Ansiado por uns, temido por outros, o longa Super Mario Bros. — O Filme, uma animação CG que traz o famoso encanador para as telonas (pela primeira vez em animação e pela segunda em filme… vocês sabem), está com a estreia quase aí. Mas o que esperar de um filme do Mario?

Esse é um longa feito para crianças e qualquer pessoa que tenha alguma mínima relação de afetividade com o bigodudo da Nintendo, mas pode ser aproveitado por qualquer espectador “leigo” — sinceramente, será que existe alguém que não conheça o Mario a ponto de não se emocionar mininamente com esse filme?

imagem: mario e luigi no brooklyn.

O longa da Illumination em parceria com a Nintendo é recheado de referências aos mais diversos Marios — o Jumpman, o Mario 8-bit, o Mario do 64, o Mario do Kart, até o Mario do infame live-action de 1993… não dá para dizer se todos os Marios estão lá, mas uma boa parte definitivamente sim.

Para este filme, referências, obviamente, esperadas e não se atêm apenas ao protagonista. Fãs de Luigi’s Mansion, Donkey Kong Country e outros games de personagens que circundam o “Universo Mario” também vão poder aproveitar os “mimos” deixados para eles (que vão além da presença da voz de Charles Martinet).

Mas cabe tudo isso em um único roteiro? A parte surpreendente é que sim. Um roteiro simples, que coloca o Mario, um encanador do Brooklyn, indo parar em um outro mundo, onde precisa salvar uma pessoa… que não é a Peach, e sim seu irmão Luigi! E assim o filme isekai do Mario mexe até com um dos maiores clichês dos jogos, e nos traz uma repaginada da princesa Peach que abre pontas para continuações, filmes solo e o que a Nintendo quiser fazer se achar que o retorno vale a pena.

imagem: poster do filme do mario, com mario de costas encarando o reino dos cogumelos.

Divulgação: Nintendo/Illumination.

O clichê que não muda é que para cumprir seu objetivo, Mario precisará enfrentar Bowser e, para isso, embarca numa aventura que não poupa esforços para trazer todo o mundo do Mario para os espectadores que amam jogos distintos do personagem. É até um tanto surreal como a produção conseguiu incluir tantos elementos sem comprometer o andamento da história.

A sensação é de que essa história não poderia não ser uma história do Mario, num bom sentido. É um filme do Mario, pensado para dar vida, de uma nova forma, a tudo que cerca o universo desse personagem. E nisso ele é muito competente.

É, sim, um filme que apela à nostalgia, mas de uma forma, e essa talvez seja uma marca de Shigeru Miyamoto, que é possível “voltar a ser criança” naqueles 90 minutos de sessão, de tanta magia e coração que parecem ter sido depositados nesse longa — e esse é mais um ponto positivo, não durar duas horas (ou mais!!!). Desde a trilha até os mínimos detalhes, tudo parece ter sido meticulosamente calculado para criar essa magia, digamos assim.

A animação é muito bonita (no IMAX então…), e a dublagem brasileira, pelo estúdio Rivaton, com direção de Manolo Rey, também foi feita com muito capricho (e o Charles Martinet está lá mesmo na versão dublada).

O filme prova que é possível sim levar personagens (e universos!) de games às telonas, mas deixa também o recado de que, para isso, é preciso dedicação para juntar aquilo que o cinema oferece de melhor com aquilo que faz os jogos conquistarem o coração dos fãs. Super Mario Bros. — O Filme tenta ser um filme para todos e, mesmo sendo incapaz de responder por quem não conhece o Mario (vocês existem?!), parece que ele consegue.


Essa crítica foi feita com base em cópia do filme exibida em cabine de imprensa, em versão dublada em sala IMAX. Super Mario Bros. — O Filme estreia nos cinemas brasileiros em 5 de abril.


O texto presente nesta resenha é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site JBox.