Death Note

Death Note

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Produção: Mad House, 2007
Episódios: 37 p/ tv + 2 especiais + 3 filmes live-action (sendo um spin-off)
Criação: Takeshi Obata (arte) e Tsugumi Ohba (argumento)
Exibição no Japão: Nippon TV (03/10/2006) ~ (26/06/2007)
Exibição no Brasil: Animax – PlayTV (TV) – Netflix – Crackle (On Demand)
Distribuição: Viz Media
Mangá: Shonen Jump (Japão), JBC (Brasil)

Por Tony Horo (revisão Larc e Jiback)

Última atualização: 27/01/2014

Quando se pensa em mangás do gênero shonen (voltado para garotos), podemos traçar facilmente um perfil comum de seus protagonistas. Personalidades explosivas, heroísmo à flor da pele, carisma de outro mundo, lealdade à prova de questionamentos e, mais recentemente, uma fome fora do comum!

Tsugumi Ohba jogou todos esses clichês pro alto e apresentou ao mundo um dos mais pitorescos protagonistas dos mangás shonen de todos os tempos. Estamos falando de Light (Raito foi invencionice de fansubers) Yagami, anti-herói de Death Note.

O termo anti-herói se refere ao personagem que vai contra o que é visto como normal para o arquétipo de herói, mas que, ainda assim, possui várias características do mesmo. Com ações motivadas por seus próprios desejos, ele não é necessariamente mau, mas caminha por uma linha tênue que divide o conceito de bem e mal dentro do contexto de uma história.

Séries americanas como Dexter e Breaking Bad ilustram exemplos de anti-heróis no mesmo estilo do personagem principal de Death Note. Mesmo que gerem discussões morais, esses personagens seguem sua ética no que acreditam estar certo e nos envolvem de forma que torcemos por suas “vitórias”.

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O mangá e os autores
Death Noite nasceu a partir da união do autor Tsugumi Ohba e do desenhista Takeshi Obata. Com um número imenso de texto dentro dos balões, o mangá se destaca não só pelo roteiro, como por sua arte caprichada – que impressiona logo de cara. Obata já foi mestre de desenhistas do naipe de Nobuhiro Watsuki (Rurouni Kenshin e Busou Renkin) e Yusuke Murata (Eyeshield 21 e Onepunch-Man), apresentando um traço bastante notável pela capacidade de desenhar personagens realistas que não se distanciam da estética tradicional do estilo. Isso sem falar na qualidade técnica que um certo “criador de santos”, chamado de mestre por muitos no Brasil, passa longe…

Mas do que adiantaria uma bela arte sem um roteiro convincente? No cenário dos mangás shonen traço bonito não é suficiente pra fazer sucesso – senão, o queridinho Ataque dos Titãs estaria ferradíssimo! Tsugumi Ohba, um pseudônimo de um autor que ninguém tem certeza quem é até hoje, conseguiu criar em parceria com Obata situações “épicas” a partir de momentos corriqueiros na vida real. Light comer uma simples “batatinha” possui uma carga de tensão e drama tão impressionantes que é impossível não ter sua atenção capturada para o momento.

Com um total de 12 volumes encadernados, Death Note se encerrou com um número de edições bem razoável e que entrega muito mais história do que aparenta. O mangá foi publicado na mais famosa antologia de quadrinhos do Japão – a Shonen Jump – entre dezembro de 2003 e maio de 2006. Um volume 13 foi lançado, mas este apresenta uma série de informações detalhadas sobre a história, personagens, entrevistas com os autores e mais um monte de conteúdo obrigatório para os fãs da série.

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Há ainda a light novel, que pode ser tomada como um volume extra, Death Note – Another Note: O Caso dos Assassinatos em Los Angeles, que serve como um prequel do enredo principal e mostra uma história que surgiu a partir de uma pequena brecha envolvendo a agente do FBI Naomi Misora e o detetive L. O roteiro foi assinado pelo novelista Nisio Isin, e foi narrada pelo personagem Mello – visto na segunda temporada da série.

