Esse é um bom momento para fãs de Bleach no Brasil. A mais recente temporada do animê, Thousand-Year Blood War, recém-estreou, dublada, na Star+, com os demais episódios também disponíveis na mesma plataforma de streaming. Além disso, a editora Panini tem republicado o mangá, agora em uma versão remix, que compila os 74 volumes originais em 26, divididos em arcos. No momento em que esse post vai ao ar, a coleção já se encontra em seu décimo volume.

Além desse ser um bom momento para os fãs, arrisco dizer que é também um bom momento para fãs de mangás (e produções baseadas em mangás) num geral. Há não só uma grande oferta de títulos atuais bem quentes, como de clássicos, e de outros que estão nesse meio-termo entre o que pavimentou o caminho e os grandes sucessos comerciais. Essa terceira opção, em reedições que fazem um pouco mais de sentido dentro do cenário atual de colecionismo.

Está na praça essa edição remix de Bleach, uma “3 em 1” de One Piece (também da Panini), uma wideban de InuYasha (JBC, tem resenha aqui) e uma em formato BIG de Haikyu!! (também JBC, com resenha aqui). Além disso, uma versão kanzenban de Zatch Bell! (editora MPEG) é prometida para breve.

Bleach é uma história shounen bastante divertida e que sempre vale ser revisitada. Particularmente, não sou tão fã do que o estúdio Pierrot fez, em termos de qualidade técnica, em sua adaptação animada na década de 2000. A série, pra mim, sempre refletiu as limitações de se produzir um animê em tantos episódios durante tanto tempo.

Mas é frescura minha. O desenho não ofende. É que o mangá sempre foi melhor.

imagem: primeiras interações de rukia e ichigo no mangá.

Foto: Igor Lunei/JBox

Escrito e ilustrado por Tite Kubo, o gibi foi publicado originalmente entre 2001 e 2016 nas páginas da Weekly Shounen Jump. Acompanhamos nele a história de Ichigo Kurosaki, um adolescente problemático que sempre entra em brigas, mas tem uma habilidade curiosa: ele consegue sentir e ver espíritos.

Dado dia, o moleque se depara com a shinigami (ceifeira de almas) Rukia Kuchiki, que lhe “empresta” parte de seus poderes para que ele possa ajudar sua família, que é atacada por um hollow. Daí em diante, a trama se desenrola nas aventuras dos dois, que envolve todo esse universo sobrenatural entre a vida e a morte, do qual, agora, Ichigo faz parte.

Tudo bem, numa primeira olhada nessa sinopse, fica claro que Bleach carrega todas as batidas de um shounen “de lutinha” comum. Está lá o protagonista “bocchan” que não se alinha corretamente com a sociedade, está lá aquilo dele adentrar num novo mundo, tudo com poderes legais que irão evoluir, e monstros que se tornarão cada vez mais perigosos, etc.

imagem: ichigo como shinigami já.

Foto: Igor Lunei/JBox

Só que a maneira como o Tite Kubo escreve (e desenha), isso é o que faz toda a diferença. O mangaká faz brincadeiras com a linguagem que entretêm bastante. Por exemplo, por motivos de plot, no começo da trama, há uma diferença entre o vocabulário utilizado pela Rukia do vocabulário comum aos demais personagens no mundo dos vivos. Na tradução, essa diferença é adaptada com a shinigami utilizando, durante esse pedaço da história, a segunda pessoa do singular e plural em sua fala.

Kubo delineia boas personalidades aos protagonistas e aos coadjuvantes, fazendo das diferentes interações entre eles algo agradável de acompanhar. Nos desenhos, ele utiliza uma variação de traços, em parte mais caricatos, disformes com as proporções, de modo a enfatizar o humor, em parte mais sérios e ordinários às revistas de ação, com detalhes mais fortes nas criaturas enfrentadas.

O primeiro volume, com um pouco mais de 500 páginas, cobre um primeiro pedaço bem grande dessa entrada do Ichigo em tal universo. Podemos acompanhar sua primeira trajetória como um shinigami, em que ele faz todo aquele percurso entre ser um garoto que não queria exatamente estar nessa, até, de fato, admitir que precisa treinar mais e se tornar mais poderoso para os eventuais problemas que virão.

É divertido, engraçado, com umas pitadas de emoção e proporciona aquilo de sequer percebermos que as páginas estão passando. Das opções de Bleach no cardápio brasileiro atual, ainda é a que mais vale conferir.


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Essa resenha foi feita com base na edição cedida como material de divulgação para a imprensa pela editora Panini. 


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