Power Rangers na Galáxia Perdida (Gingaman)

Power Rangers na Galáxia Perdida
Saban’s Power Rangers Lost Galaxy

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=hiNtMqE-G5E 480 320]

Produção: MMPR Producitons , Inc. / Toei Company, 1999
Episódios: 45 p/ Tv
Criação: Haim Saban & Shuki Levy (Baseado na série: Seijuu Sentai Gingaman)
Exibição no Brasil: Fox Kids/Jetix – Globo – Band
Distribuição: Fox Films – Saban International – Buena Vista
Disponível em: Streaming Online (Netflix) 

Última atualização: 07/032/2014

Tal como no Brasil, a sobrevivência de séries e desenhos animados na TV americana depende do fator audiência. Se um show não tem audiência o licenciamento naufraga, quem aposta na marca tem prejuízo (os produtos lançados encalham!) e os representantes dos direitos se queimam no mercado. Depois do alvoroço causado na época de seu lançamento – graças ao fator ineditismo, já que um programa naqueles moldes nunca tinha ido ao ar nos EUA – o fenômeno dos Power Rangers foi perdendo a força. O sinal vermelho foi disparado para a produtora Saban Entertainment.

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Fato: Power Rangers já não exercia o mesmo fascínio do começo dos anos 90 para as crianças e o carisma dos personagens “subiu no telhado” depois da fase Turbo – onde todo elenco principal foi substituído.

Apáticos, os rangers foram para o espaço na sexta temporada para encerrar sua saga. Mas de uma hora pra outra, a audiência reagiu e com um prazo não tão folgado para a produção de mais uma temporada, a Saban começou a desenvolver Power Rangers Space Jungle (Selva Espacial).

Sim, esse seria o nome da sétima temporada graças ao enredo enviado pela Toei Company da série Seijuu Sentai Gingaman. Todavia, a Saban havia adquirido em um leilão uma quantidade considerável de figurinos e maquetes do filme Starship Troopers (Tropas Estelares no Brasil) e como o tema “rangers no espaço” estava em alta, a produção teve que se virar para misturar o material adquirido do filme, o “clima” espacial de Power Rangers no Espaço e as filmagens da série japonesa – com piratas espaciais, animais alienígenas esquisitos e heróis lendários.

O resultado foi um tanto forçado, e apesar de boas sacadas no roteiro, a execução do todo deixou a desejar em uma série de aspectos. Mas estamos falando de Power Rangers, né?! Se fizessem um trabalho eficaz não teria o mesmo “charme” :P.

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Onde nenhum Ranger jamais esteve!
Em um futuro não muito distante, um grupo de humanos parte em uma jornada no espaço na colônia espacial Terra Ventura (Terra Venture). O objetivo da missão é encontrar um novo mundo para a humanidade prosperar, já que nosso planetinha aparentemente não tá mais dando conta do recado – só isso justifica o clima meio pós apocalíptico das ruas da Terra mostradas no começo da série ¬¬’.

Embarcando clandestinamente, o jovem Leo (que tem um irmão cadete na GSA, uma espécie de armada militar que defende e opera a Terra Ventura) é perseguido e depois de muita confusão, ele acaba se metendo no meio de um treinamento na Lua. Lá, em companhia de Kendrix e Kai, acaba esbarrando com uma estranha garota chamada Maya que surge no meio do campo de treinamento através de um vórtex dimensional.

Maya é nativa do planeta Mirinoi e vivia feliz da vida sem nunca ter conhecido uma escova na vida (que cabelo era aquele?!) até que seu povo foi atacado pelo feioso Furyo. Fugindo dos soldados Stingwingers, a garota atravessa um conveniente portal e tromba com Kendrix, Kai, Leo e Mike (o maninho mais velho do futuro Ranger Vermelho).

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Com um senso de justiça acima do normal, Kendrix, Leo e Mike atravessam o portal pra ajudar a garota enquanto Kai volta como um cão arrependido com suas orelhas… Hehehe

Mas o futuro Ranger azul tem uma brilhante ideia: roubar a Astro Meganave (que servia de museu dentro da colônia @_@) e ir atrás de seus amigos! Nesse plano, acaba entrando de gaiato o mecânico (e preenchedor da cota afro descendente da série :P) Damon e até o autômato boiola da franquia – Alpha 6.