Em 2008, um one-shot (história curta) foi publicado na Shonen Jump e apresenta um caso que se passa após 3 anos dos eventos vistos na série original. Um “novo Kira” aparece, e o personagem Near é o único capaz de ajudar na captura do vilão (que dessa vez mata idosos!). Com apenas 46 páginas, esse especial não agradou muito, apesar de mostrar mais detalhes do passado de Near e seu envolvimento com L.

No ocidente, o sucesso da série rendeu o relançamento da mesma no formato que se assemelha aos “kazenbans” (edições de luxo, ou “definitivas” como costumam ser chamadas no Brasil), rendendo um total de 6 volumes, que possuem mais que o dobro de páginas dos tankobons originais.

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Death Note animado
Três anos depois do início do mangá (no final de 2006), estreava na Nippon TV o anime que se tornaria a grande febre não só entre otakus de todo mundo. Góticos, roqueiros, emos e outras “tribos” cultuaram Death Note, assim como fãs de suspenses policiais. A missão de transpor para a TV toda ação psicológica característica da história no mangá sem perder o ritmo, e sem fazer com que os longos monólogos internos dos personagens se tornassem chatos, foi um feito sensacional da equipe do diretor Tetsuro Araki – que contou com o competente estúdio Madhouse para animação, que tem em seu portfólio alguns dos melhores animes já produzidos em todos os tempos no Japão.

A maestria do trabalho deixou a história mais compreensiva a ponto de você acreditar que é capaz de reproduzir na vida real ideias vistas no anime (e sim, teve gente que tentou e gerou certa polêmica na mídia). Outro grande ponto que consagrou a versão animada de Death Note foi a trilha sonora. A cargo de Hideki Taniuchi (que trabalhou na trilha de Otogi Zôshi – The Legend of Magatama anos antes e depois do sucesso de Death Note também participou como compositor das séries Real Drive e Akagi), o anime sem sombra de dúvidas não ganharia tanta notoriedade sem a inspiração e competência de seu trabalho.

A série se encerrou com uma temporada e meia (37 episódios), que foram suficientes pra cobrir todos os aspectos do mangá e ainda entregar um pouco de fan service. O desfecho da história na TV foi ligeiramente diferente do visto no mangá, mas nada que altere a história original. Foram feitos também dois episódios extras, mas que são basicamente resumos do anime com algumas cenas inéditas que adicionam um pouco ao universo da série.

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A história
De início somos apresentados a Light Yagami, um adolescente japonês boa-pinta que só faz estudar e está entediado com o mundo. Em um desses dias onde contemplar a insignificância das pessoas ao seu redor parecia ser a única opção de diversão do dia (santa arrogância, hein), Light encontra um caderno preto jogado no pátio de sua escola. Ele o leva consigo e, no caminho de casa, vai lendo as instruções nas primeiras páginas. Uma delas, a mais marcante e importante de toda série: “A pessoa que tiver seu nome escrito nesse caderno morrerá”.

Light, descrente que só ele, não leva fé a princípio, mas ao chegar em casa, resolve testar o caderno com um criminoso que viu na TV. É aí que a coisa começa a ganhar proporções surreais, quando ele enxerga em suas mãos um meio de fazer justiça, em um mundo corrupto onde os valores do homem e da sociedade se perderam em um beco escuro da metrópole.

A conexão que torna o caderno que Light encontrou tão especial tem a ver com um shinigami chamado Ryuuku. Shinigamis são “deuses da morte” que utilizam os tais cadernos para interagirem com humanos e praticar a missão – arrastar almas para o mundo dos mortos. Desenvolvendo uma estranha relação de amizade com Light, Ryuuku se torna um espectador onipresente dos feitos do rapaz e pouco parece se importar com o seu destino, embora desenvolva uma admiração pelo mesmo.

