Após esbanjar a beleza no capítulo de estreia, Violet Evergarden começa a traçar outros caminhos em seu segundo episódio, mostrando que não é apenas a personagem principal que importa nessa história.

Nesse episódio, começamos em um flashback do primeiro contato que o major Gilbert teve com a garota, revelando que desde o início ela foi trazida com o objetivo de ser um objeto de combate, tratada como um presente ao militar. Desse rápido momento, voltamos ao presente, onde Violet dá início ao aprendizado na datilografia.

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Em meio às aulas coordenadas pela bela Cattleya, tida como a melhor profissional da empresa, a garota sem emoções gera desconfiança de suas futuras companheiras, que se mostram incomodadas com seu jeito e sua presença. No entanto, a insistência de Violet motivada pelas palavras ditas por Gilbert, chamam atenção principalmente da quieta Erica Brown*. Erica enxerga muito de si na novata, por sofrer constantemente com a falta de tato para transmitir os sentimentos das pessoas que buscam seus serviços. Ao longo do episódio vamos notando que o capítulo se trata mais dela do que de Violet, abrindo espaço também para o andamento de subtramas, dando a entender que cada personagem tem uma história de importância para algo maior.

Talvez o único que se perde um pouco por aqui é o garoto Benedict, cuja única utilidade é levar uma mensagem má interpretada à Violet – talvez pra tentar gerar nela uma reação? – que ao fim se revela mais importante à história de Hodgins com Gilbert, ainda cercada em mistério. A trilha de violino, embora bonita e condizente com a ambientação, mostrou-se bastante exagerada se arrastando por toda a 1ª parte – quando ela cessa, tem-se até um alívio.

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Falando-se em ambientação, é curioso notar que mesmo que a impressão seja da história se passar em uma Europa do século XIX, há elementos jogados que derrubam totalmente qualquer compromisso: falo de uma cena específica onde Benedict aparece para saborear um… yakissoba. Com direito a hashi e caixinha de fastfood.

Em suma, o 2º episódio mantém o interesse na série por meio dos demais personagens, estendendo a busca dos sentimentos aos que rodeiam àquela que dá título à série. Daqui pra frente o que se espera é um desenvolvimento igual do que parece ser o elenco fixo.

Nota: 4/5

*Erica Brown também é o nome de uma escritora americana, com obras voltadas ao judaísmo. Também foi colunista do The Washington Post. Isso quer dizer alguma coisa ou tem alguma relação com a personagem de Violet Evergarden? Não sei, é só uma curiosidade aleatória mesmo.

Derrapada na dublagem

Em vista da onda de animes dublados em Campinas, que têm sido alvo de inúmeras críticas internet afora, foi uma surpresa ver a qualidade entregue no primeiro episódio – mesmo com escolhas duvidosas como a de chamar de “adamantium” o material usado para fazer os braços de Violet. Porém, a coisa acabou decaindo nesse segundo episódio.

Logo ao término do flashback que abre esse segmento, ocorre um erro que incomoda. No momento em que Violet é apresentada a Gilbert, é dita a frase “o nome dela é…“. No original, a própria Violet completa a frase, quando do passado somos transportados ao presente, e diz “Violet Evergarden”. Na versão dublada, o primeiro sujeito é quem completa “o nome dela é Violet Evergarden“. O problema aqui é que, além de remover o que foi pretendido pelo diretor (a mudança de cena aliada ao complemento de fala dos dois personagens), ela não se chamava Evergarden naquela época, só recebendo o sobrenome ao ser adotada pela família no presente.

A atuação dos personagens principais não tem grandes problemas, mas o elenco de apoio prejudica um pouco o trabalho como um todo. É um dos maiores problemas de Campinas na parte artística, a pouca variedade de vozes no elenco, com poucos artistas com experiência. O resultado que se vê é o de algumas atuações canastronas e “cantadas”. Uma pena para uma obra desse porte.

Review dos demais episódios:

Episódio 01

Onde assistir?

Violet Evergarden tem episódio novo toda quinta-feira, através da plataforma de streaming Netflix, com opção de idioma original e legendas em português e também dublagem em português.