Sem qualquer preocupação com a continuidade, todos chegam ao mesmo tempo em Mirinoi bem na hora em que Furyo reclamava a posse dos lendários Sabres Quasar. Há 3000 anos, essas espadas resolveram aparecer em uma rocha de isopor e por muito tempo, guerreiros de toda galáxia tentaram bancar o Rei Arthur e remover as espadas. Em vão.

No calor da luta mano a mano com Furyo, Mike consegue tirar um dos sabres e intuitivamente os demais (menos o Leo) removem as espadas. Covarde, Furyo lança uma magia que transforma tudo em pedra (num efeito visual bem chinfrin, que lembra um filtro de Photoshop :P). Não satisfeito, Furyo abre uma fenda no solo e Mike cai em um abismo – mas não antes de entregar seu sabre quasar pro seu maninho mais novo.

Putos da vida, os cinco jovens erguem seus sabres e se transformam nos Power Rangers – no segundo episódio! Quanta ousadia!!!

Fugindo de Mirinoi a bordo da Astro Meganave, pra não terem o mesmo destino do planeta (que se transformou em uma pedra gigante e supostamente sem vida), os Rangers conseguem atravessar um vórtex no espaço e voltar pra nossa galáxia. Só que atrás deles, vem ninguém menos que Scorpius, uma espécie de verme asqueroso que fica mandando os outros fazerem seu trabalho sujo – já que ele é aparentemente paraplégico! Sério! O troço só abre e fecha os olhos e move os tentáculos.

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De volta à Terra Ventura, Maya se adapta muito bem à tecnologia moderna (mas faz questão de andar com seus trajes esfarrapados e miçangas compradas na 25 de Março :P). Em um planeta próximo (que ninguém conhece, mas que é idêntico ao cenário de Mirinoi :P), Maya ouve o rugido das feras galácticas que eram mantidas presas em jaulas gigantes por Scorpius. Esses animais, como gratidão por serem libertados, acabam trabalhando junto dos Rangers na hora que eles precisam enfrentar ameaças gigantes que surgem na colônia.

Combinados, eles formam o poderoso Megazord Galáctico. Sim: animais orgânicos viram um mecha mecânico que esmaga maquetes dentro de uma colônia espacial que tem um céu, montanhas, metrô, pedreiras, vulcões, a Torre de Tóquio…

Logo nos primeiros episódios, os Rangers fortalecem seus poderes com o uso das Transadagas (hihihi) e dos poderes das Luzes de Orion. Estranhamente, essas Luzes estavam em algum canto de Terra Ventura há muito tempo (como, se o negócio foi feito pelos homens? Ah vá…) e na primeira vez em que citam sua existência, elas supostamente estariam dentro de uma caixinha de manicure x_x. Como foram parar lá? Vai saber…

O sexto ranger da vez é o Defensor Magna. O herói chifrudo surge do nada e salva Leo de uma explosão Kamikaze de Furyo. Scorpius invadiu e destruiu o planeta do Defensor, e ainda matou o filho do cara, Zica (com esse nomezim, não podia ter um destino muito feliz, né :P?). Derrotado, o cara permaneceu por 3000 anos no fundo de um abismo e quando Mike caiu no mesmo buraco, o Defensor se fundiu com a energia vital dele, conseguindo ressuscitar.

Depois de uns desentendimentos, o Defensor Magna se sacrifica para impedir que a colônia exploda (porque alguma criatura enfiou um vulcão em alguma parte do bagulho… ¬¬’), mas antes ele ressuscita Mike. Este passa a dominar os poderes do Defensor e a lutar pela justiça ao lado dos Rangers.

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A chegada de Deviott, marca uma guinada nos rumos da série. O cara arma um plano que coloca Scorpius frente a frente com os Rangers e o encontro resulta na destruição do asqueroso bicho – e a constatação que o ser tão bajulado e respeitado era uma ameaça fajuta. Depois de ser treinada por Villamax (parece nome de biscoito, né?), a vilã gata da vez – Trakeena – toma o lugar do pai e se alia ao traiçoeiro Deviott para se vingar dos Rangers.