Os feitos de Light (que se apresenta na mídia como Kira – pronúncia japonesa para a palavra Killer) chamam atenção da polícia e a coisa vai se desenvolvendo de tal forma que até a Interpol se envolve no caso das mortes misteriosas. Entra em cena então o “maior detetive do mundo”, um rapaz estranho e franzino que atende pelo nome de “L”. O antagonista de Light desencadeia momentos épicos no decorrer da trama, deixando o espectador nervoso e tenso com o jogo de gato e rato entre os dois.

Aliado a isso, temos um ótimo elenco de personagens secundários. Cada um deles surge por um motivo, com destaque para Misa Amane, uma jovem popstar (e meio cabeça de vento :P) que é fã de Kira e também possui um Death Note e um shinigami (Rem). Misa possui uma certa peculiaridade: ela tem o poder de ver o nome das pessoas só de olhar para elas – uma possibilidade que o detentor do caderno pode ter se aceitar um macabro “acordo” com seu shinigami. Lógico que Light se interessa por sua habilidade e procura se aliar à menina, obviamente com o objetivo de se aproveitar dela.

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No lado dos “mocinhos” da série, temos a polícia japonesa. Um pequeno grupo é criado para se aliar a L na busca pelo assassino misterioso e o interessante é que todos os personagens, mesmo que à primeira vista não tenham muita relação entre si, acabam se ligando uns aos outros durante a trama, de forma que cada acontecimento novo na série os afeta de alguma forma – com destaque para a relação de Light com seu pai, Soichiro Yagami.

Até o episódio 25, assistimos hipnotizados o embate entre L e Kira. Quando tudo chega ao fim, e acreditamos que não há mais história para ser contada, tem início uma segunda temporada que demora um bocado até “pegar no tranco”. Passam-se alguns anos e vemos Light ainda utilizando o caderno, e devido a vários acontecimentos, um novo detetive passa a trabalhar no caso Kira. Atendendo pela alcunha de N (Near), seus métodos são bastante parecidos com os de L, apesar de ser apenas… uma criança!

O clímax da história, que começa por volta do episódio 34, conduz a um dos mais empolgantes finais de animes já vistos – não devendo em nada a produções de Hollywood.

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Além da TV
O sucesso da série de TV fez com que fossem produzidos filmes live-action baseados na história. Os longas geraram uma comoção internet afora, já que os mesmos chegaram às telonas japonesas na época onde a série estava bombando pelo mundo.

O primeiro filme, intitulado apenas “Death Note”, estreou em 17 de junho de 2006 e procura adaptar a primeira parte/arco da série, apenas com mudanças razoáveis de roteiro, compreensíveis quando se tenta adaptar uma história enorme em um filme com pouco menos de uma hora e meia. Ainda assim, houveram algumas mudanças questionáveis, como a adição de uma namorada diferente para Light, chamada Shiori. A computação gráfica é convincente; o shinigami Ryuuku não está no nível de um Hulk dos Vingadores, mas está bastante aceitável, ainda mais com o investimento feito no filme.

Já o segundo longa, chamado “Death Note: The Last Name”, estreou em outubro do mesmo ano, e fecha a saga de Light e L, de uma forma bem diferente do mangá, ignorando completamente o segundo arco da série e fechando a saga principal nos cinemas.

Após os dois filmes, e sem saber por onde criar uma nova história de Death Note para os cinemas, visto que não foram deixadas pontas soltas na segunda produção, foi feita uma história original, focada em L. “L: Change the World”, chegou aos cinemas japoneses no dia 9 de fevereiro de 2008, apresentando uma nova história. Após os eventos dos dois primeiros filmes, L tem que enfrentar um novo caso, onde um vírus com capacidade de transmissão 100 vezes maior que o Ebola (?!) é desenvolvido por uma organização. Mesmo sendo algo totalmente novo, e com personagens exclusivos para a história, como a parceira de L, o filme ainda deu espaço a uma aparição de Near, que teve algumas alterações para se encaixar no contexto.

A trilha sonora desses longas contou com músicas de Red Hot Chili Peppers e Lenny Kravitz e teve distribuição pelo braço japonês da Warner Bros – o que fez com que muita gente desse como certo o lançamento por essas bandas em DVD, ainda mais quando os filmes foram… dublados!

