Zeorymer

[div coluna1]Zeorymer
Meioh Keikaku Zeoraima (Projeto Hades Zeorymer)
Produção: AIC, Artimic Studios, Youmex, 1988
Criação: Chimi Morio
Episódios: 04 p/ Vídeo
Mangá: Lemon People – Comic Ryu
Exibição no Brasil: TV Manchete
Distribuição: Premiere
Disponível em: VHS

Última Atualização: 26/04/2009

Por Larc Yasha

E lá vamos nós outra vez falar de um título exibido na clássica sessão U.S Mangá Corps do Brasil da finada Rede Manchete. Se você é um leitor assíduo do JBox, já sabe do que se tratou o U.S Mangá. Se não for, eu explico rapidinho o que era: O U.S Mangá foi fruto de uma parceria entre a Rede Manchete e a distribuidora Premiere Filmes que trouxe à tevê brasileira no final do ano de 1996 uma série de OVAs e Movies de animes (na sua maioria, de ficção científica) que eram apresentados ao público tupiniquim semanalmente. Isso até que o Ibope começou a baixar e o programa foi limado do ar em meados de 1997, sem ter todos os animes comprados exibidos. Fora que a tesoura rolava solta, uma vez que os animes eram bastante violentos – mas os cortes nem se comparam ao que exigem das emissoras hoje em dia pra passar um Fullmetal Alchemist da vida.

Logo após a exibição de Detonator Orgun – estranhamente considerado um pequeno cult pela galera… Talvez por conta de ter sido o primeirão :P – a Rede Manchete exibiu por duas sextas-feiras seguidas o anime Zeorymer. A produção da Artimic foi baseada num mangá escrito por Chimi Morio e publicado em meados de  1983 na revista Lemon People. Tal mangá possuiu um forte apelo sensual (pra não dizer pornografia braba!) que foi um pouco amaciado no anime. Foram produzidos quatro capítulos lançados diretamente em vídeo (OVA) com mais ou menos 30 minutos por episódio.

Se você curte animes com robôs gigantes, então Zeorymer é um ótimo prato. Com character designer dos mechas feitos por ninguém menos que Kya Asamya (criador de Silent Möbius, designer em Detonator Orgun e por incrível que pareça, “pai” da Corrector Yui x_x) os 9 mechas do anime que caem no pau entre si, parecem ter sido “anabolizados” de tanta complexidade visual que possuem – fica difícil acreditar que eles conseguem se mexer de tão “robustos” que são. A direção ficou a cargo de Toshihiro Hirano, que fez um belo trabalho nos OVAs clássicos de Vampire Princess Miyu. Sem usar nenhum efeito CG (nem existia essas coisas na época:P), Hirano fez um trabalho de ótima qualidade em comparação com outras produções do mesmo período.

A supervisão musical ficou por conta Eiji Kawamura, que possui dois trabalhos em seu currículo famosos aqui no Brasil: a trilha sonora incidental de Black Kamen Rider e sua seqüência chatolina, Kamen Rider Black RX. Se você tem boa memória e se lembra das musiquinhas de fundo de Zeorymer, matará a charada que ficava pairando no ar: porquê diabos se ouvia as musiquinhas do Kamen Rider durante o anime? O Ova ainda rendeu uma série de garage-kits bacanudos (daqueles que você precisa vender a mãe pra conseguir grana pra comprar) e um joguinho pra Nintendo @_@.

A trama
Tekkoryu é o nome de uma organização com base na China que quer fazer aquilo que todo vilão de anime que se preze sonha. Agindo por trás de uma multinacional chamada IEB (Internation Eletronic Brains), a Tekkoryu tem como maior trunfo para seu objetivo, 8 gigantescos mechas (chamados Hakkenshu), controlados por exímios pilotos que seguem às ordens de uma imperatriz chamada Yuratei, que alavanca o sonho da organização, bruscamente interrompido por um período de 15 anos após o roubo de Zeorymer.