Em um de seus planos, Deviott ressuscita os Psycho Rangers (que deram trabalho pros Rangers da fase anterior) e isso faz com que os Power Rangers do Espaço entrem em ação, combinando forças com os Rangers da Galáxia Perdida. Todavia, uma tragédia inédita na história da franquia ocorre: Kendrix, a Power Ranger Rosa da vez, morre ao salvar a vida da sua amiguinha Cassie (a Ranger Rosa da temporada anterior) das garras de uma psicótica Pyscho Ranger Rosa… Seu Sabre Quasar passa a ser empunhado por Karone (ex-Astronema!) e assim a equipe não fica desfalcada.

O título da temporada passa a fazer sentido a partir do episódio 35. Depois de deixar todo mundo com a sensação de que não saía do lugar, Terra Ventura vai parar em uma galáxia perdida (que dá nome à série \o/), onde são abordados pelo capitão Motim e sua horda de piratas laranjas. Até conseguirem se livrar da ameaça e voltarem para Galáxia encontrada (hihihi) se passam 7 episódios. Vale mencionar que, o nível de ação fica bem mais intenso, e os cenários do universo ficam super coloridos durante essa parte.

Depois dessa aventura (com direito a um episódio cretino de retrospectiva onde as crianças aprendem que se deve usar protetor solar antes de sair de casa @_@), os Power Rangers chegam finalmente ao final de sua jornada. Terra Ventura, já capengando em recursos, encontra um novo mundo aparentemente habitável. Trakeena, que explodiu o castelo voador do Capitão Motim sem dó nem piedade, ataca com violência e a colônia colide com uma lua local. Ao fundir-se com Deviott, contra sua vontade, em um casulo de energia, a vilã fica insana e arma um plano mirabolante – com direito a Stingwingers bombas!

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Um enxame de soldados invade a colônia e começa uma destruição em massa, em meio à tentativa de fuga dos humanos sobreviventes. Os Power Rangers surgem para ajudar, mas nem eles são capazes de lidar com tantos soldados. Os feiosos zords de apoio (Centaurus e Stratoforça) que a equipe arrumou na metade da série vão pelos ares. As naves salva-vidas partem para o novo mundo mas Takeena vai atrás. Impedida por Villamax (que tem um surto de bondade depois de salvar uma pirralha no meio do caos do ataque à colônia), a louca não consegue seu intento, mas pelo menos causa um grande dano na Astro Meganave.

Os Rangers aproveitam a oportunidade e acionam a autodestruição da Meganave para acabar com a espaçonave da vilã. Dura na queda, Trakeena arruma tempo de se metamorfosear  em sua forma insectóide, e ressurge com quilos de amoeba verde escorrendo pelo corpo. Ela invade a abóbada central que restou de Terra Ventura e a coloca em rota de colisão com o novo planeta (mandando a noção de proporção, que já era ruim, pra uma galáxia perdida). Leo tem o combate final, com seu modo “Ranger Vermelho Blindado” (que virou moda a partir do sucesso do artifício empregado na temporada anterior) para aniquilá-la de uma vez por todas.

E debaixo de uma pilha de pedras (constrangedoramente de isopor T_T), o cara se ergue com o capacete quebrado e faz pose. Os Rangers descobrem que sua jornada os levou a Mirinoi e depois de fincar novamente os sabres no local de onde os tiraram, o povo que havia virado pedra volta ao normal e o heróis lendários ainda reencontram com uma amiga que pensavam ter perdido pra sempre. Fim?

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Produção
Não dá pra deixar de levar em conta que Power Rangers é e sempre será um programa voltado pra crianças – que não reparam as centenas de furos nas produções da franquia. Mesmo assim, desvincular a série da continuidade das fases anteriores e atribuir uma dinâmica menos infantil aos protagonistas – que deixaram de ser estudantes de um ginásio em que só tinha gente velha fazendo o ensino médio e passaram a ser guerrilheiros – foi uma certa ousadia que se mostrou positiva e que dominou os roteiros das fases seguintes.

Um grande destaque na temporada foi sem dúvidas a trilha sonora. Depois do clássico “Go Go Power Rangers”, a abertura dessa temporada é uma das mais marcantes. O tom épico das BGMs, mesmo sendo um tanto repetitivas, combinava bem com as cenas e eram capazes de empolgar.

