Superhuman Samurai (Gridman)

[div coluna1]Superhuman Samurai
Superhuman Samurai Syber Squad
Produção: Dic Entertainment – Tsubaraya Productions, 1994
Episódios: 53 p/ tv
Criação: Baseado na série: Denkô Choujin Gridman
Exibição no Brasil: Manchete – CNT – Cine House
Distribuição: Sato Co.
Disponível em: VHS

Última Atualização: 08/06/2008

Por Larc

Não cansamos de repetir aqui no Jbox: tudo que faz sucesso gera similares no mercado. No ano de 1994 os Power Rangers despertavam a inveja de outras produtoras com os lucros obtidos com a “picaretagem” da produção da série (edição de cenas de um seriado japonês com “takes” filmados nos EUA). Afim de impedir que outras empresas produzissem seus próprios Power Rangers, Haim Saban, adquiriu exclusividade total sobre a manipulação das produções da Toei Company.

Essa “jogada de mestre” deixou outras produtoras gringas fulas da vida, mas nem tudo estava perdido. Afinal, havia outras produções tokusatsu além daquelas do extenso catálogo da Toei Company. Foi então que a DIC Entertainment (que na época fazia parte do grupo Disney) caçou uma produção adaptável para criar um “Power Ranger” e faturar um troco. Fuçando no catálogo da Tsuburaya Productions (a mãe dos Ultras) encontraram uma produçãozinha interessante – tanto de visual, como de roteiro – que atendia pelo nome de “Denkô Choujin Gridman”. Contrato assinado, hora de começar a “produção”.

Nasce o Superhuman Samurai Syber Squad (êita!)

Encabeçando a produção de Superhuman Samurai, havia um nome já conhecido pelos power-fãs: Shuky Levi. Co-criador dos morfadores juntamente com Saban, Levi topou o convite da DIC e produziu além do SH Samurai uma coisinha asquerosa que atende pelo nome de “Os Jovens Guerreiros Tatuados de Bervelly Hills”. Quem era moleque nos anos 90 com certeza deve se lembrar dessa porcaria, que foi exibida no Brasil pelo SBT. O vilão parecia feito de lixo reciclado, e o “Zordon” era um tonel cheio daquele brinquedo gosmento – a Amoeba. Os tais Tatuados não utilizaram nenhum tokusatsu como base. Surgiram só pra faturar no vácuo dos Power Rangers e fazer com que criancinhas se suicidassem mesmo :P. Uma lenda conta que a existência dos “Tatuados” do jeito que são, é recorrente do contrato entre a Saban e a Toei. O plano inicial da DIC era “sabanizar” o sentai Batlle Fever J (de 1979), a pedido do Universal Channel, que entraria com a grana. “Sorte” a nossa a Saban ter feito o contrato né?

Voltando ao SH Samurai, a série tentou chamar atenção colocando atores de nomes relativamente conhecidos no mercado. Para o protagonista da série convidaram Mathew Lawrence (irmão do Joey Lawrence, que fez o tapado irmão da Blosson no seriado de mesmo nome que passou no SBT na década de 90 – “uou” XD), que uns anos antes tinha estrelado a comédia “Uma Babá Quase Perfeita” (com Robin Wiliams). Em cima disso, qualquer divulgação do seriado tinha que ter o nome do rapaz e seu trabalho mais relevante (o garoto também estreou uma sériezinha bocó com seus irmãos que também chegou a passar no SBT). O vilão da série (vindo diretamente do seriado original japa), também ganhou um destaquezinho ao ganhar a voz sinistra de “Tim Curry”, que anos antes havia feito um palhaço diabólico em uma adaptação de obra do autor Stephen King (IT, Uma Obra Prima do Medo).

A história do seriado japa não foi muito modificada. Obviamente que num processo de “sabanização” diversos detalhes tronchos precisam ser inseridos, como a escola que só tem dois cenários (a cantina e o corredor), os adolescentes legais, os motivos bobos para um ataque dos vilões, a comédia pastelão forçada… Depois de quase ser chamado de “Power Boy” e ter deixado o tio Saban fulo da vida, o Superhuman Samurai Syber Squad entrou no ar em 19 de Setembro de 1994. Curiosamente, dez dias antes, a Saban tinha estreado V.R Troopers. Posteriormente, após o fracasso de SH Samurai, Levi pegou seus trapinhos e voltou pra casa, onde “contribuiu” para criação de Masked Rider e dos Bettle Borgs.

Samuraize!
A pergunta que não quer calar é: o que viram de Samurai no Gridman? Sam Collins é um estudante colegial qualquer que possui uma bandinha de rock no porão de sua casa e um computador mocorongo da Compaq (que patrocinou os aparelhos na série… Só faltava um Neon no logo da empresa). Um belo dia, uma descarga elétrica dá um up-grade em sua máquina e suga o moleque pra dentro dela.

