Depois de uma série de acontecimentos em um de seus melhores arcos até agora, a história de Hirogaru Sky! Precure (Soaring Sky! Pretty Cure) deu uma acalmada. Isso é, pelo menos até a estreia de sua nova heroína: a Cure Butterfly.

Se o aparecimento da precure com tema de borboleta era muito esperado pelo público, os espectadores tiveram que passar por alguns episódios bem mornos antes de sua chegada. Entretanto, mesmo essa jornada nem tão empolgante teve alguns pontos positivos.

 

Dores do passado

imagem: elle chorando em episódio 16 de sky precure.

Reprodução: Toei/CR.

Se o episódio 15 terminou com uma visão positiva, o de número 16 começou já tratando do sofrimento causado às precures pela relativa “derrota” sofrida no episódio anterior. Afinal, as heroínas perderam uma amiga e os reis de Skyland foram amaldiçoados, era de se esperar que o pesar causado por esses problemas uma hora viesse à tona.

A ideia de colocar as protagonistas criando uma peça infantil para alegrar Elle foi apenas uma desculpa do roteiro para conseguir tratar das dores que eles guardaram para si. Demonstrar as tristezas das protagonistas é um importante processo de humanização dessas personagens e reforça a sensação de perigo que os vilões do Império Undergu trazem a todo o mundo. Nessa questão, o episódio foi eficiente.

Menos eficaz, porém, foi o modo como os acontecimentos se desenrolaram, em especial depois da metade. A aparição do monstro da semana foi apenas para cumprir uma necessidade e a historieta da Elleetaro foi interrompida logo que ficou interessante. Talvez com uma lapidada no roteiro, fosse mais interessante.

 

Sobre amizades fortalecidas

imagem: mashiro surpresa em episódio 17 de hirogaru precure.

Reprodução: Toei/CR.

Mashiro protagonizou o mais desinteressante dessa leva mais recente de episódios. Sua amizade com Sora já se encontra bem sólida, de modo que o episódio 17 pouco adicionou pouca coisa ao que sabíamos desse relacionamento.

A falta de autoconfiança da personagem era algo conhecido, mas ao invés de tratar isso de maneira aprofundada, o episódio apenas resolveu focar-se na questão de seu problema como corredora de corrida de revezamento. É como se toda a vulnerabilidade da personagem fosse só isso e pudesse ser resolvida com palavras doces e muito treinamento.

Do mesmo modo, o egoísmo de Sora em insistir pela participação de Mashiro na corrida foi tratado apenas como uma demonstração de amizade e não contribuiu para uma verdadeira evolução da personagem.

No fim, o capítulo apenas quis trazer uma mensagem bonita sobre os laços entre as duas e reforçar como qualquer pessoa pode descobrir novas habilidades ao longo do tempo. Entretanto, não foi interessante ou fofo o bastante para ficar na memória.

Ao menos o capítulo seguinte foi mais empolgante — e marcante.

 

O voo da borboleta

imagem: cure butterfly em hirogaru sky.

Reprodução: Toei/CR.

Neste episódio 18 tivemos vários elementos que foram bem aproveitados. Não somente Ageha ganhou o destaque merecido e há muito esperado, como Tsubasa também teve sua chance de brilhar com algumas de suas cenas mais engraçadas até o momento.

Até mesmo a participação do vilão Battanmoda foi divertida e bem inserida no episódio. Há inclusive um clima de rivalidade surgindo entre ele e Ageha, que foi impulsionada com o surgimento da Cure Butterfly.

E por falar em nossa nova heroína, ela deixa algumas questões para os fãs. Sua estreia neste capítulo 18 não trouxe uma grande reviravolta para a trama, mas acontece em um período muito similar à de outras precures de “meio de temporada”.

Isso significa que ela é a heroína do meio da temporada? Não parece ser o caso, já que ela tem sido divulgada desde o começo da série e não houve mudança de encerramento. Ainda assim, fica a questão: teremos mais uma heroína para fechar o grupo atual com cinco precures no decorrer dessa série?

Enquanto as respostas para essas perguntas não surgem, o público pode aproveitar uma boa participação de Butterfly. Foi bem interessante notar que, assim como Prism e Wing, ela parece ter uma habilidade única (criar escudos). A animação de seu ataque foi uma das melhores até aqui e será legal vê-la aplicando mais vezes a sua finalização nos vilões.

Ageha já era uma personagem interessante e divertida, então será bom entender como a série dará mais destaque a ela daqui para frente. Entretanto, a estreia de Butterfly não foi o único ponto alto desse capítulo.

 

A imagem de um herói

imagem: cure wing ajudando criança em hirogaru sky.

Reprodução: Toei/CR.

Talvez a parte mais interessante de todo o episódio 18 foi o modo como ele tratou a questão do imaginário do super-herói para as crianças e os problemas que ele pode trazer.

O garotinho que no começo do episódio que se apaixona pelas habilidades do Cure Wing exemplifica bem a fascinação que uma criança tem perante um herói: ele o acha incrível, superior a tudo o que já viu na vida. Quem nunca pensou isso do seu ídolo da infância?

Entretanto, violência também está atrelada às histórias de super-heróis. É aí que mora o perigo! O episódio fez bem em mostrar que uma criança deve ser repreendida por bater em um amiguinho só para ser como seu herói de infância. É preciso impor limites e aqui surge a figura de Ageha que compreende as crianças e sabe como lidar com elas com doçura.

O capítulo ainda coloca a imagem do grande herói da história atrelada à figura de uma professora. Isso é incrível e bem planejado. Professores possuem realmente uma missão heróica e muitas vezes pouco valorizada pela sociedade.

Ver que a nova precure é uma professora parece ser a forma da série dizer que verdadeiros heróis existem, mas eles não estão lutando contra monstros: na verdade, são pessoas comuns que possuem coragem para fazer o que é certo e importante para todos!


Confira as outras resenhas da série:


Soaring Sky! Pretty Cure é exibido pela Crunchyroll com legendas em português de forma simultânea com o calendário japonês. A empresa fornece ao JBox um acesso à plataforma.


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