Além das roupas de Starship Troopers, a produção contou com todas as fantasias da série japonesa (que a Toei Company manda pros EUA, feliz da vida). Mesmo com todo esse suporte, não abriram mão de criar fantasias originais – como a dos soldados de Scorpius e da vilã Trakeena. A moça é por sinal bem interessante: de patricinha mimada, ela passa a uma guerreira mortal e dá bastante dor de cabeça aos heróis até o final da série.

Nos primeiros episódios, ela tem uma espécie de armadura de combate (super estilosa, diga-se de passagem) que depois desaparece – ou melhor, é reciclada: a forma verde que Trakeena assume no final da série é praticamente idêntica à armadura ¬¬’.

A título de curiosidade, o personagem Furyo nada mais é que a versão monstruosa do Dr. Hinelar, inimigo principal dos Megarangers – que serviu de base para Power Rangers no Espaço. Mais uma fantasia reciclada ;). Outra reciclagem se deu com o morfador do Mike. Para se transformar no Defensor Magna, deram pro cara o bracelete dos Dai Rangers – série que serviu como base para 2ª temporada da franquia e de onde tiraram o visual do Ranger Branco.

Assim como na primeira temporada, a ranger amarela era originalmente um homem e por isso a peituda Maya fica que nem uma tábua de passar quando transformada x_x. Os japoneses também mandaram mal na concepção visual do interior dos mechas (zords). Nitidamente se observa que usaram telhas de zinco na “saletinha” de comando! As tais feras galácticas também são feiosas demais – e descaradamente de isopor com espuma!

Outro detalhe que “incomoda” é o jeito dos rangers andarem e lutarem (um tanto animalescos) que destoa do comportamento dos heróis em seu modo civil. Os americanos repetiram a ideia do “battlelizer” usado em Power Rangers no Espaço e criaram uma armadura pro Leo – pra vender mais brinquedos. Também criaram umas navezinhas bobocas pros Rangers passearem pelo espaço e na colônia.

E o que dizer da tecnologia futurista dos Rangers? Tem tablets da grossura de uma bíblia, carrinhos de golf com apetrechos engraçadinhos para parecerem modernos, celulares V3, TVs de 14 polegadas de tubo passando descanso de tela do Windows 98 (@_@), luminárias para escrivaninhas fabricadas na China…

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Sobre a troca da atriz que fez a Ranger Rosa, a atriz Valerie Vernon descobriu ser portadora de leucemia e teve que se afastar das gravações para iniciar um tratamento. Mas em fóruns da vida há quem diga que além desse fato, a personagem morreria de qualquer forma por conta da rejeição do público. A substituta originalmente escolhida seria Patrícia Ja Lee (a Cassie nas fases Turbo e in Space), mas por não chegar a um acordo com a Saban, ela foi trocada pela atriz Melody Perkins (Astronema/Karone).

O sumiço de Zhane (o Ranger de Prata) no evento que reuniu os dois times ocorreu porque o cara teria pintado o cabelo de preto para uma produção que estreava na época. Já a atriz que interpretou Maya (Cerina Vicent) seria originalmente feita por outra, Erin Simms, mas dizem que a cara dessa atriz não convencia como uma ranger “meiga”, como Cerina convenceu. De fato, Erin tem cara de safadenha :P. Outra curiosidade: o ator que fez o Damon (Reggie Rolle), casou-se na vida real com Amy Miller (a Trakeena)!

Fofocas à parte, não podemos deixar de falar da coisa que mais perturbava na série: a falta de proporcionalidade das coisas. Terra Ventura, para comportar todos os ambientes que a série mostrava precisaria ter pelo menos metade da lua! Não faz o menor sentido existir tanta montanha naquele lugar já que a vista superior em cenas externas mostram essencialmente prédios =x.

E alguém explica como é que Scorpius teve uma filha humana?! Mesmo depois da metamorfose, a personagem não fica tão asquerosa quanto o papai… Se bem que no crossover com os Power Rangers Lightspeed Resgate (a temporada seguinte), ela vira um bichão feio de dar dó. Mas a gente fala disso depois :P.

