, Tio Cloud?”
Esse assunto bem que merecia um artigo à parte, mas já que tocamos nele, vamos falar logo de uma vez. O shonen-ai não é nada mais nada menos que “mangá/anime de relacionamento entre garotos”. Ficou assustado? Não é surpresa, visto que o público otaku brasileiro é bem preconceituoso (estranho, vindo de quem se queixa de viver ouvindo coisas como “desenho animado é coisa de criança…”).

Em meados dos anos 70, surgiu no Japão uma nova “categoria” de mangás: o Yaoi. O gênero trazia histórias sobre relacionamentos homossexuais masculinos em histórias cujas cenas de sexo eram explícitas. Tais cenas eram, digamos, a atração principal do mangá (XD) e a história era deixada um pouco de lado (tipo revistinha de sacanagem nacional… Hehehe). Mas, o yaoi só se popularizaria nos anos 80, graças ao movimento dos fanzines (ou doujinshi, em japonês). Tais publicações, em grande parte feitas por desenhistas amadores (mas nem por isso com arte menos profissional) traziam em suas páginas personagens masculinos de animes em situações… Digamos… À vontade uns com os outros (XD). Nem preciso dizer que os preferidos eram animes cujo elenco era predominantemente masculino (Cavaleiros do Zodíaco, Samurai Warriors e Yu Yu Hakusho sofreram nas mãos dos fanzineiros hehehe).

O gênero foi se popularizando tanto que acabou ganhando publicações especializadas em grandes editoras (sendo a June a principal revista yaoi do Japão) e gerou um subgênero: o shonen-ai (cheguei lá! Ufa!). Tanto o yaoi quanto o shonen-ai tratam de relacionamento entre homens, a grande diferença está no fato de que, enquanto no yaoi as cenas de sexo são o grande atrativo, no seu subgênero, o shonen-ai, o enfoque é dado ao relacionamento entre os personagens, não havendo praticamente nenhuma cena envolvendo relações sexuais. A coisa às vezes é meio que apenas na insinuação, não sendo abertamente revelada pelo autor. Entenderam? Um é putaria explícita e o outro é romantismo, pra ser mais direto. Os shonen-ai mais conhecidos pelos brasileiros sem dúvida são Tokyo Babylon, do Clamp (ué, você achava que o Subaru e o Seishiro eram só amiguinhos? Que bobo!), Gravitation (publicado pela JBC) e depois dessa matéria, Nightwalker ^^”.

Ah, só pra deixar claro: ao contrário do que sua cabecinha pervertida pensa, tanto o yaoi quanto o shonen-ai não são dedicados especificamente ao público homossexual masculino (mesmo que acabe gerando interesse… Hehehe…), e sim ao público feminino adulto, que inexplicavelmente adora esse tipo de história. Estranho, né?

Voltemos à Nightwalker…
Depois dessa aula “mangática”, voltemos a falar do anime que é o motivo dessa matéria (já era hora…).

Nightwalker – O Detetive da Meia Noite, conta a história de Shido Tatsuhiko (que aliás, tem um visual bem andrógino), um vampiro sem memória que (surpresa!) combate seres misteriosos que atacam à noite (eita clichê! Essa história de vampiro que ajuda os humanos é velha desde Vampire Hunter, Miyu e trocentos animes que esqueci o nome, antes mesmo de Crespúsculo XD. Viu por que falei que a história não era nada original?). Shido é dono de uma agência de detetives que costuma investigar estranhas criaturas conhecidas como Breeds, uma espécie de demônio-parasita que se apossa dos corpos de humanos mortos e saem por aí matando quem aparece pela frente. Em seus casos, ele conta com a ajuda de sua parceira, a cabeluda Yayoi Matsunaga (nome sugestivo, hein?), que (pasmem!) fornece seu próprio sangue para o herói após cada batalha, ou quando der aquela fominha… Hehehe…

Só que Shido não lembra de quase nada do seu passado, apenas da figura de um misterioso homem chamado Cain. De alguma forma, Shido acha que tais Breeds estão relacionados com seu passado e espera conseguir recuperar a memória perdida investigando (e destruindo) tais criaturas. A coisa começa a tomar rumo quando o misterioso Cain volta sabe-se lá de onde e quer trazer Shido de volta pra seu lado… Digamos… Pra ficarem juntinhos e, pra variar, dominarem o mundo (juntinhos naquele sentido mesmo! No passado os dois eram amantes @_@”- sacou o lance shonen-ai?).