Depois de passear no “Digimundo” (Uai… O que tem dentro do computador num é isso não XD?), o garoto volta com um bracelete cafona e sem entender nada. Enquanto isso, o anti-social Malcon Freks descobre que seu pc da Compaq tem um “ser” que se apresenta como “Kilokhan”. Kilokhan é um super programa de computador inteligente e sinistro que quer dominar o mundo (real e digital), e sabe-se lá o porquê, foi parar no pc do Malcon. Revoltadinho por não conseguir a atenção da gatinha Jennifer, Malcon descobre que Kilokhan pode dar “vida” a seus desenhos dentro do mundo virtual. Escaneando um desenho, Kilokhan emite um raio e envia o monstro emborrachado (ou seria pixelizado? O_o’) do dia para algum sistema para que ele cause caos e desordem. Trocando em miúdos: Os desenhos de Malcon viram vírus de computador.

Para deter a ameaça desses monstros-vírus, foi criado um programa chamado Servo. Numa dessas coincidências da vida, Servo foi parar dentro do pc de Sam, que estuda na mesma escola do Malcon e curte a mesma garota que ele. Até parece roteiro de Malhação, né? Hihihi. As histórias patinam por roteiros bobos e inexplicavelmente você se sente preso à mesmice e nem nota que todo dia é a mesma pasmaceira o_o.

Os personagens secundários são macabros. Na escola, a dona da cantina tem cara de que vende drogas pros alunos. O diretor da escola parece jurado do extinto Show de Calouros do Sílvio Santos, e sua filha uma daqueles figurantes de um certo ginásio de Alameda dos Anjos. Os amigos do Sam são bem esquisitinhos. Tem um magrelo meio pateta que os próprios amigos acham esquisito demais (será cliente da tia da cantina?). “Tucker” é o fortão tapado com cara de mexicano ilegal nos EUA. Da série, só salvam as gatinhas Sydney e a Jeniffer. Nem perguntem o destino dos atores após o final da série…

Os efeitos especiais, apesar de canastras, não conseguiam ser piores que os da primeira temporada dos Power Rangers. Sem sobra de dúvidas o pior de todos era quando os amigos de Sam entravam no computador a bordo de veículos multi-uso (que se transformavam em um robô ou partes de uma armadura para o Servo). Os atores eram colocados dentro de um caixote preto, onde eram sacudidos e tinham que ficar simulando controlar os veículos por meio de um painel que nem tinha botões @_@. Lembrava o “painel” sofisticado da nave daquela tal de Mitsui que apresentava Os Cavaleiros do Zodíaco… Lembra disso?

Ao longo da série, ficamos esperando uma explicação convincente sobre a origem do Servo ou do Kilokhan (que fica catando o computador em que o herói reside o tempo todo). Infelizmente a produção foi cancelada antes de que um final decente fosse escrito. No episódio que “poderia” ser considerado o final, Sam tem um sonho no qual seu segredo e o de Malcon são revelados e ele trava uma luta final contra Kilokhan. Aliás, depois desse episódio o telespectador mais atento começa a reparar na repetição de monstros e cenas editadas. O motivo? A série original possuía míseros 39 episódios e os gringos espicharam a coisa para 53!

Superhuman Samurai pode ser bem cafona e sem nexo (não existe um samurai na história @_@), mas até que possui uma coisa legal: a música! O rockzinho grudento e a trilha de vídeo-game combinavam bem com o espírito da coisa. Curiosamente, existem supostos 5 episódios (de 54 à 58) que teriam sido produzidos após o final da série, e exibidos apenas em emissoras nanicas de tv a cabo nos EUA. Em tal arco de histórias (intitulado “A Aventura Final”) teria sido aproveitada a roupa do Gridman Sigma, uma continuação que nunca saiu do papel da série japa.

Gridman: O Ultraman Elétrico
Desde a série Ultraman 80, nada de interessante ou impactante acontecia na rotina dos gigantes com roupa de mergulho. Na tentativa de diversificar seu catálogo de heróis com algo diferente e “inovador”, foi lançada em 1993 Denkô Choujin Gridman (Super Homem Elétrico Gridman). Diferente? Um pouco… O visual meio Cybercop realmente era bacana. Inovador? Ahn… Por um ultra lutando em placas de circuito é inusitado, mas não exatamente “inovador”.

Takeshi é um rapaz fissurado em computadores e de poucos amigos na escola. Aliás, sua única amiga é Yuka (uma garota com cara de tonta, diga-se de passagem), pela qual o rapaz acabou se apaixonando. Um dia, Takeshi resolve lhe entregar uma carta revelando seus sentimentos, mas toma um belo fora. Desiludido e cheio de ódio (ele notou que Yuka tinha amigos além dele, como o “garoto-legal- protagonista”, Naoto), o garoto resolve fazer um vírus de computador para matar o irmão de Naoto, que estava internado no hospital e tendo que respirar com aparelhos (o vírus criado ataca justamente, tais aparelhos). Esse ódio que Takeshi desenvolveu, despertou o sinistro Khandigifer, uma entidade (?) que vaga pelo mundo virtual.

