Transformers – O Filme

[div coluna1]Transformers – O Filme
Transformers – Matrix Forever
Produção: Toei Animation, Sunbow, Marvel, 1986
Criação: Baseado na linha de brinquedos da Takara
Exibição no Brasil: Cinemas – Globo
Disponível em: Vídeo

Última Atualização: 28/05/2007

Por Tio Cloud

Nos anos 80, a molecada ainda estava descobrindo os videogames, e a internet era algo inimaginável. E sabe o que a gente fazia pra se divertir? Assistíamos (Sim! Eu já fui criança!! Difícil de acreditar, né? :P) o Xou da Xuxa e ficávamos o dia todo pentelhando nossos pais pra comprarem os tais ‘bonecos de ação” dos desenhos que lá eram exibidos. Quem nunca quis ter um He-Man marombado com o corpo desproporcional do Conan, ou mesmo um Comandos em Ação (sonho de 10 entre 10 moleques da época)?

De olho na franquia, a maioria dos desenhos tinham que ter personagens com uma armadurinha, um veículo, ou mesmo robô, que em 99% dos casos eram variantes dos Comandos em Ação e Transformers, tais como Centurions, Sky Comanders, Gobots, Spiral Zone (lembram disso?? Tinha um cara com uma moto em formato de roda @_@) entre outros. “Ah, Tio Cloud, mas hoje em dia também fazem tais bonequinhos e são até mais bonitinhos’, diz o leitor chatolino. Ok, mas não tem o mesmo encanto que na época, quando ter um Optimus que virava caminhãozinho era ser o cara mais bacana da rua. Hoje o pessoal vai pra uma Lan House, o que torna os action-figures/bonecos de ação/bonequinhos (:P) coisa pra poucos apreciadores (geralmente trintões nostálgicos XD).

Falemos de Transformers…
No início dos anos 80, a empresa americana Hasbro comprou da japonesa Takara, os direitos de duas linhas de brinquedos, os Microman e os Diaclone, para distribuí-los em solo americano. Tais brinquedinhos tinham uma peculiaridade: eram robôs que se transformavam em carrinhos, aviões e todo tipo de veículos possíveis e impossíveis (uma das maiores febres no Japão). Só que pra chamar atenção, a empresa juntou as duas linhas em uma só, dividindo-os em duas facções, os Autobots (os mocinhos) e os Decepticons (os bandidos), batizando-os de Transformers. Pra investida ser mais bem sucedida, a empresa resolveu atacar em outras frentes: encomendou à Marvel uma série de quadrinhos (que chegaram a ter algumas edições publicadas aqui pela Editora Globo) e um desenho animado (na época, a Marvel possuía um departamento de animação).

Eis que então, dessa mistura marqueteira muito bem feita, surgiu um dos maiores clássicos dos anos 80 e que até hoje perdura como uma das franquias mais fortes da indústria do entretenimento nerd… Digo.. Pop. A série original teve nada menos que 98 episódios, e gerou um filme, que é o que intressa pra nós.

O Filme
Transformers – The Movie (Matrix Forever no Japão), foi a primeira produção japonesa da grife. E cá entre nós, 99,9% dos longas baseados em alguma série são um pé no saco. Se duvida, assista os especias de Os Cavaleiros do Zodíaco pra entender… Mas este não é o caso. Transformers – O Filme, consegue ser bem melhor até que a série que o originou, por ter uma animação bem caprichada (na série americana original eles viravam papel pra depois se transformarem nos veículos @_@), uma trilha sonora incomum para um desenho infantil (muito heavy metal/pop anos 80!) e o melhor (e o mais raro naquela época- e até mesmo hoje em dia): um roteiro até que convincente. Se bem que o final é meio chinfrin… Mas falemos disso adiante.

Produzido pela Toei Animation, o filme tem 100% de roteiro americano, mas mesmo assim segura a peteca. Apesar das qualidades (e dos personagens estarem em alta), não fez grande sucesso nos cinemas americanos (o filme estreou por lá em em agosto de 86), só se recuperando tempos depois quando lançado em vídeo e dvd (esse último já vendeu mais de 150 mil cópias só nos EUA). A história ficou movimentada demais para os padrões crianças-americanas-debil-mentais?

O mais interessante de tudo é que o longa tratou de mostrar coisas inimagináveis para os padrões politicamente corretos dos yankees, como a morte de personagens importantes (como Optimus) e “palavrões” como “Shit” (meu Deus, que horror! Estou chocado ¬_¬”). Pensando bem, o filme deve ter fracassado porquê as crianças se revoltaram com a morte do Líder Optimus no início, afinal, ele era o personagem principal e o mais adorado da molecada (e que tinha o bonequinho mais caro!).

