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Por mais que algumas franquias sejam tradicionais na indústria dos jogos, às vezes passamos batido por elas e em alguns casos perdemos bons ou maus jogos.

Por exemplo, dá para contar rapidamente os jogos da série Dynasty/Samurai Warriors que eu joguei: o Dynasty Warriors Gundam 2, baseado nos mechas da Sunrise, que é mais para fãs mesmo (logo, fiquei boiando), o Dynasty Warriors de DS (Fighters Destiny) que não tem um custo-benefício pelo tamanho que ocupa (e que tem uma péssima câmera), o Warriors Orochi (crossover entre Dynasty Warriors e Samurai Warriors, duas variantes da mesma casa) e o interessante Dynasty Warriors Advance (do GBA), além do jogo analisado de hoje, Samurai Warriors 2: Xtreme Legends.

O game é uma expansão de Samurai Warriors 2, tanto que no começo você (caso tenha o Samurai Warriors 2) pode importar seu save para usar os personagens evoluídos nos modos Free e Mercenaries, mas assim como Sengoku Basara 2 Heroes é para Sengoku Basara 2, Xtreme Legends foca o modo história em personagens diferentes do Samurai Warriors 2.

No caso, são grandes figuras da era feudal japonesa, num período caótico, que mostra que não importa qual jogo seja, Nobunaga Oda vai estar sempre com aquele bigode sinistro e possuído por uma alma DO MAAAAAAAAAAL. (Sendo que o cara era de fato um gênio estrategista, de acordo com os relatos históricos, mas digamos que seus adversários não tinham muito amor por ele, e o sentimento era mútuo).

Mas vamos parar de bobagem e partir para o jogo em si.

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Xtreme Legends é um legítimo hack’n slash (sucessor dos beat’em up’s 2D dos anos 1990) e põe o jogador contra hordas de inimigos, mas antes de falar da jogabilidade, vou explicar um pouco sobre os modos de jogo. Temos o tradicional modo história, aonde se escolhe inicialmente entre seis personagens diferentes e cada um com suas motivações, seguindo por uma história diferente. É importante frisar que apesar de ter um roteiro, nem sempre um personagem que for seu aliado num trecho do jogo, será seu aliado no fim. Dizendo isso, cada cenário terá um objetivo diferente e um tempo a se cumprir. Além de um nível de dificuldade.

Seguido a ele, o modo livre, aonde bem… Tem uma outra tonelada de personagens a se escolher e jogar de maneira mais, descompromissada por assim dizer, podendo ser usado pra evoluir o personagem, sem estar ligado a progressão alguma, bom pra farrear. E o novo modo mercenários, que tem uma estrutura semelhante ao modo história, você escolhe um personagem, e tem um sistema de capítulos, mas… Você escolhe o objetivo que quer cumprir (mais especificamente, o lado da treta) e nele também tem uma pancada de personagens.

O sistema de jogo é bem simples, você escolhe um personagem, e você tem dois botões de ataque, um simples e outro que ajuda a atordoar os inimigos. Com isso, temos combinações simples de golpes, que enchem a barra de musou. Barra essa que desencadeia um golpe especial com outro botão. O golpe não é devastador, se só apertar uma vez, mas se apertado com mais de uma vez, direcionando corretamente, ajuda bastante e manda seu contador de hits para o espaço.

Apesar de ser um hack’n slash e de certa forma ser fadado a repetição, a escolha do personagem de certa forma agrega um certo valor de replay, pois cada personagem tem um estilo diferente de lutar e lidar com os inimigos, uma partida com a Gracia Hosogawa (que usa ataques físicos) será diferente por exemplo de uma partida com o Kotaro Sasaki (que utiliza espadas), e assim completa-se o ciclo.

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Cada partida do modo história tem um objetivo que deve ser cumprido, e condições para a derrota também são impostas (e nem sempre é morrer, embora isso automaticamente implique em derrota) e na partida, sub-missões aparecem para serem cumpridas, que dão bônus de experiência. Durante os combates, seus aliados podem estar em perigo e cabe a você ajudá-los, seja indo a pé, ou a cavalo. Tudo funciona de maneira razoavelmente bem, menos o combate nos cavalos que não é lá grandes coisas. A inteligência artificial do jogo é um dos pontos fracos, mesmo na dificuldade HARD, os inimigos rasos não darão muito trabalho, mas os chefes são casca grossa.

Afora isso, temos também questões de espólios de guerra, equipamentos e habilidades que podem ser compradas no shop. Além da assistência de um aliado (que também interfere no especial) que pode ser escolhido, montarias focadas em velocidade ou força. O aliado (que está sempre ao seu lado), ajuda nos combates e também evolui seus status conforme o progresso no jogo.

Graficamente ele varia entre bom e mediano, os personagens são bem modelados, e tem uma roupa/coloração extra a ser selecionada. Os inimigos se repetem a rodo e você poderá se cansar deles, mas ao menos os mais destacados são bem feitos. E Oda Nobunaga… Bem, é Oda Nobunaga com aquele bigode de sempre.

Os cenários são um tanto simples, mas bem construídos. Uma das coisas que destaco é que apesar da quantidade de inimigos simultâneos da tela ser absurda, não há slowdown em algum momento da jogatina. E as cutscenes que tem, estão ao menos bem feitas. Por outro lado, a câmera é um pouco chata por não querer se focar no importante (ângulos que dêem pra ver a calcinha da Gracia, digo, na ação) e vez ou outra tem que se mexer nela ou centralizar. Nada demais, mas importante frisar.

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A parte sonora é uma faca de dois gumes, as músicas são boas, e combinam totalmente com o estilo combativo do jogo, com boas melodias e alguns remixes de jogos anteriores. Já a dublagem, bem, digamos que acho bom uma dublagem bem feita, o que não é o caso. Ela não é de todo ruim, alguns desempenham bem seus papéis, mesmo falando de americanos num jogo declaradamente oriental, mas temos também quilos de textos inexpressivos e dubladores repetindo 2, 3 papéis ao longo do jogo, às vezes no mesmo cenário.

Finalizando, entre altos e baixos, Samurai Warrios 2: Xtreme Legends é um bom título, expandindo a experiência de Samurai Warriors 2 e sendo um pouco variado dentro de seu universo de repetição de combos, trazendo um bom conteúdo para um hack’n slash. Recomendo para fãs do gênero e pessoas mais pacientes com o estilo de jogo.

Avaliação Jbox: 89%