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Death Note no Brasil
Como muitos outros animes, Death Note começou a fazer sucesso no Brasil graças ao trabalho incansável dos fansubers – fãs que se propõem a legendar material inédito no país, e disponibilizar de forma gratuita na internet. Graças ao avanço nas tecnologias de comunicação, centenas de milhares de brasileiros puderam acompanhar praticamente de forma simultânea o anime e o burburinho na rede chamou atenção dos executivos do finado canal Animax. Contando com a distribuição internacional da americana VIZ Media, Death Note estreou no Brasil no dia 3 de março de 2009 em uma época em que o canal já caminhava para o limbo vagarosamente.

A maior surpresa de Death Note foi o cuidado com o processo de adaptação e dublagem do anime no país. Enquanto 99% das séries exibidas no Animax eram dubladas em São Paulo, Death Note foi enviado para os estúdios cariocas da Cinevídeo. A Viz Media ainda teve uma atenção acima do normal com a adaptação, colocando legenda nas músicas, créditos e notas de tradução na tela, tanto na versão latina quanto na versão brasuca.

Quem não aguentava mais ouvir a voz do Ash Ketchum no Animax pulou de alegria (fenômeno parecido quando as pessoas não ouviram a voz do Seiya em Yu Yu Hakusho em idos de 1997 na finada Manchete =P) e “rixas estaduais” a parte, a dublagem carioca deu o “tom” e o “tempero” certo para o estilo de história que Death Note apresenta. O elenco todo foi excepcional: José Leonardo (o eterno Boby da Família Dinossauros, e o Ranger Vermelho de Power Rangers no Espaço) como Light Yagami encarnou perfeitamente a feição adolescente do rapaz, com uma voz ímpar e menos adulta para o personagem.

Já L (que em japonês tinha o mesmo dublador do Usopp de One Piece!) ficou a cargo de Sérgio Cantú, que no mundo dos animes já havia feito o Wizardmon em Digimon Adventure. O resto do elenco ainda conta com Mauro Ramos como chefe de polícia (o cara é o Pumba do Rei Leão, não tinha como ficar ruim! Em animes, ele fez o Jet de Cowboy Bebop: O Filme), Ana Lúcia (a Chihiro de A Viagem de Chihiro e a juíza Koto em Yu Yu Hakusho), como Misa, Charles Emmanuel (Tenma em Saint Seiya The Lost Canvas) com Near, Guilherme Briggs como Raye Penber – como esquecer a morte do personagem? – e um grande e variado elenco de profissionais cariocas que transformaram Death Note em um dos melhores trabalhos de versão brasileira de todos os tempos.

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A direção ficou a cargo de Jorge Vasconcellos (Macaco Louco das Meninas Superpoderosas), que emprestou sua voz ao deus da morte Ryuuku, – com destaque para suas risadinhas inconfundíveis. O diretor optou por manter termos originais em japonês, usando por exemplo “shinigami” e “deus da morte” quando necessário – sem que ficasse estranho aos ouvidos e sem incomodar os mais puristas.

O mangá chegou antes por aqui através da JBC, que a partir desse título, começou a dar um trato melhor na edição e diagramação de seus mangás, que até então tinham um tratamento bastante criticado. Tivemos o uso de fontes mais variadas, limpeza de cenas que não eram simplesmente borrões feitos no paint (vide Shaman King) e dimensões um pouco maiores que o tradicional – isso sem falar que as edições não foram divididas ao meio  no  tenebroso formato de “meio-tanko”. Foram lançados os 13 volumes, e até as light novels Another Note e L: Change The World, entre 2007 e 2011.

Mais recentemente, tivemos a grata surpresa da chegada da versão “Black Edition”, a reedição do mangá, feita para livrarias, com capas bonitonas e com menos edições. É interessante lembrar que essa edição foi feita para o mercado americano e nem no Japão há esse material. O preço é um pouco mais salgado, mas acredite, se você não tem as edições originais, vale muito a pena.

