Após 15 anos trabalhando na Crunchyroll, o diretor operacional (COO, Chief Operating Officer) Brady McCollum está deixando a Crunchyroll ao fim deste mês — ele está na empresa desde 2008, antes mesmo do serviço começar a apagar os conteúdos piratas da plataforma (foi em 2009), sendo um dos funcionários mais antigos da empresa.

Gita Rebbapragada, atual diretora de marketing, assume o cargo de diretora operacional, com Barb Bidan se tornando agora diretor de experiência do público — um novo funcionário, Charles Valentine, entra na empresa para gerenciar os times de Tecnologia da Informação e Segurança, respondendo a Barb Bidan.

Mitchel Berger, que hoje atua no departamento de comércio, assume a publicação de mangás na África, Europa e Oriente Médio (EMEA), mas segue liderando diversos departamentos (cinema, distribuição de conteúdo, produto de consumo e colecionáveis); Terry Li foi promovido para vice-presidente executivo, e segue liderando a área de desenvolvimento global de negócios.

McCollum vem trabalhando com o presidente da empresa, Rahul Purini, para garantir, supostamente, uma transição cuidadosa que mantenha o crescimento da empresa e seus contatos com os fãs. Contudo, para ele, a saída marca o fim de uma era — em uma declaração ao Deadline, que trouxe a notícia com exclusividade, não parece que ele está muito feliz com a decisão.

Desde a compra pela Funimation, diversos profissionais têm deixado a Crunchyroll no que parece ser uma crise interna da empresa — o então gerente de mercado para Brasil e Portugal, Yuri Petnys, deixou a empresa há alguns meses (e, aparentemente, até o momento ninguém assumiu o posto deixado por ele). A falta de estande da empresa no Anime Friends deste ano também parece indicar uma certa desorganização interna.

Segundo nossa apuração, mais recentemente, Chris Kennedy, que trabalhava com engenharia de software de vídeo na empresa desde 2014, saiu. Em julho deste ano, o agora ex-gerente de marketing da Crunchyroll na França, Bastien Guetta, também deixou o cargo.

A Crunchyroll foi formalmente fundada em 2006 — no começo, o serviço distribuía cópias piratas, mas começou a apagá-las a partir de 2009, após adquirir os direitos de exibição de Naruto Shippuden. O streaming chegou ao Brasil em 2012 e conta atualmente com 12 milhões de assinantes pagos em mais de 200 territórios (não necessariamente países, pois só existem 195 no mundo).

Em 2016, iniciou uma parceria com a Funimation, terminada em 2018, após a compra da Otter Media (então dona da Crunchyroll) pela AT&T (dona da WarnerMedia). Com o fim dessa parceria, a Funimation passou a investir mais em seu próprio serviço de streaming — mas em 2020, a Funimation adquiriu a Crunchyroll, com o nome “Crunchyroll” prevalecendo no mercado.