Cá estamos nós em mais um início de temporada. Entre os títulos estreantes, Solo Leveling é claramente uma grande aposta da Aniplex. Com produção do A-1 Pictures, o mesmo estúdio do sucesso Sword Art Online, a trama adapta a novel coreana homônima (mas que talvez seja mais conhecida pela adaptação em manhwa).

A série nos leva a um mundo assolado por monstros — e, para enfrentá-los, existem caçadores. Mas não é qualquer um que pode se tornar um caçador. Algumas pessoas possuem uma aptidão natural para magia, e essas são as que podem caçar monstros.

Os caçadores são classificados em rankings, do mais baixo (menos poder) até o mais alto. Só que a magia funciona num sistema de castas: quem é de ranking baixo pode até tentar compensar suas fraquezas com equipamento melhor, mas não é possível subir no “ranking mágico”. Ele é estático. E claro, nosso protagonista não poderia ser outro além de alguém do ranking o mais baixo possível.

Não parece ser uma história que esbanja originalidade — particularmente, acho que com tanta coisa possível de se brincar e inventar a partir de conceitos mágicos, a escolha de um sistema fixo de castas é uma perda de tempo –, mas o animê começa com muita ação.

Sangue (bastante sangue) e violência gratuita fazem parte de uma clara escolha estética da animação ao trabalhar as cenas de ação, uma escolha que certamente chamará a atenção do público-alvo da série (os jovens). Pensando em sucessos como Kimetsu no Yaiba, faz sentido e deve impactar positivamente para o provável sucesso da série.

imagem: poster promocional de solo leveling.

Divulgação: A-1 Pictures.

Outro elemento marcante é a trilha sonora de Hiroyuki Sawano, que faz uma boa entrega e acrescenta aos momentos de ação e tensão. Sawano também participou da produção do tema de abertura, “LEVEL”, em parceria com o grupo de kpop TXT. Tanto “LEVEL” quanto o tema de encerramento, “Request” (por Krage), têm potencial de entrarem em boas colocações nos charts.

O primeiro episódio é mais morno e, com muitos elementos para introduzir de uma vez, faz algumas escolhas um pouco cansativas, como o uso de diálogos que parecem narrações — há especificamente um momento introdutório no qual utilizam um recurso de flashback e narração para explicar algo que havia acabado de ocorrer e poderia ter sido mostrado em cena. Talvez seja apenas economia de tempo para poder partir para a ação, que é claramente o foco da direção.

Já com o segundo, que é praticamente inteiro ação e tensão, é mais fácil de se engajar (e também é onde sangue e violência aparecem com muito mais proeminência como escolha estética), e deve ser daqueles episódios que vai tomar as redes sociais. Os dois episódios têm boas escolhas de sequência/cena para encerrar a trama do capítulo e, se a direção seguir assim, vai conseguir manter a audiência bastante interessada.

Solo Leveling pode não ser a reinvenção da roda, nem uma série com ambição de propor qualquer coisa disruptiva, mas é claramente uma grande aposta da temporada e talvez esteja seguindo o caminho certo para tal.


Esta resenha foi feita com base em pré-estreia realizada pela Crunchyroll. Solo Leveling estreia com legendas no serviço no próximo dia 6 de janeiro, e tem dublagem confirmada pela plataforma.


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