Art of Fighting

Art of Fighting
Battle Spirits Ryuko no Ken

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=TW_1kI4oyQA 480 320]

Produção: Star Child, 1993
Criação: Baseado no game da SNK
Exibição no Brasil: Manchete
Distribuição: Flashstar
Disponível em: VHS

Última Atualização: 06/01/2008

Muitos otakus bitolados consideram a animação japonesa a melhor que existe no mundo. Provavelmente nenhum deles assistiu um dos piores animes já feitos na terra do sushi: Art of Fighting! A coisa não é ruim. É extramemente ruim! Da capa da fita nacional ao último segundo de produção, pouquíssimas coisas podem ser “salvas” nesse anime. Disputando o lugar com Dinozaurs, Flint e outras bombas do mesmo naipe o título do PIOR anime que já chegou em solo brasileiro (!!!), vamos mostrar que o JBOX não teme o perigo e encara qualquer coisa para lhe trazer matérias que nenhum site jamais se atreveu a fazer (vai catar na net matéria disso daqui, vai…).

O video-game veio antes!
O joguinho de Art of Fighting foi desenvolvido pela SNK (a mesma que fez Fatal Fury e Samurai Shodown) no começo da década de 90, para faturar uns trocos com a moda dos games de porradaria que estava em voga na época. Mas diferente do bacana Fatal Fury, Art of Fighting parecia uma xepa de personagens sem graça (tipo… “Coadjuvantes de fundo” dos jogos mais famosos XD) e que só virariam “celebridades” quando jogados no liquidificador do The King of Fighters.

A criatividade dos “game-masters” (os engenheiros que bolam os joguinhos) foi absolutamente zero na criação dos personagens princípais. Ryo e Robert são versões tronchas da duplinha Ryu e Ken do famosão Street Fighter. O “pano de fundo” do jogo (que por sinal é o mesmo no anime) é o sequestro da gatinha Yuri pelo Mr. Big. E que nomezinhos bobos os do AoF hein!? King, Mr. Big, Ryo (tão criativo…)… Um detalhe: no 1° jogo você só podia escolher entre Ryo ou Robert!

A coisa melhorou um pouco no AoF 2 com algumas inovações (os personagens eram enormes!) e tinha um lance de “golpe secreto”. Só pra não dizer que a série AoF foi de toda ruim, o jogo inovou ao trazer pro mundo dos jogos de luta a barrinha ki/energia. Aquela em que você estando com ela no máximo pode dar porradas mais fortes… Uma coisa: Não confundam Art of Fighting com o The King of Fighters, ok?!

O anime que não deveria existir
Em 1993, os trocados que renderam os OVAs de Fatal Fury fizeram a SNK encomendar (com o apoio da Fuji TV, que exibia as produções) ao estúdio Star Child (que produziu os Ovas do Fatal Fury e outras coisitas como 3×3 Eyes e o 1° movie de Slayers) uma aventurazinha fechada do seu Art of Fighting. Porém, a grana investida para animar o jogo foi muito inferior à gasta com os irmãos Bogard. Isso justifica tamanha vagabundice animada que foi esse anime. É um desperdício de acetato impressionante! Uma outra coisa que poderia justificar o lixo (e que nós especulamos seriamente XD) é que crianças da pré-escola, em visita aos estúdios da Star Child, fizeram uma “oficina relâmpago” de animação e o resultado foi essa caca. XD

Curiosamente, a Star Child é mais famosa por tratar da trilha sonora de vários animes de sucesso (como um “tal” Evangelion)…

Muitos podem falar que por se tratar de uma animação pro mercado de vídeo, a qualidade da bagaça tende a ser baixa mesmo. Mas se existem certos “padrões de baixa qualidade para OVAs”, todos foram ultrapassados aqui. A “fartura” é vista a todo instante no desenho. “Farta” empolgação, cores, cenários, trilha sonora, roteiro…

“Pô Larc… É tão ruim assim?”. Não… É pior! A trilha sonora é composta por uma espécie de jazz vagabundo que devem ter pegado no sebo de um senhor Fujiro Nakombi da vida. Todas as cenas de luta tem a mesma musiquinha chata de fundo! E se você é fã do jogo te digo uma coisinha bizarra: tingiram o cabelo do Ryo de castanho! Poizé… O cara que já era um Ryu de 5ª categoria, ficou agora de 10ª. Isso sem contar que esquceram o ingrediente principal de um anigame na trama… Cadê a porrada?!

Ryo Sakazaki está no batente de um prédio da cidade mais troncha que já desenharam prum anime (é tão simples que uns brazucas aspirantes a desenhistas do estilo mangá, podiam copiar em suas revistecas – pra parar de desenhar grandes quadros vazios) atrás de um gato quando aparece Robert Garcia com sua Ferrari e bate um papo com o amigo favelado lutador de karatê (Ei?! Um é rico e outro é um pobre que só anda de kimono? Nunca vimos isso, né?! O.o).

