Power Stone

[div coluna1]Power Stone
Produção: Studio Pierrot, 1999
Episódios: 26 p/ tv
Criação: Baseado no game da Capcom
Exibição no Japão: TBS (03/04/1999-25/09/1999)
Exibição no Brasil: Globo
Distribuição: Imagine Action Dálicença

Última Atualização: 10/09/2007

Por Larc Yasha

Já falamos isso aqui no JBox, mas não nos cansamos de repetir: o universo dos animes e dos videogames possuem uma estreita relação. Com o lançamento do Famicon da Nintendo em 1983, já se viam versões de jogos de animes de sucesso sendo lançadas para o console. No decorrer da década, o número de games de animes foi crescendo intensamente. Entretanto, no período não se via o muito o “caminho inverso” – games se tornando animes.

Um dos pioneiros a fazer o tal “caminho inverso” foi o jogo Dragon Quest, que em 1989 ganhou a uma série de tevê chamada Dragon Quest: Abel no Yuusha que chegou a ter os primeiros episódios lançados em VHS no Brasil com o incoerente título de Dragon Boy. A série não teve muito êxito, e anos mais tarde uma nova tentativa de fazer sucesso em cima do nome Dragon Quest foi realizada, com Dragon Quest: Dai no Boken, que passou no Brasil como Fly, O Pequeno Guerreiro (por vezes, “Pequeno Ninja” nas chamadas do narrador do SBT, bêbado). Só pra constar: Fly também não fez sucesso na terrinha do sushi (por isso você nunca viu o final… Foi cancelada!).

A má sorte das animações baseadas em games de sucesso só foi acabar em 1994, com o lançamento do anime baseado no jogo de luta mais famoso do mundo: Street Fighter. A Capcom se empenhou para que nenhum diretor, roteirista e estúdio de animação de 5ª categoria estragasse a prata (ou melhor, o ouro) da casa. O resultado foi o bacana longa metragem Street Fighter II The Movie que chegou a passar nos cinemas brasileiros (com uma bizarra dublagem de Miami), ser lançado em VHS e exibido no SBT,Cartoon Network, Cinemax (legendado) e Record! Depois de Street Fighter, diversas empresas trataram de animar seus joguinhos de maior popularidade, gerando diversas produções para tevê e vídeo que variam bastante. Tiveram coisas legais como os OVAs de Darkstalkers e muito ruins, como o movie de Samurai Showdown e os OVAs de Toshinden e Art of Fighting.

Em 1999, a Capcom lançou mais um anime baseado em um dos seus games. Dessa vez, a motivação veio por conta da mais bem sucedida animação baseada em um game de todos os tempos: Pokémon. O escolhido da poderosa empresa mãe do Ryu, Ken, Chun-Li & cia foi Power Stone, grande sucesso do Dreamcast.

A animação rendeu 26 episódios e foi exibida na rede japa TBS (onde passam os Ultramen) de abril à setembro de 99. Curiosamente, o jogo foi lançado na plataforma Dreamcast no ínicio do mesmo ano! Sentiram o cherinho de esquema na parada? O estúdio responsável pela produção foi o Pierrot, que fez o super hit Yu Yu Hakusho uns anos antes e hoje é responsável por Naruto. A direção da série ficou por conta de Kenichiro Watanabe, que já havia trabalhado na série Street Fighter II V, e de Takahiro Omori que dirigiu Super Milk Chan.

O resultado final não foi dos piores. Houve uma preocupação em desenhar os personagens do game como eles realmente são vistos pela galera, e o colorido exacerbado dos fundos deixa o anime muito bonito de se ver. Uns efeitozinhos de computação gráfica enfeitam ainda mais a série.

Entretanto, o roteiro pecou onde todos os “anigames” deslizam: o conteúdo. A historinha é bem rasa e só vale mesmo pela expectativa de “quem do jogo vai aparecer no próximo episódio?”.
Por sorte, o jogo Power Stone não é mais um clone de Street Fighter e possui uma traminha que foi upgradeada na versão em acetato e segurou as pontas pra não dar um “tilt” como a série baseada em Virtua Fighter, por exemplo.

A busca pelas pedras do poder
O jovem Falcon é um rapaz que não para quieto e se veste (extravagantemente, diga-se de passagem) como um aviador. Após o desaparecimento misterioso de seu pai arqueólogo, que estava à procura das lendárias Pedras do Poder (Power Stone… Dãã…), o mordomo da família ordena (!) que o garoto vá em busca do velho. Antes de partir, Falcon recebe uma das misteriosas pedras, sem saber do que se tratava (afinal… Pedras são pedras!). Quase que ao mesmo tempo, ele é atacado por misteriosos guerreiros ninjas e no momento de maior perigo, a pedra manifesta um estranho brilho que o envolve. Surge então uma estranha armadura que dá ao rapaz superpoderes para mandar os inimigos para o pau. Intrigado, Falcon agora quer descobrir o quê diabos são as tais pedras e o paradeiro do seu papito. Começa assim a aventura.

No decorrer da série vão pipocando os personagens do jogo. Ao lado do herói, ficam a garota Ayame, a misteriosa vidente morenaça Rouge (nomezin infeliz, né?), o ninja Ryoma e o “múmico” Jack. Todos os seus amigos possuem também suas pedras e adquirem poderes especiais quando tais pedras os manifestam. Passando por diversos lugares diferentes e fazendo muitos amigos e inimigos onde para, Falcon tem como maior pedra no sapato (hehehe trocadilho infeliz :P) o vilãozão (que nem cara de mal tem) Vargas (não é Getúlio não!) que quer todas as pedras pra si (uauuuuu… O que mais você achou que ele queria?).

