Estúdio de dublagem mais antigo ainda em atividade no Brasil, a BKS pegou o mercado de streaming de surpresa nos últimos dias com o lançamento do Kinopop, a sua própria plataforma. O serviço promete ser o mais barato do país, embora ainda não supere a mensalidade baixa do Amazon Prime Video (que hoje custa R$ 9,90).

O Kinopop tem mensalidade de R$ 15,00, com período de testes gratuito de um mês, podendo ser cancelado a qualquer momento. O catálogo também tem expectativa de trazer mais de 500 títulos, sendo séries ou filmes, mas pelo que pudemos notar nos testes, ainda não atingiu essa meta.

Como o assunto que nos interessa aqui é o conteúdo nipônico, revirando a biblioteca do Kinopop encontramos 9 títulos japoneses. Todos são longas-metragens, distribuídos pela Europa Filmes ou Flashstar/Focus Filmes (são a mesma empresa), entre animês e live-action.

No caso dos filmes do selo Europa, constam duas produções de Pokémon: Pokémon 4 – Viajantes do Tempo (que chegou a ser exibido nos cinemas) e Pokémon 6: Jirachi, o Realizador de Desejos. Também há dois filmes do Studio Ghibli: A Viagem de Chihiro e O Reino dos Gatos (curiosamente, trazendo as suas dublagens originais, ao contrário do que acontece atualmente na Netflix, que licenciou por outro fornecedor). Encerrando essa lista, há também A Magia do Tempo, longa de Sunao Katabuchi.

Os filmes da Flashstar/Focus são: Terraformars (live-action baseado no mangá, que saiu por aqui pela JBC), os longas de terror A Invocação, A Invocação 2 (versões de 2012/2013 da série conhecida por aqui como O Chamado) e Sadako VS. Kayako (basicamente O Chamado vs O Grito, reunindo as duas franquias de terror). Todos os filmes são exibidos apenas dublados em português.

Fundada em 1958, primeiramente com o nome de AIC, a BKS se tornou mais conhecida pelos fãs de animês no início dos anos 2000, quando o estúdio foi responsável pelas versões brasileiras de Samurai X, Sakura Card Captors, Sailor Moon R e a 2ª temporada de Pokémon. Salvo alguns pontos positivos, o que saltou a atenção para muitos foram os negativos, como problemas de tradução, mudança de elenco em relação a trabalhos anteriores ou mesmo questões técnicas, como a mixagem de som. A má fama só agravou mais tarde com a chegada de Dragon Ball Z Kai, que sofreu principalmente para trazer as vozes conhecidas de volta.

Nos últimos anos, o estúdio paulista, que também possui filiais em Miami e na Índia, parece estar se redimindo no mercado. Um de seus trabalhos recentes foi com a série Mazinger Z, em uma dublagem elogiada exibida pela Netflix.

Se há futuro para a empreitada da BKS no ramo do streaming em meio à briga com gigantes do mercado, que aguarda a vinda de nomes como Disney+ e HBO Max, vamos aguardar a história nos dizer.


Fonte: Dublagem Brasileira