Ran – The Samurai Girl

[div coluna1]Ran – The Samurai Girl
Kazemakase, Tsukikage Ran (Levada pelo Vento, Ran Tsukikage)
Produção: Madhouse, 2000
Episódios: 13 p/ tv
Exibição no Japão: Wowow (26/01/2000-19/04/2000)

Exibição no Brasil: Animax
Distribuição: Sony Pictures

Última Atualização: 20/04/2008

Por Larc Yasha

Todo mundo já assistiu (ou leu) pelo menos um anime (ou mangá) com uma temática relacionada a samurais. Os guerreiros feudais japoneses já estrearam diversos títulos lançados na terra do samba e do futebol, e sempre conseguem conquistar muitos fãs. Curiosamente, a maior parte das obras que chegaram por aqui com essa temática, apresenta uma atmosfera “pop” – salvo exceções como Lobo Solitário, que teve uma série live-action exibida na Record e SBT, e um filme lançado em DVD.

Ran – The Samurai Girl também não traz nenhuma atmosfera densa ou melancólica (como um Hakkenden da vida… Já assistiram?) e coloca uma muieh fã de saquê passeando com uma katana pelo Japão feudal, ao lado de uma desmiolada garota chamada Miao – que luta Kung-Fu. Já deu pra sacar que Ran não é um anime de samurai que deva se levar muito a sério, né? Criado pelos estúdios Madhouse e exibido pelo canal japa Wowow (que apesar do nome gozado, só exibiu animes bacanas como Cowboy Bebop e Afro Samurai) no ano 2000, a série rendeu míseros 13 episódios.

A direção ficou a cargo de Akitaro Daichi (que dirigiu também Fruits Basket) e o anime contou com a supervisão musical de Toshihiko Sahashi, que trabalhou nos OVAs de Hunter x Hunter e fez um trabalho muito bom com Ran, usando uma variante do estilo musical Enka. Pra quem não sabe, Enka é um dos estilos musicais mais tradicionais (e antigos) do Japão, sendo entoado por mulheres que transformam sentimentos que não conseguem explicar numa canção (O_o). Das duas uma: ou você curte ou você fica com vontade de jogar um tijolo na cara da cantora XD.

Desventuras no Japão Feudal
Os episódios de Ran não trazem uma história novelada como a maioria dos animes que você conhece. Cada episódio é uma história fechada e não há sequer a preocupação de se contar a origem da personagem ou coisa assim. Perambulado pelo período Edo do Japão, Ran Tsukikage é uma ronin (samurai sem mestre) que possui um grande senso de justiça (afinal, ela é a heroína do anime, né?) e um vício danado por um bom saquê. Em todo santo episódio vemos a muieh tomando uns goró e se metendo em alguma situação onde a despirocada Miao das Garras Felinas de Aço (eita x_x) também está no meio.

Na hora da porrada, a dupla é bastante competente e mesmo que esteja de pileque, Ran se mostra uma exímia manejadora de espada – o que renderia um belo quebra-pau com um certo “Samurai Xis” :P. O mesmo não se pode dizer da tal Miao – que se mete a beber e fica doidinha, principalmente por ter que se virar pra pagar a conta que Ran deixa nos botecos. O grande “charme” de Ran, é o fato da série não passar de uma paródia simpática de histórias do gênero chambara (filmes e histórias passadas no período feudal japonês que possuem alguma luta no conteúdo), que por não serem muito famosos/conhecidos por essas bandas acabam fazendo com que você não ache tanta graça.

O carisma das personagens e sua relação de “amizade” rendem situações inusitadas e imprevisíveis (ok… Nem tanto XD) e distrai o telespectador direitinho. Ran é uma mulher sem papas na língua e possui uma sutileza a la Xena – A Princesa Guerreira. E as musiquinhas sem sentido da Miao (O céu está claro e o dia está lindo… XD)? E da mesma forma que Kenshin, Ran não mata seus oponentes, virando sempre a lâmina da espada pra não retalhar quem não mereça.

Por se tratar de uma produção da Madhouse, a qualidade de animação não decepciona nem um pouco e as cenas de ação são bem movimentadas. Em novembro de 2000, alguns meses depois do final da série de tevê, foram lançadados um mangá e um CD Drama da série e ficou por aí.

O vento que trouxe Ran ao Brasil
Ran é mais um típico anime que ninguém se preocuparia em pôr na capa de uma revista, catar em fansubbers ou mesmo se interessar em assistir. Mas São Tezuka sorriu pro povo brasileiro e a estreia do Animax proporcionou não só a vinda de animes como Ran, mas de muitas outras surpresas – como Hungry Heart Wild Striker! Exibido semanalmente, a série cumpriu sua proposta: a de distrair por cerca de meia hora o telespectador. E fez isso de forma muito melhor que um tal de Stratos 4 ¬¬’.

A versão brasileira ficou a cargo da Álamo, como (quase) tudo que passa no Animax. A tradução ficou a cargo da equipe da JBC, que fez um trabalho bacana. O elenco de dublagem traz as mesmas vozes de sempre, mas a direção soube escalar muito bem o time – fazendo com que você ignore esse “detalhe”. Ran ganhou uma interpretação primorosa de Cecília Lemes (a Lucy em Guerreiras Mágicas de Rayearth e a deusa Artemis no “Prólogo do Sono” XD). Já Miao, foi dublada pela versátil Letícia Quinto – que dubla mais que chuchu dando em pé de serra :P.

Uma animação acima da média, personagens divertidas e carismáticas, versão brasileira bacana… Se você não exige muito de um anime e curte uma comédia bobinha, procure assistir Ran. Provavelmente sairá satisfeito. E acabou =).

Checklist de Episódios
01 – Duas mulheres e um conflito
02 – Por um punhado de saquê
03 – Meu filho será tua herança
04 – Cinco homens, duas mulheres e um destino
05 – Era uma vez numa gravura
06 – A pinta não estava no lugar
07 – Uma experiência eletrizante
08 – É Deus no céu e é nóis na fita
09 – Encontros e desencontros
10 – Samurai Girl Steffani
11 – Uma nova vingança
12 – Miao contra-ataca
13 – O retorno de um amor antigo

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