Ambos acabam entrando num apê atrás do bichano quando subitamente aparecem uns caras mal encarados (como o balofo Jack do jogo!). Eles estão atrás da “coisa” e acabam matando um cara que ninguém sabe de quem se trata. As “testemunhas” acabam tendo que pagar o pato, mas é claro que os dois garotões conseguem escapar.

Os bandidos tapados fazem uma confusão e afirmam pro chefão Mr. Big (que num mete medo nem no Scobby-Doo) que os dois rapazes possuem em seu poder o diamante Olho de Sírius. Big não medirá esforços para ter essa cobiçada jóia e com ajuda de King (a muieh do jogo que aparece também no KoF) sequestra a gatinha Yuri na porta da escola. “Uai mas ela num luta?”. Mais uma vez você está pensando em The King of Fighters :P. Na história original do jogo do AoF, Yuri só serve de isca mesmo. Desperdício né?

“E pra que o Mr Big quer o diamante? Pra se tornar um chefão thunder poderoso?”. Antes fosse… De repente com um motivo clichêzão desse, o anime conseguiria ter mais empolgação. Big só quer o diamante por querer mesmo. Ele é um chefão do crime. Afinal, chefões do crime só querem grana, né? Paralelo ao rolo com os protagonistas, pinta o chefe de polícia Toudou que só serve pra tentar ser engraçado. O cara jura que se não pegar os fdp que estão com o diamante vai cometer Hara-kiri. Antes ele fizesse isso. Só assim apareceria sangue ò_ó.

Robert e Ryo deduzem que o Olho de Sírio estava naquele apê que invadiram atrás do gato (até o Homer conseguiria deduzir isso! E eles levam metade do desenho!) e mesmo sem ter a jóia nas mãos, vão tentar resgatar Yuri. O plano sai pela culatra e Big os “reconvida” a irem à sua casa levando o diamante, dessa vez até às 8 da manhã do dia seguinte (Noooossa… Que bonzinho. Vai ver ele não queria perder a Ana Maria Brega, né?!). Um furo lindo: o vilão num dá o endereço XD. Se bem que isso num é nada perto daquele furo antológico dos CdZ onde os Cavaleiros de Aço somem do nada…

Os mocinhos “encontram” o diamante depois de mais uma brilhante dedução e fazem a coisa mais absurda do planeta! Num vou contar senão você se desmotivará ainda mais em pegar o anime pra ver :P. De posse da pedra, Ryo e Robert vão ao encontro de Big e o pega pra capá final é tão bobinho, que faz você rever seus conceitos quanto ao que você considera “o pior anime que já viu”. Com toda certeza Art of Fighting será o novo campeão! Esqueçam tudo de ruim que já viram e tentem encarar essa jogada furada da SNK pra tentar tirar uns trocos dos game-maníacos.

A fita maldita no Brasil
Rindo à toa com os trocados faturados com as vendas das fitas com os especiais dos Cavaleiros do Zodíaco, a Flashstar se meteu a por um lotão de desenhos japas nas locadoras pra alegria da garotada e desespero nosso (é tanta coisa que saiu sem divulgação que temos que dar uma de arqueólogos pra achar certos títulos e fazer matéria T_T) .

O primeiro lançamento foi o bem sucedido OVA de Fatal Fury. Com as boas vendas, empurraram pros donos de locadora tranqueiras como Samurai Shodown e o lixão radioativo Art of Fighting. A fita possui uma capa tosca, cedida pela SNK do Brasil, que chega a dar medo. Mas até que não foram burros. Por se tratar da mesma capa do jogo, a molecada game-maníaca conseguia ser enganada mais facilmente :P. Esperando que o desenho fosse “legal que nem o jogo” (difícil hein), a fita tinha uma boa saída.

A dublagem da dupla Ryo / Robert ficou a cargo de Marcelo Campos (disparado o dublador que mais fez personagens de anime no Brasil) e Wendel Bezerra (o Goku e o Bob Esponja) respectivamente. Em 1998 a Manchete, dentro do seu US Mangá, exibiu (uma única vez, graças a Zeus!) o anime devidamente picotado pra caber dentro da sessão. Se bem que os cortes não prejudicaram em nada a compreensão da porcaria da história…

O VHS lançado pela Flashstar não é tão difícil de achar em sebos de fitas antigas. Mas cuidado! Lembre-se de que a fita tem que ser entregue na locadora em perfeito estado! Não ‘taque’ ela na parede com tanta raiva depois de ter assistido ao anime. Se bem que você estaria fazendo um favor pro dono ao se livrar dessa maldição. A fitinha macabra do “Chamado” é ótima perto disso…