Completando o elenco fixo do anime, temos a secretária pentelha Riho Yamazaki, uma garota que não tem utilidade nenhuma na série toda, a não ser encher o saco de Shido, por quem é apaixonada (mal sabe ela que o rapaz não gosta da fruta :P). E por falar em personagens inúteis, também tem uma das mascotes mais estranha dos animes (tá certo, aquele Mokona de olho esbugalhado de Vamipre Princess Miyu ganha disparado XD), a esquisita Guni, uma capetinha (seria isso?) alada que anda pra baixo e pra cima com os peitos de fora @_@. O engraçado é que tais mascotinhos geralmente servem pra gerar brinquedinhos, mas quem em sã consciência compraria um boneco baseado em uma criaturinha tão horripilante?

Se há uma coisa original em Nightwalker é a habilidade de Shido. O detetive vampiro usa como arma seu prórpio sangue, manipulando-o como quiser, e transformando-o em espadas, lanças, escudos e tudo mais que for necessário em uma batalha (é só o inimigo enrolar um pouco na luta que o cara morre de hemorragia! Como esses monstros são bobos, né?).

Em cada episódio (que são contados como noites), as situações ocorrem mais ou menos isoladas, ou seja, o detetive sempre se vê envolto em algum caso que tenha os Breeds envolvidos. E é aí que a coisa fica maçante. As aparições esporádicas do vampiro Cain dando “pistas” de seu relacionamento passado com Shido não são suficientes para criar um vínculo entre os episódios, fazendo que praticamente não haja aquele interesse em saber o que vai acontecer no próximo capítulo. A coisa muda no finalzinho da série, quando tudo vai se encaixando e tendo uma sequência de episódios interligados, mas aí já é tarde demais e a peteca já caiu a muito tempo.

O anime
Nightwalker foi produzido pela AIC, famosa por ser a responsável por animes mundialmente bem sucedidos como Tenchi Muyo e as séries Bubblegum. E como quase tudo que o estúdio produz, Nightwalker não é baseado em nenhum mangá, sendo criação original (essa pegou mal XD) da equipe de Itsuki Ayana.

Por ter uma empresa tão respeitada envolvida, é de se esperar que Nightwalker seja um puta anime. Só que não é. Começa divertido com o monstro da semana, caminha para um lado dark e um falso apelo psicológico, e termina de forma decepcionante.

A série é até bem intencionada, mas não empolga, graças aos clichês extremos e personagens um tanto quanto sem carisma (isso sem falar nos roteiros que não se esforçam muito pra surpreender). É um daqueles animes que dão a impressão de que podia ser melhor, mas falta algo para dar aquele “tchan”. A animação é bem caidinha (algo de se estranhar, para uma produção da AIC), mas não chega a ser algo que incomode, principalmente pelo bem sucedido clima dark dos cenários que combinam com a proposta do anime.

Todos esses deslizes fizeram com que a série passasse batida nas madrugadas da TV Tokyo, se encerrando com apenas meia temporada. Mas nem por isso Nightwalker é ruim. Só podia ser melhor. E em época onde a criatividade é escassa, nada mehor que juntar Vampire Princess Miyu e Entrevista com o Vampiro em uma só produção.

Só lembrando: não precisa se preocupar, não tem nenhuma ceninha digamos, “caliente”, entre Shido e Cain. O máximo que sai é um “Eu te amo” da boca do vampirão do mal. Bem típico de um shonen-ai. Pra quem não tem preconceito.

Checklist Episódios
1- O homem que vem da escuridão
2- Condições pra ser estrela
3- O fujitivo
4- O amanhecer dourado
5- O remédio dos mortos
6- The bottom of the well
7- Mãe e filho
8- O andarilho da noite
9- O rosto da outra
10- Lágrima do Anjo
11- Feiticeira da floresta
12- Escuridão Eterna

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