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Após o fim do canal Animax, o anime fez parte do link de séries do serviço de streaming Netflix. Por alguma razão incompreendida (descaso?), a série apresentava legenda das músicas, notas e créditos em espanhol, mas felizmente contava com áudio em português como opção (coisa que não existe em Super Campeões até hoje…). Fora do catálogo da empresa, desde 2013 a série pode ser vista gratuitamente no serviço Crackle, da distribuidora Sony, que funciona de forma similar ao Netflix.

Curiosamente, os dois primeiros filmes live-action da série ganharam versão brasileira com o mesmo elenco do anime, mas nunca foram lançados no mercado de home vídeo, ou exibidos em alguma emissora paga. A PlayArte chegou a negociar o lançamento do anime no mercado de DVD, mas o projeto não foi adiante – infelizmente. Por fim, em 2008 a Cia. Zero Zero de Teatro apresentou uma montagem intitulada “O Caderno da Morte” baseada na história do mangá, que teve autorização legal da VIZ para produção.

Outro dado curioso: nos EUA e no Japão, foram atribuídos o envolvimento de fãs mais radicais (doentes, por assim dizer) com alguns crimes envolvendo assassinatos de colegas de escola. Em comum, o fato dos assassinos terem o nome das vítimas escritos em réplicas do caderno da morte. Tais casos (somados a outros de menor proporção) levantaram uma discussão em torno do poder de influência de mangás e outras mídias (como animes, games, livros, filmes…) no comportamento dos jovens hoje em dia. Sabemos onde essas discussões sempre param e quem são os culpados, né?! Famílias desagregadas e crianças maltratadas geram adultos sãos afinal…

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Conclusão
Death Note foi um anime que veio pra marcar uma época. Até hoje, 6 anos após sua exibição, vemos referência de cenas marcantes da série em outras obras, isso sem falar no merchandising involuntário nos eventos de anime, com dezenas de cosplays de Light, L, Misa… Se você só conhece Death Note pela fama ou pelos fanboys, dê uma chance à série – especialmente se você estiver cansado dos mesmos animes com personagens famintos de sempre ou se você quiser algo um pouco menos infantil, com um toque policial.

Não é qualquer anime que consegue chamar atenção de pessoas não ambientadas com o universo da cultura pop japonesa. Death Note rompe os esteriótipos dos animes e conquista qualquer pessoa que simplesmente saiba apreciar o que é bom. E nesse caso, o apreço é para uma produção excepcional – sem exageros.

Em tempo: se você tivesse um Death Note em suas mãos, o que você faria?

Checklist de Episódios:
1ª Temporada

Episódio 01 – Renascer
Episódio 02 – Confronto
Episódio 03 – Acordo
Episódio 04 – Perseguição
Episódio 05 – Diplomacia
Episódio 06 – Desligamento
Episódio 07 – Tentação
Episódio 08 – Horizonte
Episódio 09 – Contato
Episódio 10 – Dúvida
Episódio 11 – Assalto
Episódio 12 – Esconderijo
Episódio 13 – Confissão
Episódio 14 – Amigo
Episódio 15 – Jogo
Episódio 16 – Decisão
Episódio 17 – Execução
Episódio 18 – Aliado
Episódio 19 – Matsuda

2ª Temporada

Episódio 20 – Paliação
Episódio 21 – Atividade
Episódio 22 – Guia
Episódio 23 – Clímax
Episódio 24 – Ressurreição
Episódio 25 – Silêncio
Episódio 26 – Reencarnação
Episódio 27 – Abdução
Episódio 28 – Impaciência
Episódio 29 – Pai
Episódio 30 – Justiça
Episódio 31 – Transferência
Episódio 32 – Escolhido / Seleção
Episódio 33 – Desdém
Episódio 34 – Espreita
Episódio 35 – Sanguinolência
Episódio 36 – 28/01
Episódio 37 – Novo Mundo