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Esquadrão das Feras Estelares Gigaman
O que seria dos Power Rangers sem sua contraparte super sentai? Produzido em 1998, Gingaman foi a vigésima segunda produção super sentai feita pela Toei Company e atingiu a marca de 50 episódios – um número alto pra média do que costuma ser feito nos últimos anos. A série tem como foco animais lendários e a natureza, apresentando algumas características que resgatavam o clima dos sentais dos anos 80.

A mais clara referência foram os eyecacthes (aquelas chamadinhas comerciais) desenhadas. As batalhas contra soldados e monstros são demoradas (contra o ritmo dinâmico da maior parte das séries noventistas) e a estrutura de organização do Império Pirata de Baruban também lembra os bons e velhos metal heroes.

A história de Gingaman começa há 3000 anos atrás, quando o Império de Piratas Espaciais Baruban tentou dominar o universo. Mas os lendários guerreiros Gingaman e os animais chamados de Starbeasts (bestas estelares) surgiram para impedir essa ameaça e lutaram com todas as suas forças.

Selando o navio demoníaco Daitanix e os piratas no fundo dos mares da Terra, o povo de Ginga herdou a missão de proteger a região e se instala em uma dimensão paralela na floresta local. A história começa durante a cerimônia de nomeação da 133ª geração de guerreiros protetores: Hyuga (que tem um irmão mais novo, chamado Ryoma), Gouki, Hayate, Hikaru e Saya.

Um providencial terremoto acaba por quebrar o selo que mantinha os Baruban adormecidos e o velho ancião da vila, depois de entregar as 5 espadas lendárias Seijuuken, manda os futuros heróis pegarem os Ginga Braceletes na montanha sagrada (porque os apetrechos cujos não estavam em seu poder?!) que está na nossa dimensão.

No melhor molde das séries oitentistas, o grupo enfrenta um bando de soldadinhos (os Yatottos) e Ryuga encara o Capitão Zaihabu. Assistindo a tudo, está o jovem Ryoma que tenta em vão ajudar seu mano. Zaihabu abre o chão ao meio e adivinha o que acontece?!

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De forma bem mais dramática que na versão americana, Ryoma pega o sabre de seu irmão e se levanta cheio de ódio contra os vilões. Ele dispara uma poderosa chama (os japas podem lançar magias quando destransformados!) e desperta junto com seus amigos os poderes dos guerreiros lendários Gingaman.

A forma de lutar dos Gingaman é bem selvagem, remetendo aos animais que representam. Por conta disso que você via os Power Rangers agindo meio estranhamente em algumas cenas e correndo de forma engraçada :P. Em um episódio clássico, os heróis lutam com tanta “vontade” que dão “golpes baixos” nos soldadinhos sem dó ou piedade. O mais estranho é que as criaturas expressavam dor @_@.

O exército de Zaihabu é dividido em castas e conta com 4 generais: Batoubasu (Barbarax); Budou (Traiçoeiro); Sanbashu (Villamax) e Iriesu (Hexuba). Tem ainda a provocante e sensual Shelinda (que dizem as más línguas, ser interpretada por um atriz de filmes pornôs :P), segunda no comando do império e o feioso Pukrats, uma espécie de versão mutante do barril do Chaves x_x’.

O objetivo dos vilões é sugar toda e qualquer forma de energia de nosso planeta para despertar Daitanix. Na metade da série, aparece o misterioso Bullblack (o defensor Magna) que quer vingar a morte de seu irmão menor, Krantz (Zica, na versão americana, e que virou filho do Defensor Magna!). A história como Hyuga ressurge na série e usa os poderes de Bullblack pra virar o sexto membro da equipe é praticamente a mesma vista em Power Rangers, guardando as devidas proporções de adaptações de cenário e roteiro. Ah… Hyuga pode manipular além de seu sabre (que se converte em uma eficiente arma de tiro), um machadão – o mesmo que a versão “zord” do cara manipula.

Surge também o príncipe Bezunera (Deviott) que traz novas feras estelares, que passam pro lado dos heróis depois de um tempo. Bezunera tinha interesses próprios, que envolviam a ressurreição de uma besta demônio, mas no final acaba se dando mal e virando ele mesmo um demônio, abatido pelos Gingaman.

