A vida é engraçada. Há 10 anos, nunca imaginaria que um dia escreveria num site sobre animês e mangás (e outras cositas mas da cultura japonesa). Ora, sequer pensaria que um dia assistiria ou leria as obras da Terra do Sol Nascente como hoje em dia. Há 10 anos, Dragon Ball e Naruto tinham o mesmo peso de Bob Esponja ou Três Espiãs Demais para mim. Eram apenas mais alguns desenhos — nada mais, nada menos.

Também, há uma década, um grupo de amigos ficou fascinado por um desenho chamado Sword Art Online. Nunca havia ouvido falar, mas como todos estavam tão vidrados na obra, decidi dar uma olhada na animação que já devia estar em seu 7° ou 8° episódio e ficar por dentro. Desobedecendo os conselhos de mamãe sobre as más influências, assisti o primeiro animê até seu derradeiro episódio. E não, ele não foi o responsável por me fazer estar aqui hoje. No máximo, conseguiu apenas adiar minha entrada neste mundo por mais uns 2 anos.

Mas, por que voltar uma década? Bem, porque é justamente isso que Sword Art Online Progressive, novo mangá da franquia trazido pela Panini, faz.

O quadrinho adapta a série de light novels homônima, que está em andamento com 8 volumes publicados até então. Na história, acompanhamos uma nova visão da série, desta vez pelo olhar de Asuna, a parceira de Kirito na obra original. A jovem vem de uma família rígida e está constantemente presa às obrigações escolares, tentando sempre ser a melhor em tudo. Claro, pra uma jovem isso é exaustivo e ela resolve espairecer um pouco no novo MMORPG Sword Art Online.

O que era pra ser apenas uma diversão se torna um pesadelo quando ela, assim como os demais jogadores, ficam presos dentro do mundo digital e precisam lutar para sobreviver e sair de lá.

Para quem espera algo mais profundo com relação à personagem, sinto informar que não temos neste primeiro volume. Temos, sim, a vida pregressa dela sendo mostrada, mas é algo tão superficial que está lá apenas por estar num primeiro instante. Asuna era uma personagem pouco explorada na obra original — e aqui neste início continua sendo.

Asuna tem um subaproveitamento em sua própria história, a ponto de em determinado momento o mangá dedicar uma boa quantidade de páginas ao Kirito. Sim, o protagonista original da trama ganha ainda mais holofote.

A história também não empolga. Por já sabermos o que acontece, a única solução que temos é acompanhar Asuna por side quests tediantes. O aprofundamento da sua personalidade e as coisas que ela poderia conquistar sozinha somem face à necessidade de mostrá-la comprando lingerie, por exemplo. Tudo com certeza seria melhor aproveitado se focasse apenas ela, com pelo menos o primeiro volume mostrando sua jornada bem antes de conhecer Kirito.

Quanto à arte, ela segue o padrão já conhecido da franquia. Cumpre bem o seu papel, sendo um dos poucos destaques da obra.

Sword Art Online tem um grande peso quando olhamos para os animês da década passada. Essa é uma contestação inegável. Apesar de não ser o maior fã, preciso reconhecer seu valor. A obra tenta se vender como uma nova visão da franquia, mas o máximo que consegue é trazer um pouco de nostalgia a quem acompanhou a original.

A tentativa de olhar para seu próprio passado pode não ter dado certo logo no início. Mas, se tem algo que o presente nos ensina é que, não importa o que passou, ainda há tempo de melhorar para o futuro. E é algo que torço para que os próximos volumes façam.

Agora, com licença enquanto vou para o canto lembrar de como a vida era mais simples antigamente…

 

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A editora Panini enviou um exemplar do primeiro volume de Sword Art Online Progressive ao JBox como material de divulgação.


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