Foi divulgado hoje (12) que o mangá BLACK JACK, de Osamu Tezuka, terá um capítulo comemorativo feito com ajuda de inteligência artificial (IA) — o lançamento está previsto ainda para 2023, quando a série completa 50 anos, na Shonen Champion semanal, a mesma que seriou o mangá original.

Segundo a Tezuka Productions, a IA, que utiliza o modelo GPT-4 da OpenAI, foi treinada para “entender” a estrutura dos roteiros da série e a relação dos personagens.

Essa não é a primeira vez que a TezuPro utiliza inteligência artificial para simular a escrita de Tezuka: em 2020, foi lançado Paidon, um mangá cujo roteiro foi criado por uma IA após analisar os trabalhos anteriores de Osamu Tezuka.

Macoto Tezka, filho de Osamu Tezuka, disse que esperam compreender o quanto uma IA pode ajudar na criação de mangás, e que o objetivo do projeto não é substituir criadores. Ele afirma, inclusive, ser um projeto ultrajante e não sabe se vai funcionar. Macoto complementa dizendo que tem certeza que seu pai usaria IA se estivesse vivo.

O obra original de Black Jack foi publicada entre novembro de 1973 e outubro de 1983 na revista Shonen Champion (Beastars, Saint Seiya: The Lost Canvas) e foi o primeiro mangá a ganhar o prêmio Kodansha Manga na categoria Shounen em 1977.

O site oficial de Tezuka descreve o mangá da seguinte forma:

Este é um drama médico no qual o brilhante cirurgião Black Jack, que não tem licença, é o personagem principal. Dotado de excelentes técnicas de cirurgia, Black Jack sempre salva, milagrosamente, pacientes extremamente doentes e os que estão a beira da morte. Mas ele sempre cobra um preço afrontoso pelos seus serviços e por isso sua presença é rejeitada no meio médico.

Black Jack vive calmamente em uma clínica no meio do deserto com sua assistente Pinoko, uma das pessoas que ele salvou a vida. Pacientes que foram descartados por outros médicos aparecem todos os dias para vê-lo, pois ele representa sua última esperança.

Entre 2011 e 2012 foi publicada a sequência Black Jack: Aoi Mirai, com arte de Masaaki Nakayama (Fuan no Tane, PTSD Radio) e história de Hitoshi Iwaaki (Parasyte, Neo Devilman).

No mesmo ano foi o lançamento de Young Black Jack na revista Young Champion (Battle Royale), dessa vez com arte de Yuugo Okuma (Boku no Kanojo no Game Sensou) e história de Yoshiaki Tabata (Ninja Slayer), um prequel dos anos de estudante do personagem principal. Essa HQ ganhou uma adaptação animada em 2015 com a direção de Mitsuko Kase (City Hunter), sendo exibida por aqui pela Crunchyroll.

Ainda há 3 adaptações do mangá com 3 artistas que recriaram o efeito da história original com seus diversos traços e uma versão com curtas histórias de Osamu que conta com 21 artistas.

A obra também inspirou diversas adaptações animadas como filmes, animes, peça de teatro e jogo. No Brasil, a série de 2004, feita pelo próprio Tezuka Productions, foi exibida no extinto canal pago Animax.


Fonte: Japan Times