Depois dos melhores episódios de sua temporada até agora, Hirogaru Sky! Precure (Soaring Sky! Precure) resolveu apresentar alguns de seus capítulos menos inspirados.

Num contexto geral, isso em nada fere a qualidade da série, que tem tido mais acertos do que erros, e mesmo quando está em seu ponto mais baixo, ainda entrega um roteiro com o mínimo de qualidade. Entretanto, quando esses episódios mais recentes são vistos de forma fechada, é impossível não ficar com a sensação de que algo ali poderia ser melhor.

Um gostinho de Delicious Party

imagem: sora, mashiro e tsubasa comemorando o aniversário (?) de tsubasa.

Reprodução: Toei/Crunchyroll.

Este é o caso do décimo capítulo da temporada, que parece ter se inspirado em partes em Delicious Party Precure. A trama do capítulo se desenrola em torno de algo que acontecia muito comumente na série passada: as Precures se reúnem para preparar um prato específico para uma celebração — no caso, a comida favorita de Tsubasa.

Com isso, temos diálogos sobre como os alimentos mexem com nossa memória, reflexões sobre as emoções de comer algo que gostamos… enfim, todo o tipo de coisa já vista em Delicious Party e que muitas vezes deixavam os capítulos enfadonhos.

Há uma tentativa de se aprofundar melhor nas características da personalidade de Mashiro, bem como de trabalhar os sentimentos de Tsubasa. Quando há um foco nesses pontos, o resultado não é ruim, mas também não chega a ser interessante. No caso de Mashiro, aliás, nada do que é mostrado aqui parece se distanciar muito do que já conhecemos da garota de capítulos prévios.

Ao menos tivemos a presença do vendedor de batatas Kabaton para salvar (ou destruir) o dia com sua deliciosa participação.

 

Amizade difícil

imagem: ageha e tsubasa juntos.

Reprodução: Toei/Crunchyroll.

Ainda trazendo foco em Tsubasa, Hirogaru Sky! se empenhou em fazer com que o herói criasse um vínculo de amizade com outra personagem da série: Ageha.

Aparentemente, a ideia é que os dois formem uma dupla especial, do mesmo modo como Sora e Mashiro formam um duo memorável. Acontece que, pelo menos no que foi mostrado no episódio 11, Tsubasa e Ageha não têm a mesma química que as cures Sky e Prism.

Toda a forma de interação entre os dois se mostrou forçada, sem graça e mal desenvolvida, muito porque a aversão de Tsubasa à personalidade de Ageha parecia um tanto quanto gratuita. Mesmo o desafio das charadas a serem solucionadas, usado aqui como um MacGuffin para a narrativa avançar, não trouxe qualquer entrosamento interessante entre eles ou forte exposição de suas características dissonantes.

É muito diferente do que foi visto entre Sora e Mashiro, que mesmo opostas, parecem complementar-se tão bem que foi fácil construir uma amizade sólida em poucos episódios.

Em determinados momentos do capítulo, há a sensação de que o roteiro vai mostrar que a antipatia de Tsubasa é na verdade uma forma dele se proteger de um certo interesse romântico na moça (como nas histórias em que o menino adolescente se apaixona por uma garota mais velha), mas tudo ficou apenas no campo da sugestão.

O ponto mais engraçado em tudo isso é que, os poucos momentos de interação entre Tsubasa e Ageha no episódio seguinte, foram melhores e mais engraçados do que tudo o que foi mostrado nesse capítulo 11.

 

Cure Sky vs. Kabaton

imagem: o rosto de kabaton.

Reprodução: Toei/Crunchyroll.

E por falar no episódio seguinte, chegamos ao ponto alto dessa última leva de capítulos: o embate entre Sora e Kabaton.

Uma trama focada quase completamente no vilão porco não poderia ser melhor: teve ação, teve comédia e até um pouco de drama.

Entretanto, por mais que Kabaton naturalmente roubasse a cena, Sora também teve seus momentos de estrela. A protagonista da temporada tem se mostrado uma heroína que entende que seu papel verdadeiro é “salvar pessoas” e não “derrotar o vilão”. Trata-se de uma visão muito madura por parte da personagem — e vale ainda citar que foi muito bonito o momento em que ela não pensa duas vezes antes de salvar Kabaton.

É verdade que a animação da luta em si não foi nada incrível, ao contrário de outras temporadas em que o embate das precures com um vilão principal era cheio de sequências memoráveis. Entretanto, isso não chega a ser um problema que prejudique o capítulo, que consegue manter-se bem desenvolvido em outros pontos.

O roteiro deixa no ar diversas questões que deverão ser respondidas em breve, mas é empolgante vermos que mais vilões vão finalmente dar as caras na história — antes até da Cure Butterfly fazer sua estreia propriamente dita.

A única parte triste disso é que perdemos momentaneamente a presença de Kabaton, mas ele ainda deve fazer uma ou outra aparição na série.


Confira as outras resenhas da série:


Soaring Sky! Pretty Cure é exibido pela Crunchyroll com legendas em português de forma simultânea com o calendário japonês. A empresa fornece ao JBox um acesso à plataforma.


O texto presente nesta resenha é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site JBox.