A trilha sonora é uma das partes mais bacanas, com um pop rock americano bem anos 80 mesmo, nos fazendo lembrar do som de bandas como Van Hallen, Europe e d’aqueles filmes de estudantes nerds querendo perder a virgindade que passavam na Sessão da Tarde e Cinema em Casa (esse desenterrei!).

A história
O filme é uma espécie de continuação da série original e se passa no ano de 2005 (Já era @_@”. Se um carrinho falante caiu do céu em cima do seu telhado você já sabe o motivo XD). Um planeta gigante, chamado Unicron, viaja pelo espaço, devorando planetas menores para servi-lhe de energia (Ei! já vi essa história no desenho Guerreiros das Sombras… Se bem que esse filme veio antes, ou seja, os Transformers foram vítimas da “chupada”).

Enquanto isso, os Decepticons e Autobots continuam sua infinita guerra (que já dura umas 300 séries…), só que dessa vez o saldo é a morte do Líder Optimus e a quase destruição de Megatron. Antes de fundir o motor (desculpem…), Optimus passa a Matrix para Ultra Magnus para que o mesmo possa liderar os Autobots a partir de então. Tal Matrix (que foi inventada no filme, na série de tv ela nunca foi citada) é um círculo luminoso que fica no peito do líder como se fosse o coração. E adivinha qual é a única coisa no mundo que o tal Unicron devorador de mundos teme? Tcha-tchan-tcha-ran…

Megatron fica em frangalhos na batalha contra Optimus e é abandonado no espaço pelos seus companheiros (o.O). Só que é salvo por Unicron que o digivolve (:P) em Galvatron e dá a ele a missão de destruir a Matrix. A partir daí é muito tiro, transformações mais bem feitinhas que na série de tv e aparições de trocentos robôs pra você comprar os bonequinhos.

O filme em si é até bacana por dar um fôlego novo à série. Só que o final consegue por tudo por água abaixo. Bem forçado um Unicron robô em cima de Cybertron que ficou desproporcional ao tamanho dos personagens (parecia o planetinha do Pequeno Principe XD).

No Brasil
A invasão Transformers no Brasil começou por volta de 1986 e até hoje foi uma das mais bem armadas em bem sucedidas. Tudo foi planejado pra que a série atacasse várias frentes e conseguisse chamar a atenção da molecada, assim como feito nos EUA. O desenho americano começou a ser exibido nas manhãs de domingo da Globo (e depois migraria pro Xou da Xuxa) ao mesmo tempo que chegavam às lojas a linha de brinquedos fabricados pela toda-poderosa (na época, porquê hoje em dia vai mal das pernas…) Estrela, enquanto a Editora Globo tratou de lançar os quadrinhos da Marvel (que tinham um ar bem mais adulto que o desenho, e talvez por isso durou pouco). Não demorou muito e o que se via eram moleques (eu no meio! Hihihi… Eu adorava exibir meu Megatron piratão – naquela época já existia isso!) furando o olho um do outro pra ver quem tinha o modelo mais legal.

O longa chegou aqui pouco tempo depois e ficou em cartaz por um curto período nas reduzidas salas brasileiras, ganhando em seguida o mercado de vídeo. A versão nacional ficou a cargo da Herbert Richers que utilizou os mesmos dubladores da série. Muitos fãs hardcore não gostaram da dublagem do longa, pois a consideraram infantilizada demais (o que queriam de um desenho pra crianças? U_U). Como curiosidade, dentre os dubladores da versão americana, destaque para Leonard Nimoy (o Spock de Jornada nas Estrelas) como Galvatron, e Eric Idle (um dos humoristas do Monty Python) como Wrecker.

O filme ainda foi exibido pela Globo na Sessão da Tarde no perídodo de férias. Curiosamente exibiram a versão japonesa, a qual mostrava os caracteres subindo igual ao de Star Wars.

Finalizando…
Já falei que o filme é bacaninha e tal (principalmente se você, como eu adora essas porcarias dos anos 80 XD). Mas a principal conquista do mesmo é ter feito com que os japoneses enxergassem o potencial da franquia, e a partir de então, começassem a produzir suas próprias versões dos enlatados. Depois de Transformers – O Filme, o universo dos personagens foi se expandindo no Japão em forma de diversas séries em mangá (algumas tendo ligação com a série original e outras não) e principalmente em anime. Transformers Headmasters, Masterforce e Victory são só algumas das séries totalmente feitas pelos japas que surgiram em seguida.

Só que de um tempo pra cá a coisa anda virando samba-de-crioulo-doido, visto a lixos-tóxicos-mentais como A Nova Geração e Armada (porquê o pior sempre vem parar aqui?). Acho que está na hora de olharem o filme e se tocar que é possível criar histórias bacanas com os personagens. Concordam ou preferem continuar assistindo A Nova Geração?

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