Em um seminário na TIFFCOM, evento do Tokyo Film Festival voltado ao mercado, foi discutido o estado atual da indústria japonesa de animação, que sofreu os eventos da pandemia de COVID-19 em 2020.

Os números de 2021, no entanto, demonstram um crescimento de 9% sobre os de 2019 — com um total de 18,4 bilhões de dólares acumulados (o cálculo inclui os conteúdos para TV, cinema, etc, e também músicas, produtos, entretenimento ao vivo, etc), dando claros sinais de recuperação.

Na visão dos participantes do painel, o editor-chefe do Relatório da Indústria de Animação Masuma Hiromichi e o conselheiro do setor de programação do TIFF Fujitsu Ryota, isso pode ter acontecido pela agilidade dos estúdios em mudar para o trabalho remoto mantendo o nível de produção alto. Além disso, uma série de títulos que estavam em diferentes momentos de produção e precisaram parar em 2020 puderam ser retomados em 2021. As vendas de merchandising também foram altas, assim como a demanda por serviços de streaming.

Contudo, o maior contribuinte foi o mercado estrangeiro, que representou quase 48% dos lucros em 2021 — ano passado, o mercado estrangeiro também superou o doméstico (9,6 bilhões versus 8,8 bilhões). Mesmo o cenário parecendo bom, os estúdios tiveram aumentos de custo devido às medidas da pandemia e aumento de gasto de pessoal (incluindo treinamento para lidar com a produção digitalizada).

Uma preocupação da indústria é a Netflix, que está investindo bastante em animê mas não revela muito de seus planos — eles poderiam mudar repentinamente, o que causa certa ansiedade na indústria. Outra questão é a China, um dos maiores mercados de animê, mas que também poderia implementar mudanças desfavoráveis para a indústria japonesa a qualquer momento.

Matsuda também questiona o futuro de streaming: o mercado de vídeo estava em alta há 20 anos, mas agora está em queda. Para ele, o streaming, que começou nos anos 2000, está agora em seu auge, mas qual poderia ser a próxima mídia?


Fonte: Variety