Em uma ação cheia de controvérsias, foi anunciado pela Secretaria de Educação da Prefeitura de Hiroshima que ela irá remover o mangá Gen – Pés Descalços dos materiais do Programa de Educação pela Paz, que é voltada para alunos do Ensino Fundamental como um todo.
O principal motivo alegado para retirar o mangá da grade curricular dos alunos é o fato de que muitos professores reclamam não ter tempo para explicar todas as cenas durante o intervalo hábil das aulas, o que foi reforçado por um grupo de educadores que afirmou que isso não faz parte da realidade atual das crianças, o que torna obrigatória a questão do contexto histórico — os ataques de bomba atômica em Hiroshima e Nagazaki durante a Segunda Guerra Mundial.
A mudança sugerida foi de que, no lugar do mangá, fotos da família de uma mulher antes e depois da bomba atômica fossem mostradas em sala de aula.
O conteúdo do programa está passando por reavaliação desde 2019, mas a decisão gerou revolta do público. Uma petição online assinada por mais de 55 mil pessoas pede para que isso seja vetado, o que fez com que um burburinho fosse criado na mídia, que reportou que os motivos reais envolvidos seriam o fato de que um garoto roubando peixes para sobreviver poderia “causar desentendimentos”.
Além disso, a Secretaria de Educação de Hiroshima também levou em consideração a opinião de um grupo de sobreviventes que considera que o mangá tem um viés ideológico muito voltado para “um só lado”, afirmando que é importante a seleção de materiais que sejam neutros politicamente. Outros grupos de direita também já atacaram o mangá no passado, falando que ele é cheio de “ideologias suspeitas”. As acusações pesadas são provavelmente pelas críticas da obra ao nacionalismo japonês, que foi um fator importante para ações do país na guerra, refletindo em efeitos antes, durante e após o conflito.
Gen – Pés Descalços (Hadashi no Gen) foi publicado no Japão entre 1973 e 1985 e se tornou uma das mais importantes obras sobre os ataques de bomba atômica. O autor Keiji Nakazawa foi um dos sobreviventes ao ataque em Hiroshima, tendo perdido a maior parte de sua família na ocasião. Ele criou o mangá inspirado por sua experiência própria, o que resultou em dez volumes encadernados.
No Brasil, a série foi lançada pela Conrad.
Fonte: NHK
“Não mete política no meu gibi!” versão Japão! Impressionante!
O problema que a época do Japão Imperial é algo complicado, acho que muitos japoneses querem esquecer essa fase que para alguns é vergonhoso pra história do Japão.
Quem leu o mangá sabe que o autor atirou pra todos os lados ao criticar tanto os americanos, obviamente, pelas bombas atômicas e pelos abusos cometidos durante a ocupação do pós guerra, quanto a classe política japonesa por enganar o povo ao incentivar o engajamento quando a guerra do pacífico já estava decidida. Isso deve incomodar muita gente graúda por lá!
Tentativa de reescrever a História para aliviar o lado dos Fascínoras que mandaram no Japão dos anos 1910 até 1945.
Espero que esta empreitada fracasse.
Coisa parecida ocorreu aqui no Governo Bolsonaro.
Concordo. Eu li a Obra.
Sabia que tem Filme de animação?
Na verdade a política era a mesma desde a restauração Meiji domini ou seja dominado
Mas então, não existe país 100% limpo, acho eu. Ou tu enfrenta seus demônios e admite que errou ou vai ficar levando isso nas costas pra sempre. Olha a Alemanha hoje em dia, o quanto eles se esforçam pra falar que Nazismo é merda e que eles mudaram! Agora, os japoneses me limam o mangá do Gen com uma desculpa esfarrapada dessas? Qualé! Eu achava que os japoneses eram mais valentes e não do tipo que ficam tentando varrer sujeira pra debaixo do tapete!
O governo não aceita as atrocidades que eles fizeram na época do Japão Imperial
Assumir os erros do passado faria com que as novas e futuras gerações de japoneses pensassem muito antes de repetí-los!
Na verdade, foi gente de esquerda querendo boicotar as obras de Monteiro Lobato por serem supostamente racistas. Nada a ver com Bolsonaro e seu governo que passou!