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Se Madoka Magica “desconstruiu” o gênero Magical Girls, podemos dizer que a Tatsunoko “Madokalizou” um de seus maiores clássicos, Science Ninja Team Gatchaman.

A franquia Gatchaman começou em 1972 e rendeu 3 animes: Gatchaman, Gatchaman II e Gatchaman Fighter que somaram 209 episódios no total.

No ocidente se tornou bastante popular na Europa e principalmente nos EUA, onde foi vítima de uma salada tão complicada que só lendo nossa matéria pra tentar entender a via crucis da série nesse lado do globo.

No Brasil as 3 séries americanas feitas a apartir do original foram exibidas, mas nunca conseguiu se tornar sucesso. G-Force (a mais conhecida) chegou inicialmente em VHS nos anos 1980 e na década seguinte passou pelas grades dos canais TeleUno (que deu lugar ao AXN), Cartoon Network e Locomotion.

Já a primeira versão gringa, Batalha dos Planetas, chegou a ir ao ar no horário nobre da BAND, mas era tão grotesca que não durou muito, indo parar no Canal 21 e sumindo depois disso.

Eagle Riders, a terceira adaptação, teve mais sorte: apesar de veiculada pela extinta Fox Kids numa época que a tv por assinatura não tinha muito alcance, foi parar no “horário parabólica” da Globo, sendo exibida até pouco tempo às 12:00 com o título Esquadrão Pássaro.

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Nos anos 1990, durante a onda de remakes que assolou o mercado de vídeo japonês, ainda foi produzido uma série de OVAs que atualizou e apresentou os personagens à nova geração.

Ainda sairam outras coisinhas como animações para a internet, mas no momento isso não vem ao caso.

Gatchaman não é nada mais nada menos que a espinha dorsal dos sentai, servindo de base para o gênero que está vivo há quase 40 anos na tv japonesa, apresentando esquadrões de 5 integrantes (que depois virariam 6…7… hoje em dia até perdemos as contas =P) que usando roupas de lycra, combatem uma ameaça alienígena que quer destruir/dominar nosso mundinho lindo.

Dito isso – especialmente pra você que não conhecia a franquia – temos apenas uma palavra pra definir Gatchaman Crowds, que estreou essa semana nas madrugadas do canal NTV: chocante. E não quer dizer que isso seja ruim.

Quando se faz uma revisão de algum clássico, sempre é colocado a questão de qual caminho a seguir: aquele que agradará aos fãs mais nostálgicos sendo relativamente fiel à mitologia criada ou, uma nova visão do que todos conhecem sem se importar em manter ligações com o original.

E foi essa segunda opção a escolhida pelo diretor Kenji Nakamura.

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Crowds não lembra em nada sua fonte de inspiração e poderia muito bem ser uma série totalmente independente se não levasse Gatchaman no título.

A começar pelos trajes: somem os colants justíssimos e os capacetes inspirados em pássaros e entram armaduras tecnológicas “metal hero” com visuais nada convencionais capazes de dar habilidades fantásticas aos personagens.

Nem preciso dizer que são muito detalhadas – dá vontade de pausar a imagem e ficar observando o trage de Sugune nesse primeiro episódio, uma espécie de samurai hi-tech – e em ação ficaram absolutamente incríveis.

Os personagens que compõem o “esquadrão” também não lembram em nada seus antecessores: Sugune faz o tipo “bucha”, aquele que sabe lutar como ninguém e é extremamente dedicado ao “trabalho”; Jo será o “cool” da série, com ar misterioso e provavelmente vai arrancar palavrões da boca dos otakus sempre que entrar em ação pois provavelmente será o mais poderoso do time (tem sempre que ter um desse tipo né?).

Já O.D. é o afeminado que todos vão amar: com seu jeitão blasé e engraçado (sem tentar ser o alívio cômico, diga-se) revela nesse primeiro capítulo que ainda não consegue se transformar. Seu visual andrógeno lembra muito o vilão Galactor, grande inimigo dos heróis na série de 1972.

O quinteto se completa com Utsu, que com trajes minimos e visual mega-moe depressivo, será a “paixão dos otakus” nos próximos meses, anotem isso, e a chatíssima Hajime. Essa merece um parágrafo só pra ela.

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Dá pra perceber que Hajime será a personagem mais importante da série pelo destaque que é dado a ela nesse primeiro episódio (tudo acontece a partir do descobrimento que ela é uma Gatchaman) e também pelo fato de que na abertura é o membro com maior destaque e closes faciais =P . Mas abafa.

A garotinha com visual moe e mentalidade de quem tem 3 anos, é apaixonada por cadernos, tanto que parece ter orgasmos ao manusear tal objeto – e curiosamente é através deles, os chamados NOTES, que os Gatchaman se comunicam e se transformam – tem voz irritante, ações irritantes e é candidata à personagem mega-bucha-i-hate-her da temporada. Isso até mostrar que tem poderes que deixam seus colegas no chinelo e será uma peça importante para a vitória da equipe no final da série. Bocejos… bocejos…

O time “do bem” ainda conta com JJ – um alinígena com visual humano, cara de poucos amigos e criador dos Gatchaman – e o bichinho fofinho da série, Paiman, líder direto dos Gatchaman e que tem um visual parecido com um panda – comparação, aliás, que ele odeia.

No anime os heróis enfrentam criaturas alienígenas chamadas MESS (bagunça) que possuem um visual que não dá pra não remeter às Witches de Madoka.

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Por esse primeiro capítulo, percebe-se que o roteirista Toshiya Ono não se prendeu à nada das origens da franquia e resolveu partir pra um lado mais hardcore com elementos que todas as animações da atualidade precisam pra  serem bem sucedidas, como o visual foda dos heróis (em contraste à simplicidade dos traços de suas versões humanas), elementos moe e cenas de impacto na hora da ação – que aliás, é o que todos querem ver no final.

Recomendado. E aguardando o próximo episódio. =D