O jornal Asahi Shimbun anunciou ontem (28) os vencedores do Prêmio Cultural Osamu Tezuka, homenageando os melhores autores e obras publicadas em 2019 em quatro categorias honrosas. Nesta 24ª edição, o Grande Prêmio (Grand Prize) foi entregue ao mangá de Kan Takahama, Nyx no Lantern, sendo eleito portanto como a melhor obra publicada no ano passado.

O quadrinho, na verdade, começou a ser seriado em março de 2015 na revista Monthly Comic Ran e chegou ao fim em 2019, totalizando 6 volumes encadernados lançados pela LEED Publishing. O mangá também ganhou em 2018 um Prêmio de Excelência no Japan Media Arts Festival.

A história de Nyx no Lantern é ambientada na cidade de Nagasaki, em 1878, e é centrada em Miyo, uma garota orfã que trabalha numa loja de curiosidades e tem o poder de ver o futuro tocando objetos. O Japan Media Arts Festival avaliou o mangá como uma história que “descreve de maneira vibrante a nova era de uma Nagasaki próspera com comerciantes e prostitutas, centrando nas mudanças de Miyo enquanto ela começa a nutrir sentimentos por Momotoshi, semelhantes ao despertar do amor; e ao passado de Momotoshi, que gradualmente vem à tona. (…) As coisas são retratadas juntamente com o colorido fundo histórico do período, e fatos interessantes sobre antiguidades que aparecem na obra são incluídos (…). Dessa maneira, o conhecimento do autor é bem utilizado, melhorando o sentimento de realidade do mangá.”

Capa japonesa do 1° volume encadernado de Nyx no Lantern.

O prêmio de Revelação (New Creator Prize) foi entregue a Retto Tajima pelo mangá Mizu wa Umi ni Mukatte Nagareru, que estreou em 2018 e continua em seriação na revista mensal Bessatsu Shonen, da editora Kodansha, tendo apenas 2 volumes encadernados até o momento. Na história, Naotatsu vai morar com seu tio quando entra numa nova escola, no entanto, uma mulher que ele nunca conheceu vai buscá-lo na estação e Naotatsu passa a viver com pessoas desconhecidas, como uma cartomante, um professor universitário e uma secretária de 25 anos, além de seu próprio tio, um trabalhador de escritório que desistiu de ser um mangaká, sem que seus pais soubessem.

Já o prêmio para Melhor Obra Curta (Short Work Prize) foi vencido pelo quadrinho boys love Muchuu sa, Kimi ni, de Yama Wayama. Esta é uma compilação das tiras do mangá Ushiro no Nikaido, também de Wayama, com a adição de uma história original de 30 páginas. O comitê também concedeu o Prêmio Especial (Special Prize) à Machiko Hasegawa, que completaria 100 anos em janeiro deste ano. Hasegawa faleceu em 1992 e sua obra mais famosa é Sazae-san, que inspirou um animê que hoje detém o recorde de série animada de maior duração no Guinness Book.

Capas japonesas do 1° volume de Mizu wa Umi ni Mukatte Nagareru, e edição única de Muchuu sa, Kimi ni, respectivamente.

Uma cerimônia para entrega do prêmio havia sido agendada em Tóquio para o dia 4 de junho, mas acabou adiada por causa da disseminação da COVID-19, e uma nova data permanece indefinida. O Prêmio Cultural Ozamu Tezuka é realizado anualmente e foi nomeado em honra de Ozamu Tezuka, muitas vezes chamado de “pai do mangá moderno” ou “deus do mangá”, por sua influência no Japão e resto do mundo, e suas diversas séries de mangá bem-sucedidas, como Astro Boy, Dororo e Kimba, o Leão Branco.

Fonte: ANN