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No decorrer da série os exércitos de Baruban vão aos poucos sendo derrotados, na mesma medida que os vilões conseguem acumular energia para despertar seu Daitanix. A luta colossal entre a criatura e os Gingaman faz surgir uma criatura ainda mais poderosa: a Besta Terreste (Grunchor, em Power Rangers). O último monstro é derrotado por GingaOh (o Megazord Galáctico) e os demais mechas e a partir daí assistimos ao confronto final entre os Gingaman e o imperador Zaihabu.

Duro na queda, o poderoso vilão chega a atravessar uma espada (!) em Hyuga, mas aparentemente isso não causou dano algum – já que ele aparece bonzinho ao lado seu seu maninho Ryoma para lançarem um golpe fulminante em um ponto fraco do vilão. De forma não muito grandiosa, os heróis derrotam o arqui-inimigo e partem para comemorar o fechamento da série. Lembra o final de Changeman de certa forma – que estava emocionante até o episódio em que a Rainha Ahames explode a base secreta do esquadrão relâmpago… Depois a coisa desanda muito!

O uso de efeitos visuais, feitos com a mais moderna computação gráfica da época, enfeia a série desnecessariamente. Lembra quando os Rangers faziam suas poses de luta ou se transformavam? Pois é… Aquelas imagens toscas (como as florzinhas da Ranger Rosa) são cortesia da versão japonesa…

Outras ridicularidades exclusivas da versão japonesa incluem um mascote que parece uma cruza de Toad (do Super Mario) com uma noz moscada (e que se move emitindo o mesmo som de uma bonequinha macabra do episódio “O Segredo de Bazoo”, dos Changeman!) chamado Boku, e uma árvore falante – com uma cara macabra e feia – camada Moku, que serve de mentor dos Gingaman.

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Os heróis ainda têm a companhia do senhor Haruhiko (um escritor de histórias infantis que acreditava na existência da floresta lendária de Ginga) e seu filho Yuuta, o fedelho isca padrão da série. Tem ainda outros humanos no elenco de apoio (como a garota Yuuko, a professora Suzuko…) que de certa forma prestam pra história evoluir. Ah… não podemos esquecer dos veículos de transporte dos heróis: cavalos! Sim amiguinhos… Não tinham motos legais como na versão americana. Eram cavalos toscamente fantasiados! Falando nisso, os Gingaman passam a série toda usando trajes característicos de seu povo – algo similar ao que os Flashman usavam no começo da série, só que menos ridículos :P.

Comparando Gingaman com Power Rangers na Galáxia Perdida, não tem como apontar qual é superior. Os americanos praticamente criaram uma história nova e em alguns momentos, bem mais interessante e amarrada que a série original japonesa. Por outro lado, Gingaman resgatou o clima clássico do auge das produções super sentai dos anos 80, o que faz com que quem tenha assistido Changeman, Flashman e outras séries, sinta uma “simpatia automática” – mesmo notando que as feras estelares eram dublês vestidos com roupas de espuma e isopor, rastejando de quatro entre maquetes…

Já íamos esquecendo: Gingaman estrelou dois especiais “versus” que fizeram bastante sucesso no Japão: Gingaman vs Megaranger (que inspirou a Saban a produzir o episódio de encontro dos Power Rangers do Espaço com os da Galáxia Perdida) e GoGo V vs Gingaman (que foi bastante utilizado pela Saban para fazer o encontro entre os Power Rangers Lightspeed Resgate e os Power Rangers da Galáxia Perdida). E tem ainda o especial Gao Ranger vs Super Sentai (que comemorou os 25 anos desse tipo de produção), onde o ator que fez o Ginga Blue reprisou seu papel.

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No Brasil
Lançado com grande pompa em 2000 na finada Fox Kids, Power Rangers na Galáxia Perdida (como era chamada às vezes nas chamadas do canal) até que fez certo sucesso no Brasil. A Fox Kids estava no auge de sua popularidade e marretava muitas propagandas da série, chamando atenção até do telespectador que largou os heróis coloridos depois das primeiras temporadas. Claro que, ao constatar que o negócio não valia lá grandes coisas, nenhum fenômeno se instaurou.