No final da série, Falcon reencontra seu pai e tem que encarar um demoníaco Vargas que usa o poder de todas as pedras juntas. Por sorte, as amizades que Falcon fez ao longo de sua jornada tem uma utilidade imensa nessa hora crítica. Quem falou que amigos de estrada não prestam pra nada? Hehehe…

Power Stone no Brasil: A polêmica
Em 2000 a Imagine Action Dalicença adquiriu os direitos de Power Stone para o Brasil e vendeu a série para a poderosa Globo que estava sedenta por animes para bater o SBT na guerra do Ibope matinal diário (não mudou muito, né?). Entretanto, a Globo tomou um susto quando o Ministério da Justiça PROIBIU a série de ser exibida pela manhã, sob alegação do anime possuir violência demais, cenas de nudez (O_O onde? Eu num vi nenhuma!) e personagens de sexualidade indefinida (eitcha!).

Quanto a violência, não existe NADA de mais se comparando com Dragon Ball Z, Cavaleiros do Zodíaco, Yu Yu Hakusho e Samurai X. Nudez? Só se forem os melões avantajados da Rouge e os decotes generosos de suas vestes… Mas a tal sexualidade indefinida não tinha como passar despercebida. Um personagem chamado Kikonojo (parece marca de macarrão instantâneo @_@), amigo da ninja Ayame era homossexual e não tinha como dublar como mulher (como fizeram com O Zyocite da Sailor Moon… Não sabia? Aquilo era homem! Mas deu pra passar como muieh por ser bastante andrógino) pra disfarçar.

A dublagem realizada nos Estúdios da Parisi Vídeo manteve o personagem com seu ar “afetado” e quando a Globo pegou os episódios nem se incomodou com o fato (provavelmente eles estavam preocupados em criar coisas “fantásticas” como a “Garrafinha” ou o “Tchutchucão” para afundar o Ibope da emissora ^^). Mas quando as fitas foram lá pro controle de censura (que em teoria acabou nos anos 80), o pessoal arrancou os cabelos e bateu o martelo.

A Globo correu atrás (não pense que por respeito aos fãs, mas sim pra não perder a grana que pagou) e tomou um não na cara outra vez. A solução encontrada foi, então, pedir para que a Parisi redublasse apenas o tal Kikonojo, tirando o máximo que pudesse os trejeitos gays naturais do cara. Redublagem feita, a Globo fez seus cortes (que aparentemente foram poucos… Talvez por nem ter o que cortar mesmo ò_ó) e deixou a poeira baixar pra liberar o anime.
Eis que em 2002 o anime deus às caras na velocidade da luz na TV Globinho (tapando buraco e nada mais) e nunca mais foi visto na tevê brasileira. A Fox Kids também iria exibir a série, mas reparando os problemas que a Global estava tendo, nem se arriscou em pôr o anime no ar, preferindo passar bombas como Flint e Dinozaurs mesmo.

O anime veio dos EUA e lá mexeram na abertura, encerramento, diálogos, músicas de fundo… Enfim: em tudo que eles adoram meter o bedelho. A versão brasileira ficou bacana e pode-se dizer que foi graças à dublagem que o anime foi salvo e exibido! Isso mostra a importância que a dublagem possui no processo de lançamento de um anime. Muitas pessoas reclamam que a dublagem brasileira “mata a essência dos personagens”, mas dadas as diferenças culturais entre Japão e Brasil, muitas vezes se torna necessário adaptar piadas, vozes (o Kurama é dublado por um mulher no Japão, sabia?) e interpretação para não permitir que ocorra casos como este.

Curiosamente, a Globo cortou um episódio inteiro para fazer o anime acabar numa sexta (são 26 episódios e a TV Globinho só passava de segunda à sexta). Da forma como foi tratada (desde a implicância do governo, até a exibição rápida e sem divulgação na Globo) não é de se estranhar que muitas pessoas não tenham tido a chance de assistir esse anime, tornando-o um “anime perdido”. Mas não é tão perdido como O Violinista de Hamelin. Não conhece? Passou!

Checklist Episódios
Relação dos capítulos exibidos pela Globo:
01- O Mistério das Pedras do Poder
02- Guerreirosdas Sombras
03- O Espírito Samurai
04- O Navio Fantasma
05- A Encrenca com a Garota
06- Outra Pedra do Poder
07- O Ovo da Águia Gigante
08- Kraken o Pirata
09- A Bola de Cristal Negra
10- A Lua Vermelha
11- A Corrida do Ouro
12- O Assistente
13- Tumulto em Oedo
14- A Ninja da Chuva
15- O Segredo de Jack
16- Uma Terra Distante
17- Em Buscado Amanhã
18- Viagem Perigosa
19- Vamos Pegar o Kraken
20- A Promessa de Valgas
21- Problemas na Casa de Falcon
22- Em Busca das Pedras do Poder
23- Unidos Venceremos
24- Campo de Batalha
25- A Colina do Destino

[/div][div coluna2]

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=SWCKoudjwDo 255 214]

[image]

[image]

[image]

[image]

[image]

[image]

[image]

[image]

[image]

[image]

[image]

[image]

[/div]