Naoto corre para sua casa e tenta fazer um anti-vírus para reverter a situação. Do nada, ele é tragado para dentro do computador e conhece Gridman, uma espécie de “guardião” do mundo virtual que despertou por conta do renascimento de Khandigifer. Gridman e Naoto se unem como um só e passam a encarar os “monstros-vírus” que Takeshi e Khandigifer criam para causar caos no mundo virtual, e de quebra, no real também. Na luta, Naoto conta com a ajuda de amigos e de super acessórios de combate. O mais simples é uma espada e escudo básicos. Tem um “tiranossauro” eletrônico high-tech (Drago na versão americana), e 3 veículos feios que servem como “armaduras” e ou viram um robô gigante (Syncro na versão gringa).

Como se nota, o roteiro original e a versão americana não sofreram profundas modificações (só retiraram o “ar sério”) como a Saban fez com Zyu Ranger para transformar em Power Rangers. A versão gringa conseguiu manter até mesmo uma escalação de atores ruins, como o elenco original japa!

Gridman rendeu uma extensa linha de brinquedos e chegaram a cogitar uma continuação intitulada Gridman Sigma. Por volta de 1995, revistas de tokusatsu chegaram até mesmo a divulgar fotos do novo herói e seu antecessor, mas a série não chegou a ser produzida. “Ué… Como é que tem a foto dos Gridmans juntos então?”. Explico pequeno tokufã: no Japão, é comum que as produtoras lancem nas revistas especializadas, fotinhas lindas de personagens de séries que sequer sabem se irão mesmo produzir, apenas para atiçar o público. Existiu a idéia de fazer a série Sigma (o que poderia render um segundo ano para a turma do SH Samurai), mas não passou da concepção visual. Gridman acabou com 39 episódios e foi lançada em DVD pela AVEX do Japão uns anos atrás.

Superhuman Samurai no Brasil
Superhuman Samurai chegou ao Brasil por cortesia da Sato Company. A intenção inicial do senhor Nelson Sato era trabalhar com a versão original japonesa, mas foi obrigado a pegar a versão “ocidental” do programa das mãos da DIC. Fechando acordo com a Manchete, a Sato Co. criou uma sessão de tokusatsus pro canal chamada Japan Action, onde exibiria os enlatados recém adquiridos por ela. A idéia não durou muito, e a Manchete começou a passar SH Samurai e Ultraman de forma avulsa como tapa buracos ao longo da programação. SH Samurai logo de cara foi renegada pelos tokufãs que já estavam fulos com a existência dos VR Troppers. Porém, como a série original – Gridman – nunca tinha passado por essas bandas, muitos até curtiam “na moita” o programa.

A Sato lançou tudo que conseguiu com a marca da série. Os principais produtos, claro, foram os brinquedos da Glasllite. Tinha aqueles de borracha pobrezinhos, e umas versões de luxo carérrimas. Três fitas VHS com episódios saíram e a coisa parou por aí. Álbuns de figurinhas “obscuros”, máscaras do personagem, camisetas, material escolar e outras coisas que apenas poucas pessoas tiveram acesso, encalharam nas prateleiras de lojas desse Brasil varonil.

Posteriormente, no ano 2000, a distribuidora fechou um acordo com a CNT, afim de relançar seu programa de tokus (e teoricamente, animes). A idéia não durou muito, mas os poucos que puderam ter oportunidade de assistir à Sessão Supre Heróis (que também ia ao ar no canal pago Cine House) puderam rever SHSamurai pela última vez.

A dublagem da série ficou a cargo da Gota Mágica que colocou o “elenco de sempre” para trabalhar. Hermes “Seiya” Barolli fez o herói Sam/Servo e o vilão Kilokhan ganhou uma versão até divertida com o vozerão de Gilberto “Saga de Gêmeos” Baroli. O texto ficou legal, e ver Kilokhan chamando Malcon de “pedaço de carne” até que era engraçado XD. A Sato tentou colocar um cdzin com músicas nas lojas e fez músicas inspiradas no programa.

Finalizando…
Superhuman Samurai é um pseudo-toku que só prestou pra que tivéssemos acesso à brinquedos de Gridman no Brasil. Não é uma série carismática como os Power Rangers conseguiram ser (incrível né? Mas todo mundo gostou do primeiro ano tosco) mas não chega a causar tanta dor de barriga como VR Troopers ou… Masked Rider! Seu computador está dando pau? Pega um bunequim do Servo e joga dentro do Gabinete :P

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