Não é nenhuma novidade que ano após ano os japoneses consomem menos mangás. As tiragens monstro que as antologias possuíam antigamente são cada vez mais raras, e prova disso é o constante cancelamento e reestruturações das mesmas – fora o fato de que algumas publicações são lançadas e desaparecem de forma tão rápida que ninguém percebe.

Até os EUA já sentiram o gosto amargo da queda nas vendas de mangás, e em recente artigo o site ICV2 relatou que entre 2008 e 2009 a arrecadação das editoras com esse tipo de produto caiu de 175 para 140 milhões de dólares.

Uma das grandes “vilãs” desse cenário é a internet. Foi-se a época em quem era necessário aguardar anos para a publicação de determinada obra no ocidente. Hoje os capítulos caem na rede traduzidos poucas horas após sairem em suas antologias no Japão, graças ao trabalho de fãs que disponibilizam tais títulos para download.

Nesse cenário, algumas editoras já tentaram tomar algumas medidas, como a publicação praticamente simultânea de alguns títulos com o ocidente (como é o caso de Rin-ne, de Rumiko Takahashi), só que esse tipo de medida ainda possui resultados tímidos em relação à força dos scanlators (como são chamados os grupos tradutores de mangás).

A coisa chegou ao ponto da editora Shueisha publicar na mais recente edição da Shonen Jump uma carta aberta aos leitores pedindo para que eles não leiam mangás vindos de tais fontes, pois essa atitude acaba prejudicando a ‘cultura do mangá’ e os próprios autores das histórias.

A editora ainda ratificou que consumi-los é contra a lei e que tenta tomar as atitudes cabíveis, mas não consegue lidar com a situação, já que o número de fontes para esse tipo de material é quase incalculável.

Será que os leitores vão ouvir? =P