Mas isso não impediu que a Mattel (que passou a atuar diretamente no mercado brasileiro no período) despejasse a linda coleção de brinquedos baseados no programa. Absolutamente tudo que se via na série tinha uma versão de brinquedo. Espertinha, a Mattel até reciclava produtos de Power Rangers no Espaço, pra desencalhar o que não vendeu na série anterior.

Galáxia Perdida contou com a dublagem da Herbert Richers e um ótimo elenco, encabeçado por ninguém menos que Hermes Baroli. A eterna “voz do Seiya” ficou um tempo trabalhando em estúdios cariocas e, depois de ter dublado o sexto ranger da série anterior, fez um inspirado Ranger Vermelho.

A talentosa Guilene Conte, famosa por ser a dubladora oficial da Thalia (a Maria do Bairro!) no Brasil, dublou a Kendrix, e era engraçado notar como ela forçava uma voz de “machona” depois de transformada.

Mas sem dúvidas, o destaque no elenco foi Carla Pompílio. A atriz e dubladora deixou a vilã Trakeena com uma voz sensual, do jeito que a personagem pedia. Carla dublou a irmã do Kuwabara (Shizuka) em Yu Yu Hakusho e sem dúvidas é uma das dubladoras mais versáteis do Rio de Janeiro.

Mas nem tudo são flores: uma coisa que deixou a desejar na versão brasileira foram os efeitos de voz que aplicavam para o Defensor Magna e alguns vilões. As vozes dos dubladores ficavam robóticas demais, e nem sempre mixavam corretamente os efeitos – dando a impressão de troca de atores pra alguns personagens. No meio da temporada também mudaram o “grito de morfagem” dos Rangers e nomes passaram a ser pronunciados como no original (Terra Ventura virou Terra Venture; Ferrões Alados, Stingwingers…). Até o Megazord trocou de nome e passou a ser chamado de “Galáctica Megazord” ao invés de Megazord Galáctico.

Na TV aberta, a série estreou na Globo em 2001 no infantil Bambuluá da Angélica (onde os macabros “Cavaleiros do Futuro” tinham uma novelinha roubando espaço para desenhos legais ò_ó) e chamou atenção da gurizada. Anos mais tarde (a partir de 2013), a série passaria a ser apresentada pela Band, mas quem quiser matar a saudade – ou conhecer – pode contar com o serviço de streaming Netflix, que conta com todos os episódios dubladinhos.

Divisor de águas no universo Ranger, Power Rangers na Galáxia Perdida revitalizou a fórmula do programa e deu um gás pra Saban continuar a produção e amadurecer ainda mais as tramas sem medo de errar. A seguir, os Power Rangers brincam de bombeiros em Power Rangers: O Resgate.

Até breve!

Checklist de Episódios

01 A Busca das Espadas Quasar, 1ª parte
02 A Busca das Espadas Quasar, 2ª parte
03 Corrida ao Resgate
04 Recruta de Vermelho
05 Saudades de Casa
06 As Luzes de Orion
07 Dever em Dobro
08 O Tremor
09 O Defensor Magna
10 Em Busca do Girassol
11 Congelamento
12 O Surgimento das Luzes de Orion
13 Volta das Luzes
14 Ataque de Tubarões
15 Dia da Redenção
16 Destinado à Grandeza
17 Beleza Roubada
18 A Missão Resgate
19 As Feras Galáticas Perdidas, 1ª parte
20 As Feras Galáticas Perdidas, 2ª parte
21 Herdeira ao Trono
22 Um Jogo do Mal
23 Memórias de Mirinoi
24 A Coragem do Ranger Verde
25 O Ranger Azul é Testado
26 Louvadeus Motorizado
27 A Última Batalha de Loyax
28 O Romance de Leo
29 O Guerreiro Chameliac
30 Ao Décimo Poder
31 O Poder Rosa
32 Protejam o Sabre Quasar
33 Enfrentando o Passado
34 Aumente o Volume
35 Chegando à Galáxia Perdida
36 O Motim
37 Grunchor à Solta
38 Até o Pôr-do-sol
39 A Batalha dos Sonhos
40 Velhos Inimigos
41 Que se Erga o Titanossauro
42 Fuga da Galáxia Perdida
43 Final da Jornada, 1ª parte
44 Final da Jornada, 2ª parte
45 Final da Jornada, 3ª parte