O mangá Hikaru no Go (que pode ser traduzido como O Go de Hikaru), lançado pela JBC no começo do ano, é uma obra da roteirista Yumi Hotta e do desenhista Takeshi Obata. Foi essa obra que deu fama à Obata, que depois seria consagrado com Death Note e atualmente está envolvido em Bakuman.

A obra começou a ser publicada na revista Shonen Jump no começo de 1999 e terminou em 2004 com 23 volumes no total. Ganhou um anime de 76 episódios também, o qual ficou muito conhecido no Brasil graças ao trabalho dos fansubbers (fãs que legendam animes e disponibilizam gratuitamente na internet). Já foi lançado na França, Canadá, EUA, Itália e Alemanha.

A roteirista Yumi Hotta não possui outros trabalhos de grande fama, embora Hikaru tenha gerado uma grande fortuna. Já Takeshi Obata ganhou um pulo em sua carreira, tendo lançado várias obras (sempre na função de desenhista), dentre elas Ral Grado e já citado Death Note, ambos lançados no Brasil pela JBC.

No começo do mangá o traço de Obata ainda está bem arredondado e com rosto de bolacha, mas conforme a história avança o traço de desenvolve e passa a ser mais parecido com o que vimos em Death Note.

O mangá também contou com a supervisão de Yukari Umezawa, um jogador profissional de Go, o que dá à obra uma maior confiabilidade. Além disso, várias páginas explicam como se joga, ou seja, você verdadeiramente aprende a jogar se ler com cuidado.

Go é um antigo jogo de tabuleiro que tem origem na China e segundo historiadores, surgiu entre 2000 AC e 200 AC (antes de cristo). De maneira simplista, podemos dizer que o objetivo é conquistar o maior numero de “territórios” possíveis em um tabuleiro, sendo que os jogadores utilizam pedras brancas e pretas que vão sendo dispostas nas intercessões das retas do tabuleiro. As regras de jogabilidade transformam o jogo em um uma diversão onde você precisa ser astuto para traçar estratégias certeiras para vencer seu oponente.

Hikaru no Go é um típico mangá de esportes da Jump. Um gênero timidamente explorado pela editoras brasileiras, cujos únicos representantes por aqui foram Yu-Gi-Oh! (apesar das viagens, é um jogo de cartas!) e Slam Dunk, publicados pela JBC e Conrad respectivamente. Todas essas histórias envolvem um determinado esporte onde o protagonista anseia ser o melhor de todos. Sempre existem torneios a serem conquistados, amigos que acompanham e rivais a serem superados – que geralmente acabam se tornando amigos. É uma daquelas receitas infalíveis de sucesso.

O protagonista do mangá em questão se chama Hikaru Shindo (ou ainda Shindou) é um garoto comum, péssimas notas a não ser em educação física. Um dia ele e sua amiga Akari estão no sotão do avô de Hikaru, procurando algo interessante. Acabam achando um velho tabuleiro de Go e nele havia marcadas de sangue que apenas o jovem conseguiu enxergar. O que acaba acordando o Fantasma Sai, um espírito antigo de um instrutor de Go, revoltado pelo modo como sua vida terminou e destinado a continuar atrás da jogada suprema.

Sai passa a viver dentro de Hikaru, mas essa união causa transtornos ao moleque quando o espírito está triste. Por esse motivo Hikaru passa a jogar Go para agradar o fantasminha, seguindo todos os passos que ele sussurra em sua cabeça. Com o tempo Hikaru passa a se interessar pelo jogo e começa a demonstrar que talvez o fato do fantasma ter sido atraido por ele não foi mero acaso.

A versão brasileira está sendo lançado com a mesma quantidade de volumes que o Japão, 23. A tradução e revisão estão boas, embora a editora insista em colocar gírias e jargões super regionais, além de referência a músicas e programas ocasionalmente. As fontes usadas foram bem escolhidas e as edições (tirando uma ou outra mais complicada) estão perfeitas. Todas as onomatopéias estão traduzidas, além de placas, livros e provas.

É um título bem interessante que merece uma chance!

Título: Hikaru no Go
Editora: JBC
Autores: Yumi Hotta e Takeshi Obata
Formato: 13,5 x 20,5 cm, Volume 1 de 23 – 200 páginas.
Preço: R$ 10,90