Shinji Aoba, o homem acusado de causar o incêndio criminoso que vitimou 69 pessoas (36 mortos e 33 feridos, incluindo ele mesmo) foi considerado culpado e sentenciado à morte pelo tribunal distrital de Quioto.

A promotoria havia pedido a pena de morte, enquanto a defesa buscava uma sentença reduzida ou mesmo uma absolvição (sob o argumento de insanidade).

O julgamento foi iniciado no ano passado, e foram 32 audiências até o veredito ser finalmente decidido. Ainda cabe recurso ao réu.

Ocorrido em 2019, o incêndio foi uma das maiores tragédias não-naturais do Japão. Um dos motivos da demora no início do caso foi o estado do próprio suspeito, que também foi atingido pelo fogo, passando 10 meses internado em um hospital — ele foi preventivamente preso em maio de 2020.

O incêndio causou grande comoção nacional e internacional, e várias campanhas de ajuda foram iniciadas por empresas que trabalham internacionalmente com animês, além de cerimônias memoriais terem sido realizadas no Japão. Em 2020, a KyoAni (como os fãs chamam o estúdio) abriu novas vagas e começou a retomar os trabalhos.

Aoba admitiu ter causado o incêndio com a intenção de matar o máximo de pessoas que pudesse — o motivo é que ele acreditava que o estúdio havia plagiado uma ideia sua. Ele havia se inscrito em um dos concursos de novel da KyoAni, sendo rejeitado, mas acreditava que uma cena de Tsurune, onde os personagens compram carne com desconto, havia sido copiada de seus escritos.

Apesar de ser provavelmente a última, não foi a primeira condenação de Aoba: ele foi condenado em 2012 por roubar uma loja em Tóquio armado com uma faca, ficando preso até 2016 (a pena foi de três anos e meio de prisão). Após ser solto, ele recebeu um laudo psiquiátrico (não sabemos qual o quadro/transtorno) e se inscreveu em um programa social para ex-presidiários, pelo qual recebeu moradia em um complexo para ex-presidiários.

Acredita-se que ele vivia com auxílios do governo na época do incêndio e seus vizinhos teriam ocasionalmente reclamado de barulho de música alta e que às vezes ele batia com força nas paredes — um vizinho teria pedido para ele parar e Aoba o agarrou e ameaçou matá-lo.

A pena de morte no Japão tende a ser aplicada apenas em casos de assassinatos múltiplos (mas pode ocorre em assassinato único com agravantes sérios). Os condenados são mortos por enforcamento, e não por injeção letal, que é talvez o método mais conhecido.


Fonte: ANN


Atualizado em 26 de janeiro de 2024, às 11h04, com informações sobre prisão anterior e laudo psiquiátrico de Aoba.