Yuratei coloca todos os seus subordinados atrás de Zeorymer, o mais poderoso Hakkenshu desenvolvido e roubado por um agente japonês infiltrado, que levou de “brinde” um embrião. Para pilotar Zeorymer, um rapaz chamado Masato Akitsu é seqüestrado e forçado a dividir a cabine de Zeorymer com uma bela e misteriosa garota chamada Miku, que parece saber mais sobre a vida de Masato que ele pode imaginar. No desenrolar da complexa trama, Masato descobre que ele não passa de um embrião gerado única e exclusivamente para pilotar Zeorymer, e que sua vidinha até aquele momento não passava de um “Show de Trumman” (aquele filme com o Jim Carrey). O garoto depois disso passa a ter umas afetações psicológicas e desenvolve (ou melhor, aflora) uma dupla personalidade sádica que o deixa perigosíssimo com o Zeorymer nas mãos. Loucura pouca é bobagem.

Bem… Lady Yuratei não que saber e manda todo mundo descer o pau em Zeorymer e o que se vê (especialmente na 2ª parte) é porradaria tecnológica dramática pra fã de animes de mecha não botar defeito. Esse é o único grande barato de Zeorymer: a porrada. É uma onda de destruição gigantesca e pouco importa o que estiver ao redor dos Hakkenshu na hora do pau. Infelizmente o que mata esse anime é a complexidade da história. Com muitos personagens, e cada um com uma motivação e justificativa para existir, o desenvolvimento dos mesmos é cortado bruscamente com suas… Mortes! Outra coisa que recorda o que há de mais chato nos Cavaleiros do Zodíaco: as explicações do que o golpe/ataque/estratégia causará ao inimigo. Haja saco! Outro detalhe… Zeorymer apanha, apanha, apanha e no final… BRUUUUM! Manda tudo pelos ares. Porquê não fez isso logo no começo? E o final?! Decepção maior só com o final do Super Campeões da Rede TV!.

Pra não dizerem que só sei criticar, ai vai uma coisa interessante que observei. No roteiro do anime é feita uma abordagem para determinados assuntos, como tecnologia de redes e engenharia genética, que na época (final dos anos 80) ainda possuíam conceitos bem simples (nem existia Windows… Mas os supercomputadores do anime eram altamente funcionais @_@). É a tecnologia do anime há anos luz do tempo, viajando na maionese, mas com eloqüência que só japa sabe ter. Às vezes!

U.S Mangááááááááá
Zeorymer é relativamente conhecido no Brasil graças ao fato de ter sido um dos primeiros animes a ser exibido no U.S Mangá. Com o público ainda extasiado por conta da exibição do Detonator Orgun, Zeorymer mostrou logo de cara o grande problema da sessão: os altos e baixos dos animes que exibiria. Enquanto Orgun era só adrenalina, o ritmo que a confusa história de Zeorymer se desenvolve faz com que você zapeie prazerosamente por diversos canais atrás de algo melhor pra ver. Pra piorar, os cortes que a Manchete realizou para exibir o programa no horário deixaram a história mais sem rumo do que já era na íntegra. Os cortes mais pesados foram nas cenas de nú (quase todas as minas da série aparecem peladinhas :P).

Por alguma razão que só Deus sabe a resposta, conseguiram espremer os 4 episódios do anime de tal forma, que viraram… DOIS!!!
Como tudo que passou no U.S Mangá, a dublagem do anime foi realizada nos estúdios da Gota Mágica. Masato ficou com a irritante voz para garotos de Angélica Santos. Nada contra a dubladora! Mas sem ser o Kevin Arnold (Anos Incríveis) e o Cebolinha, nenhum outro homem que ela dublou ficaram legais… A América Filmes lançou em 1997 no mercado, 2 VHS que seriam a junção de 2 episódios, sem cortes, em cada fita. Só que estranhamente escreveram Zeoraima na capa. Não que esteja errado – é assim que os japas pronunciam – mas soou estranho. Tais fitinhas são relíquias perdidas em algum sebo ou então viraram vassoura. o_O’

A popularidade de Zeorymer pode não ser tão retumbante no Brasil ou mesmo no Japão. Mas o fato do anime possuir um website oficial online nos dias de hoje, e aparecer em jogos moderninhos como o “Super Robot Wars”, dá até margem pra pensar que ele não se tratou de mais um anime de mecha lançado. Só não dá pra entender o que foi, pois não passa exatamente disso.

 

[/div][div coluna2]

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=pKU2O4l5oU8 255 214]

[image]

[image]

[image]

[image]

[image]

[image]

[image]

[image]

[/div]